Por Wilson Gomes, na Cult
No último fim de semana antes do impeachment de Dilma, ninguém foi às ruas defendê-la ou protestar contra o desfecho do drama político que se anunciava, inexorável. O assassinato político da presidente aconteceu no Senado, mas as ruas, tão supervalorizadas pela esquerda, ou se fizeram presentes apenas para garrotear a presidente já sem fôlego, nos meses precedentes, ou aceitaram em cúmplice silêncio o ritual que pôs fim à sua agonia. No final do ato, por suprema ironia, vimos Cássio Cunha Lima, adaga à mão, declamar que fazia o que fazia atendo ao apelo do povão. Ato contínuo, apontava para a galeria, na direção de Kim Kataguiri, o chefe de uma startup digital de ódio político recém-incubada justamente para representar uma metonímia do “povo brasileiro” na luta para tomar do PT o governo que este acabara de ganhar pelo voto popular. (mais…)
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