“Para dar significado às políticas públicas, o governo deposto deveria querer fazer justo o que nunca quis: organizar a base da pirâmide social e traduzir as “melhoras” como conquistas coletivas, acima das capacidades individuais. Não que os indivíduos, as mulheres e homens do Brasil, não sejam meritórios de suas vidas melhorarem, mas a ignorância política, somada à manipulação grosseira da fé alheia (blasfemando as palavras e obras do Cristo todo o tempo) e o culto ao individualismo estadunidense, fez da conquista material uma derrota ideológica”, escreve Bruno Lima Rocha, cientista político, professor de relações internacionais e de jornalismo. Eis o artigo.
No IHU
Ideologia importa, e muito. E sentimento religioso não é alienação, e menos ainda o idealismo ou a dimensão utópica da luta são “ruins”. Tampouco “dilemas de falsa consciência”. Muito pelo contrário. É na resultante entre câmbio ideológico, alteração nas relações sociais e instituições coletivamente controladas que residem chances reais de mudanças de profundas. A complexidade do tema e a observação do que ocorre em nosso país implica em desconstruir alguns mitos das “modernizações”. (mais…)