Como lidar com áreas “degradadas” das metrópoles? Pesquisador propõe mapas coletivos para entender os “fluxos”, combater estigmas e construir saídas. Cuidado e moradia, diz ele, são centrais e permitem resistir à especulação e à barbárie
Lucas Scatolini entrevista Aluizio Marino, no Outras Palavras
Uma névoa de guerra particular paira sobre o Centro de São Paulo. Maltrapilhos e famélicos, agarrados a cobertores puídos ou cachimbos metálicos, os “inimigos” são confinados a céu aberto em gradis, controlados por forças policiais, uma espécie de campo de concentração light – se é que isso é possível. São “zumbis da pedra”, “crackudos”, “marginais”, segundo a velha mídia – e, portanto, menos humanos. Vivem na cracolândia paulistana. São quase duas mil pessoas nessa situação e território fluido, segundo estimativas. A cena já não choca mais – e divide a população, entre aqueles que a veem como um problema de saúde pública e os que acreditam ser caso de polícia, mostra pesquisa Datafolha. Porém, a visão autoritária e repressiva sobre a questão parece dominar a administração pública. (mais…)
Ler Mais