Aumentam em 60% os casos de malária entre os indígenas do Alto Rio Negro

Apesar desta alta, segundo Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, no restante do Estado houve uma  redução de 32% na ocorrência da doença, entre os anos de 2015 e 2016

Por Gileine Medeiros, no D24am

Os casos de malária subiram 60% entre a população indígena na calha do Alto Rio Negro, no Noroeste do Amazonas, entre 2015 e 2016. Apesar desta alta, segundo Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), no restante do Estado houve uma  redução de 32% na ocorrência da doença, nestes dois anos.

Embora haja queda, a doença continua sendo um grave problema de saúde pública no Amazonas, segundo a avaliação da Gerência de doenças transmitidas por Vetores (GDTV-Malária) da FVS-AM. Na próxima terça-feira (25), é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Malária, instituído pela Assembleia Mundial da Saúde, durante a data serão reconhecidos os esforço globais para o controle efetivo da malária.

O levantamento da FVS-AM aponta que, na região do Alto Rio Negro, 11.079 casos de malária foram registrados, em 2015, e 17.765 casos da doença, no ano passado. Segundo o diretor-presidente da FVS-AM, Bernardino Albuquerque, é necessário o combate à doença com estratégias que envolvam os Distritos Sanitários de Saúde Indígena (DSEIs) em parceria com as demais esferas do governo estadual, federal e municipal. Para Bernardino, o índice da malária nas áreas indígenas é reversível.

“Em todo o Brasil, a saúde indígena é tratada de modo à parte, mas temos que montar parcerias e fazer com que as pessoas não abandonem o tratamento”, acrescentou o diretor-presidente da FVS-AM.

No Estado, a FVS-AM registrou redução dos casos de malária, entre 2015 e 2016, com os casos registrados, respectivamente, de 74.309 contra 49.928, são 24.381 casos a menos entre os dois anos.  Os dados da fundação apontam que 80% dos casos de malária no Amazonas são registrados em 11 municípios. Conforme os dados da FVS-AM, de janeiro a março deste ano, São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros a noroeste de Manaus) lidera o ranking dessas cidades amazonenses com maior incidência de malária, com 2.751 casos, representando 21,53%, região onde há concentração de população indígena.

Na lista das 11 cidades estão: Santa Isabel do Rio Negro (1.781), Barcelos (1.552), Manaus (1.486), Guajará (773), Presidente Figueiredo (483), Lábrea (356), Coari (355), Careiro da Várzea (270), Humaitá (268 ), Atalaia do Norte (246).

De acordo com o diretor-presidente da FVS-AM, a redução de 32% dos casos, em todo o Estado, superou a meta estipulada pela Fundação, de 20%. Apesar da redução, segundo Albuquerque, “é fundamental a intensificação das ações por meio das secretarias municipais de saúde que são responsáveis para execução dos serviços em suas localidades”.

O chefe de Departamento de Vigilância Ambiental (DVA-FVS), Cristiano Fernandes, afirmou que o governo do Estado investiu R$ 4 milhões em equipamentos, insumos estratégicos.

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