No Pará mais um trabalhador sem-terra é assassinado

No Diário Causa Operária 

O posseiro José Lasmar Lobato foi assassinado por pistoleiros na noite do dia 02 de setembro, na porta da sua residência, no assentamento Cristalino, município de Santana do Araguaia (PA). As testemunhas afirmam que dois homens chegaram de moto na casa de José e pediram água. A esposa do agricultor foi buscar, no momento em que dispararam nas costas e no pescoço de José Lasmar, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

José Lasmar foi um dos primeiros a ocupar o latifúndio chamado de Fazenda Rio Cristalino, de mais de 140 mil hectares de terras griladas, sendo um dos sem-terra mais antigos da ocupação.

A luta dos sem-terra pela Fazenda Cristalino resultou na desapropriação de mais 80 mil hectares e assentamento de 800 famílias, o Assentamento Cristalino. Mas mesmo assim os conflitos continuam, pois, o restante do latifúndio é muito disputado e, diversas vezes denunciados, pois na área em questão é utilizada para especulação e lavagem de dinheiro. O local é grilado pela agropecuária Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas.

Segundo os sem-terra que ocupam o latifúndio, desde o início das ocupações já foram assassinados 14 agricultores e existe uma lista de 30 nomes com cabeça a prêmio elaborada pelos latifundiários.

A situação no campo, especialmente no Pará, está se tornando uma guerra civil entre os trabalhadores sem-terra e latifundiários. Após o golpe, o Estado golpista e judiciário estão claramente cometendo arbitrariedades contra a luta pela terra em favor dos latifundiários e grilagem de terras. O Estado do Pará é governado pelo golpista Simão Jatene, do PSDB, que coloca todo aparato de repressão estatal contra os sem-terra.

O ano de 2017 caminha para ser um dos mais violentos da história e a tendência é que a medida que o golpe se desenvolve, a violência contra sem-terra, quilombolas e indígenas aumente.

O que ocorre no Pará e está ocorrendo em todo o país, é a cobrança dos apoiadores do golpe para aplicarem suas medidas. No campo é a repressão dos movimentos de luta pela terra e entrega das terras públicas, indígenas e quilombolas para latifundiários e entrega para os estrangeiros.

Imagem: Mauro de Souza / site Ururau

Enviado para Combate Racismo Ambiental por Diogo Rocha.

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