Como fazer para que as pessoas acordem para a mudança climática na época do entretenimento?
No El País Brasil
São Paulo, a maior cidade do Brasil, pode enfrentar mais uma vez uma crise da água em ano eleitoral. E não em qualquer eleição, mas nesta que se anuncia como uma das mais duras e truculentas da história recente, agravada ainda pelas “fake news”. Na primeira crise da água, em 2014, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) reelegeu-se no primeiro turno afirmando que estava “tudo sob controle”. Apesar das evidências cotidianas de que algo muito grave estava acontecendo, a maioria da população de São Paulo preferiu acreditar que tudo ia ficar bem e a vida poderia ser retomada sem maiores alterações. A descoberta mais importante revelada pela crise foi o nível de desconexão com a realidade a que as pessoas podem chegar para não serem obrigadas a enfrentar as dificuldades, fazer mudanças permanentes na vida e pressionar os governantes e legisladores por políticas públicas. E como estão dispostas a acreditar em qualquer um que pronuncie a expressão “sob controle”. O problema é que qualquer pessoa que diga, em tempos de mudança climática, que algo está “sob controle” ou é mentiroso ou é maluco. Mas de novo estamos voltando a esse tipo de irresponsabilidade alimentada pela incapacidade de se responsabilizar de adultos infantilizados que preferem acreditar em qualquer estupidez a ter que enfrentar o mal-estar que sentem nos ossos. (mais…)
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