O debate sobre a permanência de monumentos em homenagem aos bandeirantes, sertanistas que a partir do século XVI traficavam e matavam indígenas, ainda passa ao largo do que se discute pelo mundo
Por Regiane Oliveira, no El País
Foi em uma escola pública convencional de São Paulo, há mais de 20 anos, que o índio guarani Jurandir Augusto Martim descobriu como o “jurua” (homem branco, na língua guarani mbya) contava a história dos bandeirantes. Os sertanistas que a partir do século XVI exploravam o interior do país à caça de indígenas para escravização, riquezas minerais e destruição de quilombos, eram apresentados como os nobres heróis nacionais, os desbravadores, responsáveis por levar a civilização aos rincões do Brasil e delimitar suas fronteiras. Ensinamentos muito diferentes daqueles que Martim aprendeu em casa por meio da tradição oral indígena. (mais…)
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