Parque Nacional proíbe atividade tradicional que é o centro da vida de dezenas de famílias do norte de Minas: a colheita de flores
Por Jessica Mota, no Repórter Brasil
Como que chega uma pessoa no meu território, em que a gente nasceu e se criou, onde a gente sobrevive durante anos e diz: ‘vocês têm que viver assim’?”. A fala de Aldair Souza, 44 anos, não se dirige exatamente a uma pessoa, mas a uma unidade de conservação. Ele é morador da comunidade de Pé de Serra, a 47 km de Buenópolis, a cidade mais próxima. Criou-se na vida tranquila dos campos abertos da Serra do Espinhaço, norte de Minas Gerais. O trabalho sempre veio da terra, seja com a colheita das flores para venda, seja com a criação de gado, a agricultura e a colheita dos frutos secos do cerrado. Bisneto de apanhadores de flor, ele aprendeu na família como fazer a colheita e as queimadas controladas, que fazem as flores brotarem depois. Como tantos ali, conhece a diversidade e particularidade das mais de 200 espécies que nascem só nessa região, entre elas as flores sempre-vivas. (mais…)