No Justificando
A prisão de Lula representou o epílogo do projeto lulista. Não pela destruição do ex-presidente – ele mostrou, no ato de São Bernardo do Campo, que continua em forma e sua importância política certamente resiste ao encarceramento. O que não tem futuro é o projeto de acomodação de interesses que permitiu que políticas de combate à miséria e de abertura de possibilidades de mobilidade social aos mais pobres se combinassem com a manutenção quase intocada das vantagens dos grupos dominantes. Seu esgotamento foi demonstrado pelo golpe de 2016 e pela acelerada política de destruição de direitos implementada pelo governo Temer. Ao longo de todo o processo, Lula não se cansou de acenar com a possibilidade de uma recomposição do pacto, mas, como resposta, recebeu a continuidade da perseguição contra ele e, agora, a prisão. O recado é ainda mais claro quando se põem na conta todas as ilegalidades cometidas para chegar a esse resultado. (mais…)