No Rio de Janeiro, quilombo urbano resgata história dos ancestrais

Em 25 de março, a ONU marca o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos. Durante o tráfico transatlântico, o Brasil recebeu quase 5 milhões de africanos escravizados. Na época, os quilombos eram locais de refúgio dos escravos fugidos das fazendas. Hoje, ajudam a preservar parte da nossa história.

Confira nessa reportagem especial em vídeo do Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio).

Localizado no Parque Estadual da Pedra Branca, área de conservação ambiental na Zona Oeste do Rio e uma das maiores florestas urbanas do mundo – com 12,5 mil hectares de extensão –, o Quilombo do Camorim é um dos mais antigos do estado do Rio de Janeiro. Hoje, ele abriga atividades que resgatam a história dos ancestrais que viveram aqui há quase quatro séculos.

“Toda essa base ligada aos ancestrais estava aqui, tudo isso era o território deles. Aqui, nessa floresta, eles, viviam da caça, da pesca e, às vezes, saqueavam o próprio engenho para se alimentar”, disse Adilson Almeida, descendente de quilombola e representante do quilombo, ao UNIC Rio.

A região do parque – que abrange 18 bairros – tem cerca de 15 mil moradores, mas há apenas 40 descendentes de quilombolas na região. Ao longo dos anos, muitas tradições foram esquecidas, mas com o empenho de Adilson e da comunidade, algumas manifestações culturais foram resgatadas.

“A igreja de São Gonçalo do Amarante foi construída em 1625 e hoje ela é um ícone para nossa história. Ela abre as portas às celebrações da época dos escravos. Realizamos aqui, em nosso solo sagrado, esse resgate da cultura com feijoada, oficinas de jongo, rodas de capoeira, caminhadas e aulas”, diz.

As atividades do quilombo são abertas ao público. Para participar, clique aqui.

Saiba mais sobre a Década Internacional de Afrodescendentes em decada-afro-onu.org.

Imagem: UNIC Rio/Natalia da Luz.

Comments (1)

  1. Boa tarde. Sou professora de Língua Portuguesa e gostaria de saber se entre o resgate de tradições quilombolas existe algum registro de Língua ou dialeto da época?
    Gostaria de trabalhar o conteúdo com meus alunos que são da Eja e majoritariamente negros. Resgatar as raízes para não perder a origem.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

9 − 8 =