ES – Jovens indígenas envolvidos com drogas e crimes são reflexos do crescimento desordenado de Aracruz

Por Fernanda Couzemenco, no Século Diário

 O enredo já é velho conhecido de sociólogos e ambientalistas: quando um grande empreendimento industrial ou portuário se instala ou se expande, toda a região do entorno sofre drasticamente com inchaço populacional, e o aumento da criminalidade é uma das consequências. Na Aracruz do século 21 o filme não é diferente: Jurong e Imetame já chegaram deixando sua marca nefasta no município e a Aracruz Celulose-Fibria/Portocel continua ampliando seu passivo social e ambiental.

O assassinato de dois jovens indígenas em menos de dez dias, os tiroteios que já deixaram quatro feridos e o aumento do consumo de drogas pela juventude são algumas das marcas do “progresso civilizatório” registradas este ano dentro da Terra Indígena. (mais…)

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MPF convoca acadêmicos a estudar solução para o drama dos ribeirinhos atingidos por Belo Monte

Objetivo é produção de material científico que aponte caminhos para a permanência segura dos ribeirinhos no rio Xingu

MPF/PA

O Ministério Público Federal (MPF) emitiu um comunicado dirigido à comunidade acadêmica brasileira convidando para uma reunião ampliada no próximo dia 11 de agosto, em São Paulo, para discutir o drama das famílias de ribeirinhos do rio Xingu afetados pela usina hidrelétrica de Belo Monte. O MPF investiga e acompanha a situação de dezenas de famílias que perderam tudo e, obrigadas a morar na cidade sem acesso ao rio e ao modo de vida tradicional, não conseguem mais se sustentar, assim como daquelas que, mesmo continuando no rio, viram o peixe desaparecer e as condições de vida deteriorarem.

Para o MPF, se não houver interferência imediata e qualificada no processo, o país vai assistir a “uma diáspora irreversível dos ribeirinhos do Xingu” e “Belo Monte ficará marcada pela eliminação definitiva de um modo de vida tradicional”. “Estamos diante de uma situação de sofrimento humano extremo, em que os próprios ribeirinhos se definiram como vítimas de guerra”, diz a procuradora da República Thais Santi no convite do MPF, que lembra que o caso é de difícil solução, porque não foram construídos parâmetros com a participação dos atingidos e que levassem em conta as peculiaridades da região e as transformações ambientais do rio Xingu. (mais…)

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Escola sem Partido: entre o embuste e a cortina de fumaça

por Erick da Silva*, no Sul21

Capitaneado pela organização “Escola sem Partido” e encampado por uma série de parlamentares de perfil conservador, tem buscado se impor através da aprovação de projetos de lei, de mesmo nome, em parlamentos estaduais, municipais e também na Câmara e Senado Federal uma mudança radical no ensino brasileiro. Basicamente, sob o pretexto de defender princípios como a “neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado”, assim como o “pluralismo de ideias no ambiente acadêmico”, o Programa Escola sem Partido pretende colocar o professor em constante vigilância e acabar com a liberdade acadêmica.

O movimento alega-se apartidário, mas em seu site é facilmente encontrado ataques ao PT, revelando um claro posicionamento político, distante da isenção que tentam vender. Efetivamente, seus defensores pouco conhecem sobre o sistema de ensino brasileiro, não possuem nenhum amparo teórico-pedagógico e se utilizam fartamente de uma retórica de frases de efeito e baixo conteúdo. Sua sustentação se resume a ficar reeditando dogmas obscurantistas somados a uma recauchutagem de velhos slogans anticomunistas dos tempos da guerra fria. (mais…)

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Nicinha: um corpo à espera do exame de DNA, uma voz que não se cala

Por Ana Aranda, especial para Amazônia Real,no MAB

Porto Velho (RO) – “Como é que eu vou dizer para a minha avó, que tem 87 anos e está acamada desde o desaparecimento, que não há um prazo definido para o enterro da sua filha?” O desabafo é de Divanilce de Souza Andrade, 29 anos, filha da defensora das populações atingidas pelas barragens das hidrelétricas do rio Madeira, a pescadora Nilce de Souza Magalhães, mais conhecida como Nicinha. Ela desapareceu no dia 7 de janeiro deste ano, no distrito de Nova Mutum-Paraná, a 167 quilômetros de Porto Velho, em Rondônia. Há mais de 20 dias a família reconheceu um corpo no Instituto Médico Legal (IML) como sendo o da ativista assassinada e aguarda a liberação para fazer o sepultamento. A Superintendência de Polícia Técnico-Científica (Politec) diz que não tem recursos para fazer o teste de DNA. A Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) não apresentou uma solução para o reconhecimento oficial da morte da ativista. (mais…)

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Indígenas bloqueiam MS-156 por causa de falta de água na reserva

Integrantes de duas aldeias fecharam a rodovia entre Dourados e Itaporã. Após protestos, coordenador do Disei de MS foi exonerado do cargo.

Do G1 MS com informações da TV Morena

Os índios das aldeias Jaguapiru e Bororó fizeram bloqueio na MS-156, entre Dourados e Itaporã, no sul de Mato Grosso do Sul, na manhã desta segunda-feira (25) para protestar contra falta de água na reserva indígena. Além disso, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei), Lindomar Ferreira, foi exonerado após protestos em Caarapó e Campo Grande.

Por telefone, o novo coordenador do Disei, Edemilson Canale, disse que vai a Dourados na próxima quarta-feira (27) para negociar com os indígenas a instalação de um novo poço para atender às aldeias da cidade. (mais…)

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‘A democracia é que não cabe nesse governo’

Sonia Fleury, pesquisadora das áreas de saúde e seguridade social e coordenadora do Programa de Estudos sobre a Esfera Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), analisa na entrevista abaixo propostas e ações práticas do Ministério Interino da Saúde

Por Cátia Guimarães – EPSJV/Fiocruz

Qual a sua avaliação sobre o programa do governo interino para a saúde, expresso nos documentos Ponte para o Futuro, Travessia Social e em entrevistas à imprensa?

Eu não creio que exista um programa para a saúde nem para a área social. Eu acho que existe um programa econômico, de caráter liberal e restritivo, com forte impacto na área social. Ou seja, na verdade, todo o conjunto da ordem social, o capítulo que foi o mais inovador da Constituição de 1988 e trouxe todos os direitos de cidadania, está sendo ameaçado. Não é que essas questões não estivessem em disputa durante os últimos anos. Estiveram em disputa o SUS, a educação, as terras indígenas, o controle da mídia… Portanto, há no Congresso projetos que tentam retroagir esses direitos, mas eles não tinham força suficiente. Agora, há uma ameaça concreta de um grande retrocesso em relação a esses direitos na medida em que o que se propõe efetivamente é congelar o gasto social. E usam-se palavras metafóricas como: ‘vai ser atualizado todo ano’ ou ‘vai aumentar de acordo com a inflação’. Aumentar de acordo com a inflação não é aumento, é reposição do que já foi perdido, do que já diminuiu. (mais…)

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Medidas do governo interino de Temer já apresentam impactos no campo

Propostas de mudanças da aposentadoria rural estariam entre os pontos mais críticos

Por Rafael Tatemoto, no Brasil de Fato

As medidas e discussões anunciadas pelo governo interino em relação aos produtores rurais já estão gerando impactos na sociedade. Este é o ponto de vista dos movimentos camponeses brasileiros, que organizam uma jornada de protestos entre os dias 25 e 30 de julho.

Segundo Anderson Amaro, da coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) resultou na paralisação de programas relacionados à pasta. (mais…)

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