Ribeirinhos de comunidades acima do reservatório de Belo Monte reivindicam reparação de danos

Segundo o Ministério Público, movimentos sociais e moradores locais, a construção da usina, que aguarda a renovação de sua licença de operação, causou irreparáveis prejuízos ao meio ambiente e provocou o sumiço dos peixes do Xingu, impactando comunidades abaixo e acima da barragem

por Coletivo de Comunicação MAB PA

Enquanto o Ibama analisa o pedido de renovação da licença de operação da Usina de Belo Monte, os moradores de comunidades ribeirinhas à montante do reservatório, em Altamira (PA) denunciam não terem tido acesso até hoje a nenhuma medida de reparação. Apesar de sofrerem com os grandes impactos da hidrelétrica desde o período da sua construção, sete anos após o início das operações, eles ainda não foram sequer reconhecidos como atingidos pelo Consórcio Norte Energia, responsável pela construção e operação da barragem. (mais…)

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Território Ribeirinho, criado para reparar Belo Monte, é alvo da extrema direita

Ao atrasar o reassentamento da população tradicional expulsa pela hidrelétrica, Norte Energia se beneficia de uma campanha articulada entre ruralistas da região de Altamira e senadores da base bolsonarista

por CLAUDIA ANTUNES, em Sumaúma

Passados sete anos de sua expulsão das margens e das ilhas do rio Xingu para dar lugar ao reservatório da hidrelétrica de Belo Monte, cerca de 300 famílias ribeirinhas da região de Altamira, no Pará, ainda esperam pelo território no qual pretendem recuperar seus modos de sustento e de vida. A criação do chamado Território Ribeirinho, aprovada em 2019 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como maneira de reparação a essa comunidade tradicional, é uma das condições do órgão ambiental no processo em que, neste momento, se examina a renovação da licença de operação da usina. No entanto, a falta de providências efetivas da Norte Energia, empresa concessionária da hidrelétrica, para a criação do Território Ribeirinho, por um lado, e de cobranças efetivas do Ibama para que ela cumpra essa condicionante, por outro, está alimentando uma nova ofensiva dos ruralistas locais e de seus aliados em Brasília contra o projeto, que exige a desapropriação de terras. (mais…)

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Pescadores e cientistas são unânimes: Belo Monte matou os peixes do Rio Xingu

por João Paulo Guimarães, em Mongabay

  • Sete anos após o início das operações da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, pescadores confirmam o que cientistas vêm constatando em estudos: os peixes desapareceram do Rio Xingu.
  • O maior impacto foi na dispersão de frutos por parte de peixes frugívoros: com a vazão do rio reduzida, os frutos agora caem em áreas secas, fazendo com os que os peixes busquem alimento em outros territórios e comprometendo toda a cadeia alimentar acima deles.
  • Os pescadores até hoje aguardam a reparação da Norte Energia, consórcio de empresas responsável pela construção de Belo Monte, que reassentou as famílias em áreas distantes das áreas de pesca e descumpriu promessas de entrega de equipamentos.

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Belo Monte “quebrou a resistência dos povos indígenas” e “é um abacaxi político a ser resolvido”. Entrevista especial com Rodolfo Salm

“Ando muito pessimista diante do domínio da Norte Energia sobre os povos indígenas. Se, em 2012, havia uma divisão entre os que eram contra e a favor de Belo Monte, hoje a sensação que tenho é que existe um domínio quase absoluto sobre os povos indígenas”, afirma o biólogo e professor da Universidade Federal do Pará – UFPA

Por: Patricia Fachin, em IHU

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizada no Rio Xingu, Pará, na Bacia hidrográfica do Rio Amazonas, inaugurada oficialmente há sete anos e em plena operação há quatro, ainda não cumpriu todas as condicionantes atreladas à possibilidade de construção e funcionamento da obra e segue operando, mesmo com a licença de operação vencida desde 2021. (mais…)

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A solução para o caos ambiental de Belo Monte está na mesa do Ibama

Pesquisadores indígenas, ribeirinhos e da academia apresentaram à Procuradoria-Geral da República dados alarmantes que mostram: o Rio Xingu está morrendo

por Clara Roman, no ISA

O pulso do Rio Xingu é o que garante a vida do próprio rio e de todos os seres que o habitam. Os povos indígenas e ribeirinhos da Volta Grande do Xingu – trecho do rio logo após o barramento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte – sempre souberam disso. (mais…)

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Os 8 mil metros cúbicos por segundo que destroem a Volta Grande do Xingu

Graças ao pedido de impugnação do seminário que discutiu o sequestro da água pela usina de Belo Monte, os pesquisadores descobriram que a vazão que está causando uma catástrofe humanitária e ambiental na Amazônia foi definida a partir de um estudo frágil e precário, que jamais permitiria determinar o volume necessário para a reprodução da vida

por HELENA PALMQUIST, em Sumaúma

Oito mil metros cúbicos por segundo. Esse é o número central do debate sobre a catástrofe ambiental e humanitária provocada por Belo Monte na Volta Grande do Xingu – como é chamado o trecho de 130 quilômetros de uma das regiões mais biodiversas da Amazônia. Oito mil metros cúbicos por segundo é a quantidade máxima de água do rio que a Norte Energia, concessionária da hidrelétrica, destina para o funcionamento de todos os sistemas ecológicos e para a vida dos povos indígenas e das comunidades tradicionais ribeirinhas da região, durante apenas um mês por ano, para simular o pico da cheia do rio, que nas condições naturais alcançaria quase o triplo desse volume: 22 mil metros cúbicos. Oito mil metros cúbicos por segundo é a quantidade de água que condena centenas de espécies de peixe à morte, por não conseguirem se reproduzir, e tira a proteína da mesa dos habitantes da Volta Grande. Oito mil metros cúbicos por segundo é a quantidade de água que pode matar 70% das florestas alagáveis da região. (mais…)

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