‘Vocês não vão matar o Rio Pindaré como mataram o Rio Doce’

Índios Guajajara, Awá Guajá e Ka’por se unem para recuperar o que a mineradora Vale devorou nas últimas três décadas

Por Sabrina Duran, especial para a RBA

São Paulo – Bruno nasceu seis anos depois da chegada do Dragão de Ferro à sua comunidade, e por isso não se lembra de como ela era antes da devastação provocada pelo monstro. Seus parentes mais velhos dizem que muita coisa era diferente: a mata era abundante, assim como os animais que viviam nela e serviam de alimento aos antepassados de Bruno. Os peixes, que antes davam e sobravam para alimentar milhares de pessoas, foram sumindo dos igarapés quando os cursos d’água começaram a ser interrompidos ou dificultados por contínuos assoreamentos – ganancioso, o Dragão de Ferro empurra para longe toda terra, casa e gente que esteja no caminho do seu crescimento. (mais…)

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Unila e Unilab: Duas universidades ameaçadas pelo racismo

Por que os conservadores querem destruir a Unila e Unilab, voltadas à integração latinoamericana e com a África Negra. O que isso revela sobre um déficit da esquerda

Por Andréia Moassab e Marcos de Jesus, no Outras Palavras

O fato do discurso do deputado federal Sérgio Souza (PMDB/PR) sobre a extinção da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-americana) ser carregado de racismo, xenofobia e de ódio deveria, no mínimo, servir para que setores de esquerda entendam que a luta contra o capital é indissociável da luta contra o racismo, contra o patriarcado e contra tantas outras formas de dominação e de opressão. É preciso parar com debates teóricos hierarquizantes sobre qual luta é a mais fundamental. Não é casual que as duas universidades sob ameaça de extinção por canetadas de Brasília são propostas resultantes de lutas e reivindicações históricas do povo negro e do povo ameríndio, que os inserem em espaços tradicionalmente reservados às elites brancas brasileiras. (mais…)

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Boaventura: Em defesa da Venezuela

Chavismo cometeu graves erros e precisa revê-los. Uma saída negociada seria possível. Mas o país está conflagrado pela ação dos EUA – como no Iraque, na Líbia e no Brasil…

Por Boaventura de Sousa Santos, no Outras Palavras

A Venezuela vive um dos momentos mais críticos da sua história. Acompanho crítica e solidariamente a revolução bolivariana desde o início. As conquistas sociais das últimas duas décadas são indiscutíveis. Para o provar basta consultar o relatório da ONU de 2016 sobre a evolução do índice de desenvolvimento humano. Diz o relatório: “O índice de desenvolvimento humano (IDH) da Venezuela em 2015 foi de 0,767 – o que colocou o país na categoria de elevado desenvolvimento humano –posicionando-o em 71º de entre 188 países e territórios. Tal classificação é partilhada com a Turquia. De 1990 a 2015, o IDH da Venezuela aumentou de 0,634 para 0,767, um aumento de 20,9%. Entre 1990 e 2015, a esperança de vida ao nascer subiu 4,6 anos, o período médio de escolaridade aumentou 4,8 anos e os anos de escolaridade média geral aumentaram 3,8 anos. O rendimento nacional bruto (RNB) per capita aumentou cerca de 5,4% entre 1990 e 2015. De notar, que estes progressos foram obtidos em democracia, apenas momentaneamente interrompida pela tentativa de golpe de Estado em 2002 protagonizada pela oposição com o apoio ativo dos EUA. (mais…)

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Temer quer melhorar imagem via redes sociais. Mas internet não faz milagre, por Leonardo Sakamoto

No blog do Sakamoto

Insatisfeito com a baixíssima aprovação de seu governo (segundo a última pesquisa CNI/Ibope, ela chegou a 5% – menor que o piso de Dilma, Sarney e da nova tomada de três pinos), Temer vai reestruturar sua área de comunicação para redes sociais. Segundo notícia do jornal O Estado de S.Paulo, a ideia é diminuir a rejeição e conquistar apoio para aprovar a Reforma da Previdência. (mais…)

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Moradores abrem as ‘portas’ de barracas e relatam como é viver sem teto em BH

Por Raul Mariano, no Hoje em Dia

Vista de longe, a barraca onde vivem Marcos e Tatiana, às margens da avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte, parece um alvo frágil diante da força do vento. Mas, os seis meses de permanência do casal no local provam que a construção é tão resistente quanto a população em situação de rua da capital, que já soma 6.287 pessoas, segundo dados da Secretaria Municipal de Políticas Sociais. (mais…)

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Ódio aos indígenas: até quando?, por Elaine Tavares

No Palavras Insurgentes

Não bastou exterminar centenas de etnias, roubar as terras, escravizar, matar, destruir a cultura. Parece que nunca basta. Todos os dias, os povos originários precisam recomeçar a luta contra o preconceito e a ignorância. De cinco milhões na época da invasão, hoje mal chegam a um milhão e ocupam apenas 12% do território nacional. Muitos já perderam grande parte dos seus costumes e saberes, precisam garantir as forças para não morrer, para conseguir um mínimo de território onde possam ser quem são. Outros, na força da luta, uma luta renhida, conseguiram demarcar terras, nas quais tentam viver.  (mais…)

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