Professor acorda com arma na cabeça e fica 4 anos preso

Pioneiro do Instituto de Geociências da Unicamp foi capturado e torturado por agentes da Oban

Por Mariana Garcia, Jornal da Unicamp

Quando me perguntam se fomos brigar com a ditadura e respondo que sim, as pessoas não conseguem entender. Éramos doidos? Não, não éramos. O mundo era outro, as situações eram diferentes. Naquele tempo, o mundo girava em torno da Guerra do Vietnã, e o Exército dos Estados Unidos, tido como o maior do planeta, estava sendo derrotado militar e politicamente. Nós passávamos o domingo lendo notícias e análises da guerra no Estadão. Enquanto isso, na França, o movimento dos estudantes havia forçado o primeiro-ministro a se refugiar na Argélia. Na América Latina, cresciam as guerrilhas contra os regimes ditatoriais – só não havia guerrilha no México e no Chile. Lembrando que em Cuba tinha dado certo.” (mais…)

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60 anos do Golpe de 1964: “A possibilidade de rupturas institucionais ainda paira sobre nós”. Entrevista especial com Adriano de Freixo

Para o professor, maior parte do povo brasileiro vive um estado de exceção permanente e “estamos muito longe de ter uma democracia e uma cidadania plenas”

IHU

Há 60 anos, o Comício da Central do Brasil antecipava a queda de João de Goulart e o Golpe de 1964. Para o historiador Adriano de Freixo, “O Comício da Central do Brasil foi, sem dúvida, um ponto de inflexão para João Goulart. É o momento que marca simbolicamente a sua ‘reconciliação’ com a esquerda do PTB. Com a conspiração já em andamento e de forma explícita e ficando cada vez mais isolado, não havia outro caminho para Jango a não ser deixar de lado as malsucedidas políticas conciliadoras e partir para o tudo ou nada”, explica. (mais…)

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A memória remoída. Por Edson Teles*

Conhecer essas histórias, diferentemente do que foi recentemente declarado pelo presidente Lula, não é remoer o passado. O desconhecimento dos fatos ou o voluntário arquivamento da história tem causado danos à democracia brasileira

No blog da Boitempo

Entre 2019 e 2022 o país viveu um governo que negou fatos e tentou subverter os sentidos da história ao glorificar a ditadura e homenagear torturadores, como o fez com o coronel Ustra (condenado como torturador da família Teles em todas as instâncias da Justiça). Um dos resultados mais impactantes do negacionismo estatizado foi a recente tentativa de golpe de Estado de nossa história: o de 8 de janeiro de 2023. (mais…)

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Casa de Oswaldo Cruz promove evento “Desafios da desinformação e possibilidades para a divulgação científica”

Por COC/Fiocruz

O uso massivo da internet e o intenso compartilhamento de informações via redes sociais digitais desencadearam transformações profundas nas formas de se comunicar, colocando-nos diante de novos e complexos desafios que marcam a era da pós-verdade. Entre eles, destaca-se a circulação desenfreada de desinformação, com graves consequências para a sociedade, em diferentes temas. Para abordar essa questão que atinge fortemente a ciência e a divulgação científica, o evento “Desafios da desinformação e possibilidades para a divulgação científica”, promovido na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), debaterá o tema sobre distintos aspectos e com pesquisadores de diferentes áreas. (mais…)

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Sérgio Macaco, o capitão que evitou atentado da ditadura

Morto há 30 anos, militar negou-se a cumprir ordens para executar operação em 1968 que deixaria pelo menos 10 mil mortos no Rio de Janeiro, entre eles o cardeal d. Helder Câmara e o ex-presidente JK

por Edison Veiga, em DW

“Não, não concordo. E, enquanto eu estiver vivo, isso não acontecerá.” Estas teriam sido as frases ditas pelo capitão-paraquedista Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, conhecido como Sérgio Macaco, a seu superior, o brigadeiro João Paulo Burnier em 12 de junho de 1968. Na mesa de Burnier estava um ousado plano que deixaria pelo menos 10 mil mortos no Rio – e a culpa seria atribuída “aos comunistas”. (mais…)

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Carta ao avô: 54 anos sem Mário Alves. Por Leo Alves

Em Filhos e Netos 

“Camarada Mário, meu avô! Resolvi lhe escrever esta carta e te contar as novas, inspirado nas cartas do companheiro Ivan Cosenza, que escreve para o falecido pai, Henfil – @ascartasdopai – Sei lá, né? Parece que está sendo um dos poucos recursos que familiares de pessoas afetadas pela Ditadura de 64 estão tendo hoje para serem escutados: falar com seus próprios mortos! (mais…)

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E se Jesus tivesse nascido em Buenos Aires? Por José Ribamar Bessa Freire

Enquanto minhas mãos puderem escrever / enquanto meu cérebro puder pensar, / estaremos você, eu, todos / e haverá um amanhã. (Poema de Ana María Ponce, presa desaparecida na ESMA. 1978)

Taquiprati

O nascimento, a vida e a morte de Jesus seriam diferentes, se ele fosse argentino como o Papa Francisco? Depende da época. Na ditadura militar, nasceria não numa estrebaria, mas na maternidade camuflada da Escuela Superior de Mecánica de la Armada (ESMA) – centro clandestino de tortura e extermínio, onde Maria, depois de parirseria supliciada até morrer. O pibe sequestrado e vendido com outro nome, agonizaria na cruz. Atirariam no mar do alto de um avião o carpinteiro José, o vô Joaquim e os 12 apóstolos. (mais…)

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