As instituições estão funcionando. Aos tapas

Por Fernando Brito, em Tijolaço

O leitor de notícia que não o faz através dos blogs ficou sem saber porque e para quem era o destampatório feito ontem pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, contra “”figuras de expressão nacional que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro ”

A nossa grande imprensa, chapa mais branca do que nunca com este governo certamente acha normal o mais alto representante do Ministério Público  e um ministro do Supremo estapearem-se verbalmente em público. Se bobear, diz até que “é sinal de que as instituições estão funcionando”. (mais…)

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Depois dos vazamentos, por Janio de Freitas

Na Folha

As considerações do procurador-geral Rodrigo Janot, em resposta às feitas sobre seu pedido de prisão de José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá, foram exaltadas (com certa razão), mas sem o essencial. Sua indignação com insinuações de planos eleitorais e com a atribuição do vazamento à própria Procuradoria da República –sugestão que envolve o ministro Gilmar Mendes– leva-o ao propósito de identificar as respectivas origens. O que muitos consideram já vir tarde. E, a ser feito mesmo, deve começar por reconhecer o direito dos jornalistas (os profissionais, que são os jornalistas de fato) ao sigilo sobre suas fontes de informação. Lembrança necessária em tempos de arbitrariedades judiciais. (mais…)

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Decepção, por Luis Fernando Veríssimo

“… não veremos a foto, tão esperada, do Cunha conduzido pelo japonês bonzinho.”

Em O Globo

Temos todo o direito de nos sentir logrados. Primeiro, foi a decisão de poupar o Neymar e não convocá-lo para a Copa América, privando-nos da sua arte num time notoriamente carente de artistas. Depois, veio a suspensão da Maria Sharapova dos torneios de tênis por dois anos.

Dois anos sem aqueles cabelos loiros esvoaçantes, dois anos sem aqueles saiotes curtos, dois anos sem aquelas pernas longas. Nos sonegaram a maravilha. (mais…)

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Carta da Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil ao STF sobre a vaquejada

Excelentíssimos Senhores Ministros do Colendo Supremo Tribunal Federal,

Os professores de Direito Ambiental que esta carta subscrevem, integrantes da Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil, extremamente preocupados com os rumos do julgamento em curso da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4983, por meio da qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, questiona a validade da Lei 15.299/2013, do Estado do Ceará, vêm à presença de Vv.Ee. apresentar as seguintes ponderações:

01. Ninguém ignora que haja quem considere maltratar um animal uma forma válida de diversão, uma atividade cultural ou desportiva. Da mesma forma, há também quem ache que subjugar uma mulher é uma conquista do homem, que espancar uma criança é um direito dos pais e que encarcerar um idoso num quarto é uma solução prática para os dias atuais. (mais…)

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Brasil se junta ao cenário global e instaura uma ditadura da plutocracia

Por Márcio Sotelo Felippe, em Justificando

Nosso imaginário político ainda não se adaptou  às mudanças da realidade. Estamos habituados a compreender ditaduras como formas políticas em que não há mecanismos de representação, em que o poder é escancaradamente autoritário, com um Judiciário submisso e manietado, liberdades públicas e direitos fundamentais violados como política legalizada de Estado. Ditaduras seriam, pois, as de Franco, Salazar, Pinochet, as dos militares brasileiros e argentinos nas décadas de 60/70, etc.

Em nosso imaginário, o afastamento da presidenta eleita com 54 milhões de votos seria, assim, algo como um acidente de percurso da democracia brasileira, com algumas violações pontuais da Constituição. (mais…)

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Não se morre de frio, mas de especulação imobiliária e ausência do Estado, por Leonardo Sakamoto

No blog do Sakamoto

Toda vez que o capeta deixa a porta do freezer aberta em São Paulo, lembro da quantidade de imóveis que têm como inquilinos ratos e baratas, visando à especulação imobiliária, enquanto há pessoas virando picolé do lado de fora. Ou gente que dorme sob temperaturas de conservar sorvete em barracos, cortiços e habitações precárias.

O déficit qualitativo e quantitativo de habitação poderia ser drasticamente reduzido se imóveis trancados por portas de tijolos e terrenos vazios pudessem ser desapropriados e destinados a quem precisa – gratuitamente ou a juros abaixo do mercado, dependendo do nível de pobreza em questão. (mais…)

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A crise é um modo de governo, por Vladimir Safatle

Na Folha

“Aos nossos Amigos: Crise e Insurreição” é um pequeno livro de um conjunto de autores anônimos chamado Comitê Invisível. Ele acaba de ser lançado no Brasil (n-1 Edições) em um momento que não poderia ser mais propício. Sua capacidade de apresentar teses sobre a natureza dos impasses da vida contemporânea é algo que há muito havia desaparecido das prateleiras das livrarias.

“Desde 2008, vivemos em constante ritmo de insurreição”, dizem os autores. Nosso maior erro é não perceber como estamos, seja no Brasil, na Turquia, na Espanha, na Tunísia ou na Grécia, em um processo mundial de contestação e desencanto. Faz parte de uma lógica de gestão de crise mundial dar a impressão de que estamos todos a lutar contra governos locais e aparatos nacionais de poder. (mais…)

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