Diversas organizações, articulações, movimentos sociais, junto com membros da advocacia popular entraram com representação no Ministério Público Federal em Goiás, em face do Programa “Sucesso do Campo”, exibido pela Rede Goiás, afiliada da Record, nesta ultima sexta-feira, dia 12 de fevereiro. Pediram apuração sobre o editorial do referido programa, transmitido no dia 08 de janeiro de 2017, pois teria cometido crimes de preconceito, incitação à discriminação e preconceito e, também, crime de injúria.
O programa criticou o samba-enredo deste Carnaval, da Escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense, intitulado “Xingu – O clamor que vem da floresta”. Os autores do samba foram acusados de não conhecer a realidade do homem do campo, e, ainda, o editorial afirmou que os indígenas não deveriam ter acesso a bens de consumo e ao direito a saúde, a ponto de dizer: “Se o índio quer preservar a sua cultura, ele não pode ter acesso à tecnologia que nós temos, ele não pode comer de geladeira, tomar banho de chuveiro e tomar remédios. Porque há um controle populacional natural, ele vai ter que morrer de malária, tétano e parto”.
A representação foi protocolada sob o número PR-GO-000055117/2017 e foi iniciativa da: Comissão Pastoral da Terra, Conselho Indigenista Missionário-Regional Sul, Movimento das Mulheres Camponesas-MS, Comissão Regional de Justiça e Paz-CRJP-MS, Centro de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos-CDDH-Marçal de Souza Tupã, Centro de Capacitação e Pesquisa Geraldo Garcia-CEPEGE, Fórum Municipal de Defesa dos Direitos Humanos de Campinas-SP, Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares-RENAP, Movimento Terra Livre, Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Conselho dos Religiosos(CRB), Central Única dos Trabalhadores–Goiás.
Importante lembrar que as empresas de comunicação exploram concessões públicas e devem respeitar em seus programas, segundo a Constituição Federal, dentre outros princípios, os da preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; da promoção da cultura nacional e regional e estímulo; e do respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros.
Criança Paumari. Foto: Oiara Bonilla – editada.
