Manifestações, ativismo e militância: novas formas de compreender a democracia. Entrevista especial com André Luis Leite

Por: Ricardo Machado, em IHU On-Line

Desde as Jornadas de Junho de 2013, o espaço político tem constantemente se reconfigurado. Seja à esquerda ou à direita, diferentes correntes têm tomado espaços públicos, das ruas às plataformas virtuais, mobilizando-se para defender seus ideais. “As manifestações de Junho, as Ocupações Secundaristas e os protestos ‘verde e amarelo’ são produto, e produtores, dessa intensa fase de conflito social, iniciada em 2013, na qual as ações coletivas se espalham de setores mais mobilizados para outros menos mobilizados e acentuam, ou explicitam, as tensões sociais que pareciam harmonizadas nos últimos tempos”, observa o psicólogo André Luis Leite, que tem se dedicado a observar esses fenômenos.

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Sinais de esperança afloram das ruas. Por Cândido Grzybowski

do Ibase

O processo histórico tem claros condicionantes, grandes movimentos tectônicos de relações, processos e estruturas ecossociais, contraditórios e interdependentes, sempre em movimento, heranças vivas de ações de gerações passadas e presentes, materializadas nos territórios e nos tempos que vivemos. O nosso curto tempo histórico tem esta herança maior que nós mesmos, nosso meio imediato, a sociedade de que fazemos parte, nossas formas de nos organizarmos para produzir e reproduzir a vida e ir levando. Porém, nada, absolutamente nada, está acabado ou é imutável. A vida se faz e refaz, até se destrói, num movimento contínuo. Nós somos a vida humana neste tempo histórico, a seu modo conturbado e extremamente contraditório. Do nosso jeito, dentro de nossas possibilidades, opções e limites, vamos fazendo história no chão concreto do dia a dia, entre sujeitos coletivos sociais, confrontando-se e disputando sentidos e rumos, lá onde estamos, por opção ou por falta de opção, sempre condicionados pela humanidade inteira com quem compartimos o Planeta Terra. O destino é viver em coletividade e completar a vida com a própria morte, mas como e quanto tempo depende do modo como nos organizamos para viver.

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A luta pela educação e o campo: Dia 30 vai ser maior!

Escolas do campo se integram a diversos movimentos sociais para valer os direitos conquistados

Por Fernanda Alcântara, na Página do MST

Em defesa da educação e contra os cortes nas universidades, a grande mobilização nacional realizada no último 15 de maio levou milhares de pessoas às ruas de todo o país. Mas os ataques por parte do governo Bolsonaro não param e, diante das ameaças e retrocessos, instituições, escolas e entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) convocam nova mobilização para a próxima quinta-feira (30).

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História de duas manifestações

Estudantes e professores levaram muito mais gente às ruas que o bolsonarismo. Risco de autogolpe caiu. Mas, surpresa: a pauta das contrarreformas não refluiu. Por que?

por Antonio Martins, em Outras Palavras

Certas experiências só são vividas de fato quando se reflete sobre elas e seu sentido. O Brasil vive, desde 15 de maio, o primeiro grande desafio ao projeto de Jair Bolsonaro. Houve duas jornadas de mobilização nacional nas ruas, convocadas por atores que ocupam posições opostas na disputa pelos rumos do país. Uma terceira está marcada para daqui a três dias. Em seu conjunto, elas projetam saudáveis incertezas sobre um cenário que parecia desastroso. Além disso, ajudam a enxergar melhor a disputa política complexa que marca o Brasil desde a campanha eleitoral de 2018, vista costumeiramente a partir de simplificações redutoras. Neste cenário, começa a ficar clara a existência de três blocos de forças, nitidamente distintas: ultracapitalismo, protofascismo e a heterogênea oposição a ambos. Esta última é a principal protagonista dos solavancos – e de uma possível virada. Está viva, ao contrário do que apostavam muitos analistas. Porém, enfrenta dois limites. Não tem acesso a instrumentos de poder relevantes. E não tem projeto claro, o que torna frágeis todos os seus avanços. Precisa resolver esta lacuna, sob pena de desperdiçar a potência de seus grandes atos, e de não se aproveitar das brechas que começam a surgir — e tendem a se alargar rapidamente — entre os dois projetos no governo.

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Ministro da Justiça extrapola competências ao autorizar uso da Força Nacional em manutenção da ordem pública, destaca PFDC

Órgão do Ministério Público Federal esclarece que, para determinar o emprego da Força Nacional em segurança preventiva, a União depende sempre de solicitação do governador

Na PFDC

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, extrapolou sua competência ao editar a Portaria MJSP nº 441, de 2019, que autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília/DF, por um período de 33 dias, a contar de 17 de abril.

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Diário: a primeira tarde de protesto na era Bolsonaro

O ato do MPL contra o aumento dos ônibus, em SP, visto por dentro. Perfil dos dez mil manifestantes. Os métodos horizontais. O Vermelho e o Negro. A tática policial para isolar o protesto e a resposta

Por Gavin Adams, em Outras Palavras

10 de Janeiro: Saí da estação Sé do metrô, no centro de São Paulo, às 17h30 para alcançar a primeira manifestação do Movimento Passe Livre contra o aumento da tarifa, em frente ao Teatro Municipal. A passagem aumentou acima da inflação e provocou o que parece ser o primeiro grande ato de protesto da Era Bolsonaro.

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A pauta do Brasil é rediscutir o Estado brasileiro. Entrevista especial com Rudá Ricci

por Patricia Fachin e Ricardo Machado, em IHU On-Line

Elaborar um projeto de Estado é a principal pauta política a ser discutida no Brasil daqui para frente, defende o cientista político Rudá Ricci na entrevista a seguir, concedida pessoalmente à IHU On-Line na semana passada, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU, no Campus Unisinos Porto Alegre. Na avaliação dele, “no Brasil nós nunca tivemos uma noção muito clara do papel do Estado”, e com exceção do governo Getúlio Vargas, do embate entre direita e esquerda nos anos 60 e do regime militar, nunca se discutiu a República no país. (mais…)

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