A 12ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte deve voltar a julgar na próxima terça-feira a ação da Samarco que pede a liberação dos 300 milhões de reais bloqueados a pedido do Ministério Público como garantia mínima para o ressarcimento do crime ambiental de novembro de 2015. No artigo abaixo, Christian Russau, ativista e membro da diretoria da Associação dos Acionistas Críticos, da Alemanha, nos dá ainda mais dados para avaliar o quanto esse pedido é obsceno. (Tania Pacheco).
Por Christian Russau, para Combate Racismo Ambiental
Ninguém sabe, afinal, quanto custará a devida, justa e inteira recuperação do Rio Doce morto pela lama da Samarco. Não há comparativos na história. Mas, para se ter uma ideía: Klement Tockner, então diretor do Instituto alemão Leibniz para Ecologia Aquática e Pescaria na Água Doce (Leibniz-Institut für Gewässerökologie und Binnenfischerei), instituto internacionalmente renomado e referência mundial para a ecologia aquática, com sede em Berlim, capital alemã, lembrou numa palestra, em janeiro de 2016, que a recuperação ambiental do rio Reno na Alemanha (recuperação ambiental relativa, de forma que não se aconselha beber a água do rio Reno sem antes o devido tratamento) após 150 anos de poluição industrial custou à União, aos Estados e Municípios 100 bilhões de Euros (equivalente atualmente a 380 bilhões de Reais). As estimativas sobre os custos totais de recuperação do Rio Doce oscilam entre 20 e 155 bilhões de Reais. É bem provável que nem esse último valor seja suficiente para cobrir todos os danos, tendo em vista os custos da experiência alemã com o rio Reno. (mais…)
Ler Mais