Boaventura: para uma Sociologia das Ausências

Por que, há cem anos, os círculos intelectuais e artísticos mais férteis da Europa eram cegos para o resto do mundo e a guerra em que mergulhariam. Como tudo isso se repete hoje

Por Boaventura de Sousa Santos, Outras Palavras

Estamos em 1913, no centro da vida cultural e política da Europa, um centro que passa fundamentalmente por Viena, Berlim, Praga, Paris, Munique e, à distância, Londres. As elites culturais alimentam incessantemente a sua ilustração nos jornais, folhetins e saraus literários, nas galerias de arte, nos concertos, nas tertúlias de café. Estão febrilmente a par da atualidade cultural e artística e seguem com alguma distância a atualidade política, bem menos excitante. Mas há, entre essas elites, jovens revolucionários que, na clandestinidade, vão preparando tempos novos. É um tempo que se imagina como sendo de enorme criatividade, de inovações e irreverências que rompem com as rotinas, as inércias, as convenções. É o novo século em plena efervescência da primeira juventude. (mais…)

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Doria ataca novamente a Cracolândia e o absurdo já não nos surpreende mais

Por Roberto Tardelli, no Justificando

No domingo, na madrugada gélida paulistana, o Prefeito Municipal, em pessoa, esteve impondo sofrimento e terror aos moradores de rua, que ocupavam uma praça no centro da cidade. A ação facinorosa se voltava contra a cracolândia, que ele quer e entende que resolverá com bombas, tiros, terror e sofrimento. Entende ele que deverá internar todos os que ali estiverem, involuntariamente. Ou se internam ou morrerão congelados ou caçados nas ruas da loucalópole. Eram seis graus na manhã do domingo e o prefeito agiu porque o terror não descansa, porque no domingo menos pessoas testemunharão a barbárie e seria um dia ideal para mostrar que, nesta cidade, há um João Trabalhador que trabalha sem parar, surfando para os enlouquecidos 80% de aprovação que suas ações anteriores angariaram junto à população. (mais…)

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Mafalda, do cartunista Quino, ganha tradução para idioma indígena guarani no Paraguai

‘Mbaeinchapa, che ha’e Mafalda tem ko’aga añe’ema guaraníme’, se apresenta a personagem, que teve seu primeiro livro na língua indígena lançado na Feira do Livro de Assunção, capital paraguaia

No Opera Mundi

A personagem Mafalda, criada pelo cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, aprendeu seu 27º idioma, o guarani. O primeiro livro da personagem em língua indígena foi lançado pela editora Servilibro na Feira do Livro em Assunção, capital do Paraguai, na última semana. (mais…)

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O racismo na capital do país: a face cruel de um crime covarde

Pesquisa inédita do Ministério Público do DF e Territórios detalha a discriminação e a injúria raciais no DF e como agem os agressores

Por Kelly Almeida e Juliana Cavalcante, no Metrópoles

Elizabete era criança quando percebeu que as mães das amiguinhas e até as próprias crianças não a deixavam brincar com o grupo. Achava que o motivo era porque, menina, ela gostava de ficar na rua. Só descobriu que havia algo errado quando uma das amigas – loira, querida pelos colegas – avisou que só brincaria se Elizabete estivesse junto. Essa era a única forma de sua presença não ser ignorada: era a única negra na turminha de garotas. Em quase 30 anos, a brasiliense conviveu e enfrentou cenas de racismo e discriminação ao menos por outras três vezes; a última, há cerca um ano. (mais…)

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Organizações divulgam nota de repúdio a declarações do Itamaraty que desacreditam a ONU e a CIDH

Cimi

Dezenas de organizações do Brasil divulgam uma nota de repúdio ao posicionamento do Ministério das Relações Exteriores que qualificou como infundadas as preocupações expostas em comunicado conjunto emitido por três relatores especiais das Nações Unidas (ONU) e um relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). (mais…)

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