Sem verba, Museu Emílio Goeldi corre risco de fechar

Servidores do MPEG anunciaram que estão preocupados, pois o museu tem dinheiro para se manter só até o final do mês

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O corte de 44% feito pelo governo federal no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) para 2017 ameaça o funcionamento de instituições estratégicas no país e no Estado, como o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). O museu possuiu 150 anos de pesquisa na Amazônia e é uma das mais antigas instituições do ministério, e sofreu corte de cerca de R$ 6 milhões (50%) este ano, mesmo tendo feito a contenção de gastos impostas pelo governo federal. O assunto provoca a mobilização de entidades, gerou polêmicas e foi alvo de críticas ontem nas mídias sociais. 

A Associação dos Servidores do MPEG anunciou que está preocupada com essa situação, uma vez que o museu tem dinheiro somente para se manter até o final deste mês. Por isso, a entidade realizou plenária, às 15h20 da última quinta-feira, 31, no Campus de Pesquisa do Museu, na Avenida Perimetral, no bairro da Terra Firme. “Lançamos campanha e formamos três comissões sendo uma delas para buscar apoio dos senadores e deputados federais da bancada paraense para nos ajudar a reverter essa situação em Brasília (DF) junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Acreditamos que somente por meio dos nossos políticos podemos melhorar o problema com a complementação do recurso para manter o Museu até o final deste ano e do próximo”, afirmou Mário Cruz, diretor-presidente da Associação dos Servidores do MPEG.

Se isso não acontecer, ainda segundo Cruz, corre o risco de o órgão ser ainda mais prejudicado na área da pesquisa e ter suas portas fechadas. “Isso vai atingir mais de 300 bolsistas de pesquisa em mestrado e doutorado, porque o Museu tem parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Se não resolvermos isso até o final deste mês, até mesmo o Parque Zoobotânico fechará suas portas à população. Então, temos muito trabalho para a semana que vem, quando as comissões vão começar a atuar de fato. Então, precisamos do apoio da sociedade e dos políticos, que eles abram espaço para a reivindicação que não é em prol dos servidores, mas de uma das instituição científicas mais antigas do MCTIC”, reiterou o dirigente da associação.

O assunto provocou polêmica, foi alvo de críticas e bastante compartilhado nas mídias sociais desde a última quinta-feira, 31. “Criado há 150 anos, o Museu Paraense Emílio Goeldi, um dos tantos institutos de pesquisas brasileiros, ligado ao MCTIC, é um dos institutos ligados aos ministérios e que estão sediados na Amazônia, pode fechar em 39 dias. Uma perda irreparável para a ciência e a sociedade. Precisamos defender o nosso Museu. Onde está bancada paraense em Brasília que não se mobiliza pela instituição? O Goeldi é um patrimônio da sociedade paraense e precisamos defendê-lo”, desabafou uma internauta no  Facebook, às 22h49.

A assessoria de comunicação do MPEG informou que a direção do museu vai se manifestar sobre o assunto na semana que vem.

Foto: Paula Sampaio

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