Dez anos de protestos: qual o perfil dos manifestantes que vão às ruas no Brasil?

Levantamento da Agência Pública revela semelhanças e diferenças do público nos protestos que marcaram o país desde 2013

Por Bianca Muniz, em Agência Pública

Um homem branco, com Ensino Superior completo e renda familiar de cinco a dez salários mínimos. Um homem negro, com Ensino Fundamental completo e renda familiar de até dois salários. Os dois perfis representam as características dominantes das pessoas que participaram de dois grandes momentos de protestos de rua no Brasil na última década. (mais…)

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Ramonet: Cuba enfrenta agenda de desestabilização que já estava desenhada

“Não há dúvida de que é algo premeditado, e toda a artilharia das redes sociais foi lançada a partir de uma pequena dose de realidade para lançar um roteiro absolutamente apocalíptico, que nada tem a ver com a verdade”, disse

Por Waldo Mendiluza, da Prensa Latina, em Opera Mundi

O professor e jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet afirmou nesta quarta-feira (14/07) que Cuba enfrenta uma agenda de desestabilização previamente desenhada para, a partir de pequenas doses de realidade, desencadear uma campanha virulenta nas redes sociais.

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Os EUA devem acabar com as brutais sanções contra Cuba

Com o início dos protestos em Cuba, alguns políticos e comentaristas estão pedindo intervenção. Isso seria um completo desastre – basta ver a situação do Haiti. A melhor coisa que os EUA podem fazer para ajudar o povo cubano é suspender seu embargo desumano, que já retirou US$ 130 bilhões da ilha socialista.

Por Ben Burgis* / Tradução: Cauê Seignemartin Ameni, na Jacobin

No domingo, eclodiram em Cuba os maiores protestos antigovernamentais em pelo menos 27 anos. Milhares de pessoas marcharam nas ruas entoando palavras de ordem. Outros viraram carros da polícia ou saquearam lojas.

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A cooptação de junho de 2013, oito anos depois

Nas avaliações históricas há o perigo de se cair numa ilusão de ótica anacrônica que faz uma interpretação das lutas do passado somente pelos seus resultados do presente. A faísca de Junho de 2013 não foi a semente reacionária em que vivemos. Os manifestantes queriam mais serviços públicos, não o nacionalismo protofascista e neoliberal de Bolsonaro.

Por Valerio Arcary*, em Jacobin

Compreender o presente pelo passado é, correlativamente, compreender o passado pelo presente. 
– Marc Bloch

A partir do dia 13 de junho de 2013 aconteceu uma inflexão importante da situação política no Brasil. Uma sequência de quatro protestos de rua contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo, com alguns milhares de jovens, foi uma faísca. Reprimidos pela polícia com uma violência selvagem, detonaram uma explosão social surpreendente. 

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Manifestações, ativismo e militância: novas formas de compreender a democracia. Entrevista especial com André Luis Leite

Por: Ricardo Machado, em IHU On-Line

Desde as Jornadas de Junho de 2013, o espaço político tem constantemente se reconfigurado. Seja à esquerda ou à direita, diferentes correntes têm tomado espaços públicos, das ruas às plataformas virtuais, mobilizando-se para defender seus ideais. “As manifestações de Junho, as Ocupações Secundaristas e os protestos ‘verde e amarelo’ são produto, e produtores, dessa intensa fase de conflito social, iniciada em 2013, na qual as ações coletivas se espalham de setores mais mobilizados para outros menos mobilizados e acentuam, ou explicitam, as tensões sociais que pareciam harmonizadas nos últimos tempos”, observa o psicólogo André Luis Leite, que tem se dedicado a observar esses fenômenos.

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#15M e o retorno da política às ruas. Algumas análises

Por: Patricia Fachin, João Vitor Santos e Ricardo Machado, em IHU On-Line

As manifestações estudantis da última quarta-feira, 15-05-2019, contra o  contingenciamento dos gastos na área da educação, revelam que a pauta do ensino “está sendo posta na rua” e que “a educação tornou-se parte da agenda dos jovens. Isso é novo e é bom”, diz o sociólogo Luiz Werneck Vianna à IHU On-Line. Na avaliação do pesquisador, os protestos da semana passada são marcados por uma “diferença fundamental” das mobilizações de Junho de 2013. “Junho de 2013 tinha uma conotação antipolítica, que a manifestação de agora não tem. Ao contrário, o que se vê – e eu como professor universitário vejo com os estudantes iniciantes na universidade – é uma grande atração pelos partidos políticos; não pelos que existem, mas a necessidade de se ter partidos está muito presente entre eles”.

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A catraca como símbolo de uma sociedade escravocrata

No Brasil, país de cercas que cercam os latifúndios, cada favela tem muito de quilombo e cada ônibus lotado tem muito de navio negreiro

por Tiaraju D’Andrea, em Blog da Boitempo

As Jornadas de Junho de 2013, que agora completam cinco anos, foram eventos fundamentais para toda uma geração. Como uma erupção, elas foram o resultado de camadas magmáticas de processos que se acumularam e em dado momento, explodiram. O tema possibilita distintos recortes e aproximações. Eu poderia discorrer aqui sobre os desdobramentos políticos de junho. Também poderia descrever minha própria participação nos eventos, intensa e recheada de passagens surpreendentes. Tais crônicas pessoais ficarão para um outro momento. Aqui, pretendo brevemente discorrer sobre uma pauta que permeou o levante contra o aumento da tarifa: falo da questão urbana. Prefiro, neste texto, falar do que denomino “Revolta da Tarifa”, acontecimento prévio e detonador do que posteriormente ficou conhecido como “Jornadas de Junho”. Opto por discutir como uma sociedade de classes se expressa espacialmente pela separação entre as distintas classes que a compõem. No caso brasileiro, não é possível falar de sociedade de classes, e nem de cidades, sem se remeter à escravidão. (mais…)

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