Periferias: o projeto-limpeza da ditadura

Dicionário Marielle Franco sugere: nos 60 anos do golpe, é preciso relembrar violações do regime nas favelas. Militarização do cotidiano e remoções eram políticas da alta cúpula; e não exceções. E ela temia as “subversivas” associações comunitárias

por Lucas Pedretti, em Outras Palavras

Presentes em todos os grandes centros urbanos do país, as favelas e periferias são parte da história do Brasil, bem como a luta constante de seus moradores e moradoras por direitos de cidadania. A estrutura racista e classista do Estado, desde o início da ocupação e da organização política das favelas, tem trabalhado para sua remoção – ou para sua criminalização, seja pelo apagamento ou pela marginalização. Isto ocorre porque estamos falando de um Brasil fundado em uma lógica colonial que ainda não se preocupou em reparar as populações que sobrevivem nesses territórios vulnerabilizados. Pelo contrário, a cada ano, governos municipais, estaduais e federais gastam montantes de recursos públicos para controlar de diversas formas a população favelada e periférica. (mais…)

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Brasil não cumpre decisões da Corte Interamericana sobre polícia e Forças Armadas

Tribunal internacional condenou novamente o país por crimes cometidos por policiais militares

Por Matheus Santino, Rafael Oliveira | Edição: Bruno Fonseca, em Agência Pública

Em 14 de março deste ano, o Brasil foi notificado da sentença de dois casos julgados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH). Em um deles, do início dos anos 2000, um trabalhador rural sem terra foi assassinado e uma centena foi agredida enquanto se dirigia a uma marcha pela reforma agrária em Curitiba (PR). No outro, na mesma época, 12 homens que seriam membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) receberam informações falsas de infiltrados e acabaram assassinados sumariamente em um pedágio em Itu (SP), em uma emboscada. Em comum nos dois casos, estão os atores responsáveis pelas principais violações de direitos humanos no país julgadas pelo tribunal internacional: membros da Polícia Militar (PM). (mais…)

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Abuso sexual, tortura e demissões arbitrárias, o papel da Belgo-Mineira na ditadura

103 trabalhadores sofreram violações e médico da empresa participou de tortura de mulheres no Doi-Codi de MG

Por Marcelo Oliveira, Agência Pública

João Monlevade era o nome do dono de uma fazenda na cidade de Rio Piracicaba, Minas Gerais, localizada a 115 km da nova capital, Belo Horizonte. A área foi adquirida pela Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira na década de 1930, para que ali fosse construída a usina de Barbanson, inaugurada em 1937. Como não havia nada lá, a companhia teve que erguer uma cidade para seus funcionários, que recebeu o nome do antigo dono das terras e passou a explorar ali uma mina de extração de minério de ferro, abundante na região. (mais…)

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Jogou pôquer e foi explodir o Riocentro: Wilson Machado, o fantasma vivo da ditadura

Perfil remonta o que se sabe sobre a única testemunha militar viva do atentado a bomba no Riocentro durante a ditadura

Por Alice Maciel, Agência Pública

Na noite do dia 29 de abril de 1981, a estudante Luciana (nome fictício), então com 28 anos, recebeu alguns amigos em casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. O grupo costumava se reunir às quartas-feiras para jogar pôquer. O assunto daquela noite era o grande evento que ocorreria no dia seguinte no Centro de Convenções Riocentro, em comemoração ao Dia do Trabalhador. Luciana estava animada com a possibilidade de ver muitos dos artistas que admirava e comentou que havia combinado de ir ao show com um grupo de amigas. O que ela não sabia era que ao seu lado estava um dos militares que levariam uma bomba até o local: o então capitão Wilson Luiz Chaves Machado. (mais…)

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Escolas foram usadas para difundir ideologia autoritária na ditadura

Censura e perseguição a alunos e professores também marcaram período

Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

Edson Luís, Ismael Silva de Jesus, Nilda Carvalho Cunha, Helenira Resende, Honestino Guimarães, Ana Kucinski, Vladimir Herzog. Esses são apenas alguns dos estudantes e professores que foram perseguidos e assassinados pela ditadura militar no Brasil, que teve, na educação, um dos principais braços da repressão. Nesse período, entre 1964 e 1985, disciplinas obrigatórias foram criadas com o objetivo de difundir a ideologia do regime e houve uma precarização do ensino e das escolas, com desvalorização salarial dos professores e falta de infraestrutura, além de censura e perseguições a professores e estudantes. O cenário é descrito por especialistas e pesquisadores entrevistados pela Agência Brasil. (mais…)

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Apurando, descobri como meu pai foi raptado ao me buscar em creche e torturado na ditadura

Pesquisando locais de tortura para reportagem da Pública, jornalista se deparou com segredo familiar jamais detalhado

Por Ludmila Pizarro, Agência Pública

No dia 30 de setembro de 1975, meu pai não chegou às 18h, como fazia todos os dias, para me buscar na creche da Bela Vista, na rua Humaitá, região de São Paulo conhecida como Bixiga. Eu havia acabado de completar 2 anos. A cerca de 600 metros do local, na rua Conselheiro Ramalho, perto da avenida Brigadeiro Luís Antônio, Edwaldo Alves Silva, hoje às vésperas dos 80 anos, foi sequestrado pelas forças da ditadura militar instaurada no Brasil de 1964 a 1985. (mais…)

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Comissão de Anistia vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa (MS) feito pelo MPF

Pedido para reparação a indígenas que tiveram direitos violados durante a ditadura militar no Brasil foi feito em 2015

Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul

Em sessão histórica, a Comissão de Anistia irá analisar, no próximo dia 2 de abril, pedido de anistia coletivo dos  povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015. (mais…)

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