O Brasil chega à Olimpíada sem cara, por Eliane Brum

Entre o discurso de 2009 e a realidade de 2016, há um país em que a conciliação do inconciliável já não é possível nem como construção identitária

No El País Brasil

O mais fascinante desta Olimpíada no Rio é a negação de uma ideia de Brasil. É a impossibilidade de apresentar um imaginário coeso sobre o país para fora – e também para dentro. É a total impossibilidade de conciliação. Esta é a potência do momento – confundida às vezes com fracasso, com estagnação ou mesmo com impotência. O Brasil chega à Olimpíada sem que se possa dizer o que o Brasil é. (mais…)

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Comissão de Direitos Humanos discute nesta terça aumento da violência no campo

Em 2015, houve 1.217 casos de homicídios registrados no país, e nem 10% foram julgados

por Redação RBA*

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados discutirá amanhã (2) crescimento da violência no campo e as políticas públicas adotadas para combater o problema. Em entrevista à Agência Câmara, o deputado e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário no governo Dilma Patrus Ananias (PT-MG), um dos parlamentares que pediu a realização do debate, afirma que em 2015, houve 1.217 conflitos no campo envolvendo mais 816 mil pessoas. (mais…)

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Justiça reitera proibição da queima de cana sem estudo de impacto ambiental

Decisão, válida para 19 municípios paulistas, acolhe manifestação da PRR3 em defesa do EIA, exigido em atividades potencialmente poluidoras

Por Procuradoria Regional da República da 3ª Região

A queima de cana-de-açúcar, sem o estudo de impacto ambiental (EIA), está proibida em mais 19 municípios do interior de São Paulo. A decisão foi confirmada pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF3), ao negar recursos de órgãos ambientais estadual e federal, associações e sindicatos de produtores e fabricantes de derivados da cana. (mais…)

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Histórias de angolanas na Maré

O conjunto de favelas na zona norte do Rio se tornou um porto seguro para imigrantes de Angola

por Miriane Peregrino e Cesar Abrantes*, em Carta Capital

Licas é o apelido de Guilhermina dos Santos, 43 anos, dona do Bar de Angola, na Vila do Pinheiro. Aos sábados, ela prepara pratos típicos da sua terra natal: sopa de Angola, mufete, funge e calulu. Perguntada se tem algo na Maré que a faz lembrar de Angola, ela é direta: “Tem! Muito angolano!”, responde com um sorriso no rosto.

De fato, desde a década de 1990, há mesmo uma pequena Angola dentro da Maré. Muitos imigrantes angolanos vieram em fuga da guerra civil que durou até 2002. Na época, Licas tinha 18 anos e era casada com um militar. (mais…)

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Jogos da exclusão: aqui, ali e em qualquer lugar

Como outras cidades-sede, o Rio deu continuidade a um histórico de violação de direitos em nome das Olimpíadas

por Erick Omena de Melo, em Carta Capital

Finalmente o circo olímpico aterrissa no Rio de Janeiro. Atletas, turistas e profissionais de mídia de todo o mundo estão hospedados na cidade. O Comitê Olímpico Organizador estima que uma audiência de mais de cinco bilhões de pessoas espalhadas por 220 países assista às competições.

Conforme enfatizado no dossiê de candidatura, a promessa é de uma grande e apaixonada festa encenada como pano de fundo para o embate entre as grandes estrelas do esporte mundial. (mais…)

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Projeto de irrigação ameaça direitos no Oeste da Bahia

Projeto “Baixio de Irecê” desrespeita o modo de vida de comunidades tradicionais na região do vale no médio São Francisco.

por David Campos – MAB Bahia/Pernambuco

Comunidades tradicionais de quilombolas e fundo de pasto no oeste da Bahia têm sua vida marcada pela resistência e luta contra a ganância de grandes projetos que se instalam na região, grande parte financiados com dinheiro público, mas que beneficiam somente os poderosos. Agora, entra na conta também os projetos de irrigação para o agronegócio. Mais do que nunca, união e vigilância estão sendo exigidas dos atingidos para não perderem terras e garantir sua maneira de viver. (mais…)

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Calamidade olímpica

Começam esta semana os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em meio a uma das piores crises financeiras dos últimos anos. Movimentos sociais esperam fortalecimento das mobilizações, mas expressam preocupação com leis que ameaçam direito à manifestação aprovadas para as Olimpíadas

Por André Antunes – EPSJV/Fiocruz

Quem lê o título desta matéria logo o associa com a decisão do governador em exercício do Rio de Janeiro Francisco Dornelles, que no dia 17 de junho decretou estado de calamidade pública, sob o argumento de que a “grave crise financeira” que o estado atravessa “impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos”. Mas a realidade é que na “cidade olímpica”, a calamidade é de outra ordem. E ela nem sempre está publicada em diário oficial. (mais…)

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