Empresas se recusam a pedir desculpas a indígenas por danos de usinas no Teles Pires

Apesar de acordo assinado com MPF e Funai durante a ocupação aos canteiros de obras da usina de São Manoel, representantes não compareceram

Ministério Público Federal no Pará

Cerca de 150 indígenas da etnia Munduruku se reuniram semana passada na aldeia Missão Cururu, no rio Cururu, em Jacareacanga, no Pará, a cerca de 1,7 mil quilômetros da capital, Belém. Mulheres, caciques, guerreiros, pajés, cantores e crianças se dividiram em dezenas de embarcações que partiram de vários pontos do território Munduruku, levando peixe e farinha para garantir a alimentação de todos durante uma audiência pública em que eram aguardados representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério Público Federal (MPF) e das empresas donas das usinas Teles Pires e São Manoel, construídas no rio Teles Pires, no Mato Grosso. Ao chegarem na aldeia, entre os dias 28 e 29 de setembro, souberam que a Funai não enviou representantes e as empresas, em vez de comparecerem, enviaram ofícios ao MPF em que recusaram responsabilidade pelos danos aos indígenas. A ausência das empresas e da Funai foi recebida com revolta. (mais…)

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Integrantes do Conselho Popular Entregam Ofício com Contribuições ao Plano Estratégico do Crivella

Luisa Fenizola – RioOnWatch

O Conselho Popular, instância composta por moradores de diversas favelas cariocas, juntamente à Pastoral das Favelas a ao Núcleo de Terras e Habitação (NUTH) da Defensoria Pública, realizaram na sexta-feira, dia 29 de setembro, um ato para marcar a entrega de um ofício à prefeitura de Marcelo Crivella com suas contribuições ao Plano Estratégico, referentes às metas de habitação e urbanização de favelas (metas No. 73 até 77). A data marcou o último dia previsto para a consulta popular com relação ao Plano, e a entrega do ofício veio reforçar que os canais disponibilizados pela prefeitura foram insatisfatórios para o recebimento de contribuições por parte dos cidadãos. (mais…)

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A igreja da prosperidade e a mais-valia espiritual

Elaine Tavares – Palavras Insurgentes

J.A.F tem 32 anos e trabalha como diarista em casas alheias. Ela tem um único sonho, que persegue desde quando era bem pequena: ter a sua própria casa. “Quando era menina eu comecei um cofrinho de moedas. Dizia que era dali que sairia a casa que eu iria comprar para minha mãe e para mim. Hoje ainda tenho o cofrinho, e com ajuda de deus eu vou conseguir”. A mãe já morreu. Tuberculose. E J. embarcou numa profunda depressão. Foi nessa fase da vida que ela encontrou a igreja. “Eu tava passando e o pastor estava na porta. Ele me chamou e disse que ali eu encontraria a paz. Não sei como ele percebeu que eu estava muito mal”. Pois ela entrou e veio a paz. Depois de abraçar a fé ela melhorou da depressão, conseguiu voltar a trabalhar e já tem até um carro. “Eles lá disseram isso bem claro. Se a gente trabalhar bastante, a gente consegue chegar lá”. (mais…)

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Manifestação em repúdio aos ataques contra o Cimi no Acre

Feijó, Acre: Indígenas, Ribeirinhos, Seringueiros e Trabalhadores Rurais repudiam carta de ataques e perseguição do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Acre

Carta de repúdio e Solicitação de Esclarecimentos

Nós povos indígenas de quatro povos das diferentes etnias, Shanenawa, HuniKui, Ashaninka e Madiha, em parceria com Colonheiros, Seringueiros e Ribeirinhos do alto e baixo Rio Envira,junto também com as comunidades do Rio Jurupari: Santo Antônio, Paumaripé e Valparaíso, Associação MASSIPIRA e Novo Oriente, ramais e BR,reunidos em Feijó nos dias 27 e 28 de setembro de 2017; repudiamos a “Carta aberta em resposta às declarações sobre o SISA, REDD+ e povos indígenas no acre”de acusação e perseguição, publicada no dia 31 de julho, no site da CPI Acre, contra o CIMI. (mais…)

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Boaventura: a Catalunha e a esquerda

Embora sem poder definitivo, plebiscito expressa o desejo de autonomia, contra um governo alinhado com as piores políticas da União Europeia. Até o Podemos omitiu-se sobre isso

Por Boaventura Sousa Santos* – Outras Palavras

O referendo da Catalunha deste domingo vai ficar na história da Europa, e certamente pelas piores razões. Não vou abordar aqui as questões de fundo, as quais podem ser lidas, consoante as perspectivas, como uma questão histórica, territorial, de colonialismo interno ou de autodeterminação. São estas as questões mais importantes, sem as quais não se compreendem os problemas atuais. Sobre elas tenho uma modesta opinião. Aliás, é uma opinião que muitos considerarão irrelevante porque, sendo português, tenho tendência para ter uma solidariedade especial para com a Catalunha. No mesmo ano em que Portugal se libertou dos Filipes, 1640, a Catalunha fracassou nos mesmos intentos. Claro que Portugal era um caso muito diferente, um país independente há mais de quatro séculos e com um império espalhado por todos os continentes. Mas, apesar disso, havia alguma afinidade nos objetivos e, aliás, a vitória de Portugal e o fracasso da Catalunha estão mais relacionados do que se pode pensar. Talvez seja bom lembrar que a Coroa de Espanha só reconheceu a “declaração unilateral” de independência de Portugal 26 anos depois. (mais…)

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A opção das parcerias público-público

Reforma política sem participação é mais do mesmo. E se, em alternativa às privatizações, a sociedade civil passar a gerir diretamente os serviços do Estado?

Por Gonzalo Berrón* e Maria Brant – Outras Palavras

A mudança político-eleitoral via reforma das regras eleitorais pelo Congresso e/ou pelo TSE é necessária, mas não suficiente para aperfeiçoar a democracia no Brasil. Melhorar o sistema eleitoral para que ele seja mais representativo da diversidade política e social do país, assim como retirar o jogo eleitoral da esfera do mercado, para evitar a promiscuidade entre dinheiro e interesse público (“privatização da democracia”), seriam mudanças que fariam diferença para a nossa democracia se aprovadas pelo Parlamento. Sem mecanismos de participação popular que garantam controle social, contudo, nosso sistema político ficará vulnerável a tentativas dos atores políticos de contornar as novas regras e logo voltará a padecer dos mesmos problemas de que sofre hoje. É por isso que este tipo de reforma “de cima para baixo” é limitado quanto à possibilidade de melhora institucional, e só resolve uma parte do problema. (mais…)

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