Padre Amaro, da CPT: um incansável defensor dos direitos humanos. Por Gilvander Moreira*

Antes de ser assassinada, em Anapu, no Pará, no dia 12 de fevereiro de 2005, por um consórcio de fazendeiros, Irmã Dorothy Stang profetizou: “Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor, em uma terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar”. Mataram irmã Dorothy, mas milhares de outras Dorothys continuam a luta pela terra e em defesa da Amazônia. Diante do corpo matado da Irmã Dorothy e diante do Deus da vida, padre José Amaro Lopes de Sousa renovou seu juramento de continuar a missão de Jesus Cristo e da Irmã Dorothy junto às comunidades camponesas tão violentadas pelos capitalistas que atuam na região de Anapu, no Pará. Ao ser preso em Anapu, padre Amaro sugeriu às irmãs de missão: “Continuem indo às comunidades. Não parem a missão.” (mais…)

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Ruralistas do Pará lançam ataque sem precedentes contra Igreja Católica

A Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará), entidade dos latifundiários e ruralistas do Pará lançou na tarde desta quinta (29), um ataque sem precedentes à Igreja Católica no Brasil. Em nota assinada por seu presidente, Carlos Fernandes Xavier, foram atacados de maneira violenta e difamatória: 1) a memória da freira Dorothy Stang, assassinada em 12 de fevereiro de 2005 a mando de latifundiários do Pará; 2) o bispo emérito do Xingu, dom Erwin Kräutler, um dos nomes mais respeitados da Igreja em todo o mundo; 3) o padre José Amaro Lopes da Silva, pároco de Santa Luzia em Anapu e preso vítima de uma armação dos mesmos ruralistas; 4) a Comissão Pastoral da Terra (CPT); 5) o desembargador Gercino José da Silva Filho, ex-Ouvidor Agrário Nacional e ex-presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, ligado à Igreja, chamando de “embusteiro”;  e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), denominada na nota de “Sindicato dos Bispos”. Nem mesmo no período da ditadura militar a Igreja Católica sofreu um ataque tão virulento. (mais…)

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Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema

Nesta Sexta-Feira da Paixão, Caminho Pra Casa publica artigo exclusivo de um dos maiores biblistas vivos, o frade italiano Alberto Maggi. A tradução é do biblista brasileiro padre Francisco Cornélio. No texto, Maggi demole duas ideias que estão na base do cristianismo falsificado que os integristas sustentam há séculos:  1) Jesus teria sido morto “pelos nossos pecados”;  2) essa seria “a  vontade de Deus”. A versão é insustentável com um exame realista e honesto dos textos bíblicos.  Os Evangelhos são claríssimos: Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres de Israel. Jesus não inaugurou o tempo da culpa, mas o da misericórdia e o da vida plena para os pobres. A íntegra do artigo a seguir. (mais…)

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O obscuro desejo de ser fascista

Por Jorge Branco*, no blog do Luíz Müller

Decepcionado porque Maria Schneider não quis concluir sua participação no magistral filme “Esse obscuro objeto do desejo” (1977), Luis Buñuel decidiu utilizar duas atrizes, Angela Molina e Carole Bouquet, para o mesmo papel de Conchita, mulher que ama Mathieu, vivido por Fernando Rey, porém que não aceita fazer sexo antes do casamento. Ao fazer a personagem Conchita ser interpretada por duas atrizes simultaneamente, cria uma situação onde o personagem de Rey é obrigado, a cada troca de atriz, a reiniciar sua luta pela paixão de sua vida, adaptando-se as mudanças de traços que cada atriz impôs ao personagem. Dois personagens lancinados pela luta entre seus desejos e seus valores e pelas regras sociais. (mais…)

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Artigo: “A extraordinária odisseia do comerciante Ijebu que foi escravo no Brasil e homem livre na França (1820-1842)”

O texto abaixo é a Apresentação de artigo escrito por Aderivaldo Ramos de Santana, publicado na revista Afro-Ásia n. 57 (2018) e disponibilizado no Portal de Periódicos Eletrônicos da Universidade Federal da Bahia.  Vale ler. (Tania Pacheco)

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“Em 1820, o comerciante ijebu Osifekunde foi capturado numa emboscada e levado para Warri, próximo ao Delta do Níger. Após quatro dias, foi vendido a um traficante de escravos brasileiro que o embarcou num navio negreiro rumo ao Rio de Janeiro. No Brasil, ele viveu 17 anos e foi escravo doméstico de um negociante francês chamado Navarre que o levou a Paris em 1837, onde ele se tornou um homem livre. Quando viveu na França, Osifekunde foi questionado sobre os ijebus e sobre as regiões vizinhas à sua terra natal. Ele deu informações precisas sobre sua história pessoal, assim como sobre o contexto no qual ele acabou se tornando mais um entre os milhões de escravizados do infame comércio de seres humanos. (mais…)

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Guiados por notícias falsas e pelo ódio, cristãos matariam Jesus de novo. Por Leonardo Sakamoto

No blog do Sakamoto

A tradição ibérica da Malhação do Judas no Sábado de Aleluia consiste em fazer um boneco de pano, papel, serragem, jornal, o que seja, para representar Judas Iscariotes – o delator de Jesus – e humilhá-lo, xingá-lo, surrá-lo, queimá-lo, alfinetá-lo, explodi-lo. Hoje é Sábado de Aleluia, dia anterior à Páscoa, e alguns Judas serão transformados em pó em ruas e praças de todo o país.

A bem da verdade, o costume vai caindo em desuso. Para além do desinteresse de parte das novas gerações em manter vivo esse linchamento simbólico, há o fato de que, diariamente, milhares de autointitulados cristãos já escolhem seus Judas para serem malhados, sem dó ou piedade, nas redes sociais. (mais…)

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