Teses sobre o decrescimento. Por Michae Löwy

Sem ilusões sobre um “capitalismo limpo”, é preciso tentar ganhar tempo, e impor, aos poderes constituídos, algumas medidas elementares de decrescimento

Em A Terra é Redonda 

1.

A crise ecológica já é a questão social e política mais importante do século 21, e se tornará ainda mais importante nos próximos meses e anos. O futuro do planeta e, por conseguinte, da humanidade, será decidido nas próximas décadas. Como explica o IPCC, se a temperatura média ultrapassar a do período pré-industrial em 1,5°, há o risco de desencadear-se um processo de mudanças climáticas irreversível e catastrófico. Quais seriam as consequências disso? (mais…)

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A ‘ditadura escrachada’ do capital e do mercado que ele domina. Por Jacques Alfonsin

Vivemos sob um Estado dominado por uma ditadura socioeconômica que só reconhece Estado de direito e democracia privatizados pelo capital

No Sul21

Em artigo publicado na Zero Hora de 5 deste julho, sob o título de “A ditadura escrachada”, a presidente do Instituto de Estudos empresariais faz algumas afirmações que, por respeito a história e a realidade atual do Brasil, merecem questionamento. A primeira é a de que a paz somente será possível, diferentemente do que cantava John Lennon, pelo respeito devido à propriedade privada e a à liberdade. A segunda, de que serviria de exemplo contrário disso, os países que são comunistas. A terceira, a de que outro modelo de economia e política que relativize a democracia e o Estado de direito constitui-se em verdadeiro deboche. (mais…)

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O neoliberalismo e a atualidade de Marx. Entrevista com David Harvey

Em entrevista recente ao Mediapart, David Harvey comenta a mercantilização da vida, a violência do neoliberalismo, o populismo e a atualidade de Marx.

Por Mathieu Dejean e Romaric Godin, no Blog da Boitempo

David Harvey é uma das figuras mais importantes do marxismo contemporâneo. De passagem por Paris, reuniu-se com Jean-Luc Mélenchon no dia 12 de abril, a convite do Instituto La Boétie. Grande crítico do capitalismo e incansável intérprete do pensamento de Karl Marx, geógrafo e pensador acerca dos efeitos concretos do capital na sociedade, este britânico de 88 anos sempre fora um observador atento da realidade econômica, social e geográfica. (mais…)

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As entranhas do capitalismo sanguessuga. Por Ladislau Dowbor

No controle da revolução digital, o capital avança à sua fase financista, em que concentra a riqueza em escala jamais vista – sem produzir nada. Para os 99%, trabalho precário e desalento. Governança segue analógica, de mãos atadas e local

Em Outras Palavras

O Dicionário de Cambridge define o mais-valor como “a diferença entre o valor que um trabalhador recebe e o valor que o trabalhador acrescenta aos bens ou serviços produzidos”. Não é preciso ser marxista para entender que os altos lucros obtidos com baixos salários levam à exploração e ao crescimento desequilibrado. Essa ainda é uma questão crucial, pois o ciclo econômico exige não apenas produção, mas também poder de compra para que os bens e serviços possam ser vendidos. Na tradicional economia industrial do século 20, um equilíbrio razoável foi alcançado através do New Deal nos EUA e do Welfare State em alguns países, basicamente do Norte Global, com políticas públicas equilibrando interesses por meio de tributação progressiva e provisão de bens públicos e serviços. Esse equilíbrio foi derrubado pela extração de riqueza atualmente dominante por meio do rentismo, ou geração improdutiva de riqueza, acima e muito além do mais-valor tradicional. Chamamos isso de neoliberalismo, mas não há nada de liberal nessa história. (mais…)

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Construir Desconstruindo Por Candido Grzybowski

No Sentidos e Rumos

As cidadanias ativas se forjam e se renovam na disputa social, a partir dos territórios, afirmando identidade social e, ao mesmo tempo, demando reconhecimento e pertencimento ao coletivo com um todo, com direitos iguais na diversidade. Trata-se de uma prática de liberdade de pensar e agir, para elaborar e disputar narrativas sobre si mesmas e da sociedade como um todo. Assim, se situam no emaranhado de relações, processos e estruturas históricas vividas, suas formas de dominação, exploração e destruição, violência, discriminação e exclusão. No processo se forja a busca da emancipação cidadã indispensável para um agir coletivo. Ao mesmo tempo, para ganhar potência política, a própria prática leva a criar organizações e movimentos sociais, redes, coalizões, partidos, assim como a identificar e qualificar os conjuntos de forças sociais e políticas divergentes e as totalmente opostas. Este processo de pensamento em ação é que pode dar vida e intensidade à democracia, como modo de transformação ecossocial das estruturas e processos políticos e econômicos. (mais…)

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Capitalismo woke. Por Slavoj Žižek

Os woke [acordados] nos acordam – para o racismo e o sexismo – justamente para permitir que continuemos sonhando

No Blog A Terra é Redonda

Há quem diga que a “wokeness” está em declínio. Na verdade, ela está sendo gradualmente normalizada, acatada até mesmo por aqueles que, internamente, duvidam dela, e sendo praticada pela maioria das instituições acadêmicas, empresariais e estatais. É por isso que ela merece, mais do que nunca, nossa crítica – assim como o seu oposto, a obscenidade do novo populismo e do fundamentalismo religioso. (mais…)

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Para Ailton Krenak, o capitalismo “teve metástase”

Xamã, filósofo, líder indígena e escritor brasileiro, é uma das vozes mais reveladoras do pensamento latino-americano contemporâneo. O fundador da União das Nações Indígenas (UNI), autor de Ideias para adiar o fim do mundo e Futuro ancestral, entre outros livros, se opõe ao utilitarismo atual e argumenta que “os governos deixaram de existir”.

A reportagem é de Silvina Friera, Página/A tradução é do Cepat, no IHU

“Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, o ser humano, ou melhor, esse clube seleto da humanidade, vem devastando tudo ao seu redor”, adverte Ailton Krenak em “Não se come dinheiro”, um dos textos que compõem um livrinho extraordinário, A vida não é útil, editado na Argentina pela Eterna Cadencia, com tradução de Cecília Palmeiro e prefácio de Natalia Brizuela. (mais…)

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