Nem todos têm um preço, parte 6: Vila Autódromo no contexto das remoções olímpicas do Rio

Theresa Williamson – RioOnWatch

Infelizmente, a Vila Autódromo representa apenas uma de dezenas de comunidades que sofreram remoções na preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Ao todo, 80.000 pessoais foram removidas. Duas a três mil dessas eram da Vila Autódromo. De acordo com algumas estimativas, foram removidas no Rio mais pessoas nos anos pré-Olímpicos do que em ambas as administrações anteriores associadas com remoções, juntas: a de Francisco Pereira Passosna primeira década do século XX e de Carlos Lacerda nos anos 60.

Os Jogos Olímpicos foram o pretexto perfeito para a remoção. Ao longo do século anterior, moradores de favela adquiriram direitos básicos à terra, e suas comunidades vinham sendo lentamente urbanizadas sob a crescente conclusão de que essa seria a única maneira de integrá-las de forma justa. Oportunidades para remoções em massa não seriam mais justificáveis–isso é, até o prazo das Olimpíadas oferecer um estado de exceção.1 A população da cidade ansiava por investimentos. Havia uma suposição geral de que as decisões sendo tomadas pela prefeitura eram pertinentes e de interesse público. E havia pouco controle para garantir que realmente o fossem. (mais…)

Ler Mais

Intimidação e virada crucial na luta da Vila Autódromo (2013-2014)

A Ascensão da Vila Autódromo Como Símbolo de Resistência Olímpica (2013-2014)

Theresa Williamson – RioOnWatch

Até o final de 2012 todos os ingredientes estavam reunidos para o que se passaria ao longo do crucial ano por vir. A resistência da Vila Autódromo, com bases sólidas, seguiu crescendo no início de 2013. O convincente Plano Popular estava sendo distribuído, uma forte rede de líderes comunitários se reunia e se mobilizava, uma diversa gama de parceiros se engajava, a mídia global começava a prestar atenção e a batalha judicial da comunidade seguia resolutamente sem solução. Legalmente, o prefeito não poderia remover a comunidade sem consentimento ou justificativa para a desapropriação. E dada a visibilidade e a mobilização da comunidade, uma remoção relâmpago estava, cada vez mais, fora de questão politicamente. (mais…)

Ler Mais

Rio 2016: Mitos Olímpicos, Duras Realidades

Adam Talbot – RioOnWatch

A coletânea editada por Andrew Zimbalist intitulada Rio 2016: Olympic Myths, Hard Realities (Rio 2016: Mitos Olímpicos, Duras Realidades) é uma brilhante análise sobre os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e seu impacto na cidade. Como já é de conhecimento dos leitores deste site, os Jogos Olímpicos Rio 2016 foram caóticos, caracterizados por uma polícia violenta, remoções de favelas, degradação ambiental e uma série de outros abusos dos direitos humanos, além da corrupção e consequências econômicas que foram divulgadas na imprensa mundial. (mais…)

Ler Mais

Caros Projetos de Transporte dos Megaeventos Não Resolveram a Mobilidade, Nem a Desigualdade

Saem os Resultados de Pesquisas Sobre Mobilidade Pré e Pós-Olimpíadas

Cerianne Robertson – RioOnWatch

A decisão da cidade de se candidatar a sede dos Jogos de 2016 foi tomada a partir de uma visão de longo prazo: percorrer o caminho, aberto com uma vitória da candidatura, da transformação do Rio em uma cidade melhor para se viver e trabalhar… Os Jogos poderiam ajudar a reduzir distâncias geográficas e sociais e tornar a cidade e suas diferentes regiões mais integradas.” — Rio 2016 Jogos Olímpicos e Legados Cadernos de Políticas Públicas (mais…)

Ler Mais

Abandono e Exclusão: O Legado Majoritário dos Jogos Rio 2016

Renan Schuindt* – RioOnWatch

De acordo com a Autoridade Pública Olímpica: “Legado é um conjunto de obras de infraestrutura (incluindo esportiva) e políticas públicas nas áreas de mobilidade, meio ambiente, urbanização, educação e cultura que estão em andamento e foram aceleradas e/ou viabilizadas pelo fato de a cidade do Rio de Janeiro sediar os Jogos Rio 2016”. (mais…)

Ler Mais

Resistência do Laboriaux na Rocinha em Face ao Legado Olímpico de Remoções #QueLegado

Simone Rodrigues – RioOnWatch

A reconfiguração recente da cidade do Rio de Janeiro em uma cidade Olímpica comprometeu diretamente o direito à moradia de seus habitantes, por meio da remoção compulsória de pessoas empobrecidas que viviam em áreas sujeitas à especulação imobiliária, como a Região Portuária, a Zona Sul e Barra da Tijuca. Essas remoções feitas por decreto durante a gestão do então Prefeito Eduardo Paes representaram flagrantes violações dos direitos humanos, visto que agentes da prefeitura agiram com truculência, ameaçaram derrubar as casas com as pessoas e seus pertences dentro e forçaram pessoas a assinar o auto de interdição das casas sob pena de não recebimento de indenização, sem diálogo e sem transparência. (mais…)

Ler Mais