“Nós somos a terra”

Por Sonia Bone Guajajara*, na Folha

Em entrevista à Folha publicada no último dia 10, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, declarou que terra não enche a barriga de ninguém. Egresso da bancada ruralista, citado pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca, ele apenas reproduziu o pensamento de quem tem o olho na barriga e enxerga a terra apenas como commodity.

Mas, de certa forma, atirou no que viu e acertou no que não viu: para nós, povos tradicionais, a terra serve, antes de tudo, para alimentar nosso espírito e nossa identidade. (mais…)

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APIB: Nota de Repúdio contra o loteamento de cargos na Coordenação Regional Nordeste 2 e contra o desmonte da Funai

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib, preocupada com o cenário de ofensivas contra os direitos dos povos indígenas do Brasil, sob o comando de interesses políticos que tem tomado conta de diversos espaços institucionais, vem a público manifestar o seu repúdio contra a medida do Governo Federal em nomear no dia 16 de Fevereiro do presente a Senhora Tanúsia Maria Vieira para exercer o cargo de Coordenadora da Coordenação Regional (CR) Nordeste 02 da Fundação Nacional do Índio (Funai), localizada na cidade de Fortaleza (CE), responsável por assistir aos povos indígenas dos Estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, conforme Portaria SE/MJSP nº 262, publicada no Diário Oficial da União. (mais…)

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Uma miração – e o que ela tem a ver com a Defensoria Pública Estadual e as/os indígenas

Por Cláudia Aguirre*, no Crônicas Indigenistas

Num sábado à noite recebi o honroso convite para participar de uma rodada de Uni[1] em Mâncio Lima, com a presença de indígenas de várias etnias que estão no centro urbano daquela cidade pelos mais variados motivos – trabalho, tratamento de saúde, estudos, estar de passagem entre um local e outro, e assim por diante. Trata-se de um momento em que elas/es se reúnem pra fortalecer essa irmandade por meio da vivência de suas raízes que o compartilhar do Uni representa. Experiências como esta – que sempre se dão num clima de uma alegria muito sagrada – são uma das muitas provas de que índio/índia na cidade não deixa de ser índio/índia, não: ele/ela carrega consigo a energia de seu povo e de sua terra. (mais…)

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Hierarquia de opressão: sobre o lugar da luta

Se o debate é bom para o diálogo e o avanço da luta, o mesmo não se pode dizer da disputa interna que pode enfraquecê-la

Marcia Tiburi – Revista Cult

Audre Lorde, uma das mais instigantes pensadoras do feminismo negro, afirmou em um texto importantíssimo que não há hierarquia de opressão. A luta contra a opressão deve ser de todos. E se é de todos ninguém deve ser apagado nessa luta. (mais…)

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Os mercadores de sonho e a transposição do rio São Francisco. Bem social, direito de todos, transformado em bem econômico, direito de alguns. Entrevista especial com Dom Luiz Flávio Cappio

IHU On-Line

“O Projeto de Transposição de Águas do Rio São Francisco é eleitoreiro, e por isso é muito oportuno usá-lo em momentos como este que temos pela frente, as eleições de 2018”, afirma Dom Luiz Flávio Cappio à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail, ao comentar a inauguração de primeira parte da transposição do rio São Francisco, que foi comemorada tanto pelo governo Temer, quanto pelos ex-presidentes Lula e Dilma. (mais…)

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O suicídio da “classe média”

O principal afetado nessa nova rodada de desmantelamento social será o que sobrou da “classe média”

Por Maurilio Lima Botelho – Blog da Boitempo

Quase metade dos empregos no Brasil duram menos de um ano. Os brasileiros acima de 10 anos que recebem até 2 salários perfazem mais de dois terços da “população produtiva”. Cerca de 10% dos contratos de trabalho no Brasil são temporários (até 3 meses) e sua participação têm crescido nos últimos anos. Do total de brasileiros “empregados” – o que exclui 13 milhões de desempregados e quase 25 milhões de “trabalhadores por conta própria” –, 25% não tem carteira assinada. Entre os que têm contrato, mais de 20% já estão em empresas terceirizadas. Nas empresas terceirizadas, quase nenhum emprego ultrapassa dois anos.  (mais…)

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