Quantos retuítes são necessários para criar uma mentira?, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

Os grandes processos de difamação pública me entendiam um pouco.

Já passei por alguns deles e vi amigos e conhecidos também sofrerem por conta. Baseados na intenção sacana de uma pessoa, um grupo ou uma instituição, eles – não raro – são ações conscientes em que os envolvidos sabem que a história não é verdade, mas contam com a ignorância popular para fazer correr sua versão.

Agora, o que me fascina são os pequenos processos difamatórios do dia a dia. (mais…)

Ler Mais

Mundurukânia: Um pequeno relato na “Beira da História”, por Larissa Saud

Em Autodemarcação no Tapajós

Era meados de outubro de 2014. Eu voltava depois de duras duas semanas de Daje Kapap Eypi (conhecida pelos não indígenas como Sawré Muybu). Levava comigo uma lista de demandas e uma carta feita pelos Munduruku pedindo a demarcação da Terra Indígena e a incumbência de publicá-la “para que o Brasil e o mundo veja”, palavras do cacique Juarez Saw um pouco antes que eu pegasse a voadeira.

Estava hospedada em um pequeno hotel em Itaituba, um pouco agoniada, quando bate à porta um cara com a voz estridente. O Miguel me falou da sua proposta de gravar um documentário sobre arqueologia. Expliquei a tensão que tomava conta do cenário, do encontro com madeireiros e dos perrengues para seguir com a ação. Depois de nada mais de 10 minutos de conversa pontuei que talvez não fosse o melhor momento para ele ir a Daje Kapap Eypi. (mais…)

Ler Mais

Guarani e Kaiowá retomam parte de seu território tradicional na Terra Indígena Taquara, no MS, e já sofrem ameaças

 No Cimi

Na madrugada desta sexta (15), indígenas do povo Guarani e Kaiowá retomaram mais uma parte de seu território tradicional na Terra Indígena (TI) Taquara. A área retomada, sobre a qual está sobreposta uma fazenda, é conhecida pelos indígenas como Lechucha e integra a tekoha – lugar onde se é – Taquara, localizada junto ao município de Juti, no Mato Grosso do Sul (MS). Durante o dia de hoje, indígenas relataram ter recebido ameaças de homens armados em caminhonetes, os chamados “jagunços” ou “pistoleiros”.

A nova retomada aconteceu dois dias depois do assassinato do cacique Marcos Veron, morto em 13 de janeiro de 2003, completar 13 anos. Marcos foi uma liderança histórica da TI Taquara, responsável por liderar os Guarani e Kaiowá de volta à sua tekoha, em 1997, após anos aguardando a resposta do governo aos pedidos de identificação e demarcação de sua terra. (mais…)

Ler Mais

Daniela Lima: Aproximações entre o movimento feminista e o antimanicomial

Pode-se perfeitamente questionar as relações entre poder manicomial e outras formas de poder – como, por exemplo, o poder patriarcal. Se os mecanismos de poder trabalham de modo a esconder seu próprio funcionamento, analisar esses mecanismos e os meios através dos quais tornam sua própria existência invisível é fundamental para produzir técnicas de resistência.

Por Daniela Lima, na Fórum/Saúde Popular

“Nós, mulheres soltas, que rimos doidas por trás das grades – em excesso de liberdade”. (Marua Lopes Cançado)

“Por trás de toda loucura há um conflito social” (Franco Basaglia)

“Hospício é esse branco sem fim, onde nos arrancam o coração a cada instante, trazem-no de volta, e o recebemos: trêmulo, esvaziado de sangue – e sempre outro”, a frase de Maura Lopes Cançado parece descrever a mutilação do circuito de desejos e afetos das mulheres internadas em manicômios brasileiros no início do século XX. Se o coração bombeasse muito sangue, reativando o fluxo de desejo e vida, a instituição intervinha, e violentamente. (mais…)

Ler Mais

Uwe Timm: “Existe racismo, mas maioria dos alemães é amigável ao que vem de fora”

No Brasil para lançar o livro ‘A descoberta da currywurst’, ‘best seller’ alemão falou de culpas. Escritor diz que é papel de escritores e intelectuais combater mentalidade conservadora

Por Camila Moraes, em El País

Uwe Timm, um dos escritores alemães que mais vende livros hoje, é a personificação de duas características bem alemãs: a firmeza das ideias expostas com clareza, que em geral se associa à Alemanha, e a amabilidade no trato pessoal – característica pouco atribuída ao país, sobretudo por quem só o conhece pelos clichês. Seus livros, entre eles vários best sellers europeus como À sombra do meu irmão (ed. Dublinense), também retratam algo muito nacional: a sensação de culpa coletiva gerada pelo antissemitismo de Hitler e o que Führer empreendeu com a Segunda Guerra Mundial. Falar com Uwe, assim como visitar a Alemanha e ler seus livros, são duas maneiras de entender melhor essa realidade. (mais…)

Ler Mais

Patrícia Campos Mello: “Supremo é muito sensível a argumentos que apontam risco para governabilidade”

Por Pedro Canário. em Consultor Jurídico

Às vezes o que é óbvio não é dito. É cristalino para quem pensa no Direito que a condição humana dos advogados, promotores e juízes faz com que não seja uma ciência exata. O Supremo Tribunal Federal, com sua competência constitucional, é influenciado por, por exemplo, por questões políticas, econômicas e até pelo restante do Judiciário.

Pois foi para mostrar como esses fatores externos moldam as decisões do Supremo que a professora Patrícia Perrone Campos Mello, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), desenvolveu sua tese, agora publicada sob a forma do livro Nos Bastidores do STF. “Isso é muito óbvio, mas não é dito. E aí se constrói no imaginário popular uma percepção equivocada do que é o processo de decisão do Supremo”, comenta. (mais…)

Ler Mais