Sobre o estranho conservadorismo das multidões

Para compreender o avanço da agenda de retrocessos, falta examinar algo: como o medo de perder micropoderes – relacionados a classe, gênero, raça e sexualidade – leva tantos a se aferrarem à própria opressão

Por Berenice Bento*, em Outras Palavras

Entre os anos de 1965 e 1966, ruas de várias capitais brasileiras foram ocupadas por manifestações que estampavam em seus cartazes: “Em nome da tradição, família e propriedade” (TFP – Tradição, Família e Propriedade). Neste tripé, setores consideráveis da sociedade brasileira se organizaram e deram sustentação civil ao golpe militar. Atualmente, os discursos que defendem o direito exclusivo da família heterossexual existir e a defesa da propriedade privada como um valor superior à vida estão organizados em partidos políticos, no MBL e na Escola sem Partido. (mais…)

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Uma sociedade que ataca repórteres na rua é doente e precisa se tratar, por Leonardo Sakamoto

no blog do Sakamoto

As agressões contra repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que cobriram os atos contra a prisão de Lula ou os tiros ao ônibus com jornalistas que acompanhavam a caravana do ex-presidente na região Sul são os capítulos mais recentes de uma longa lista de violência a profissionais da imprensa.

Mas, por mais toscos, ignóbeis e deploráveis que sejam, esses atos não são, nem de perto, os mais violentos. Temos visto colegas assassinados em grandes cidades ou no interior do país, outros permanecendo sob contínua ameaça de morte. Há aqueles difamados, processados e abandonados por seus empregadores, sem contar os que têm a vida transformada em um inferno para que deixem de lado apurações por pressão dos poderes político ou econômico. (mais…)

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Crime de pornografia infantil em interação de criança com artista nu no MAM de São Paulo é descartado pelo MPF

Ao pedir arquivamento da investigação, procuradora explica que imagens divulgadas não apresentam conotação sexual

Procuradoria da República no Estado de S. Paulo

O Ministério Público Federal (MPF) pediu o arquivamento da investigação que apurava o suposto crime de pornografia infantojuvenil no vídeo de uma criança interagindo com um artista nu no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. As cenas, amplamente divulgadas pela internet, mostram uma menina menor de 12 anos, acompanhada da mãe, tocando os tornozelos e pernas do artista, durante a performance “La Bête”, inspirada na obra de Lygia Clark, em setembro de 2017. (mais…)

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Pobres contra o aborto, ricos a favor das armas: as classes dividem os conservadores

Pesquisa Datafolha mostra que questões de costumes são mais caras à população de rendas mais baixas e de maior idade. Cresce apoio à pena de morte e à redução da maioridade penal

Talita Bedinelli – El País / IHU On-Line

Para 57% dos brasileiros, uma mulher que pratica aborto deveria ir para a cadeia. A maconha deveria continuar proibida na opinião de 66%. Quase seis entre dez brasileiros acreditam que o país deveria adotar a pena de morte e oito de cada dez declaram que a maioridade penal deveria ser rebaixada para 16 anos. E há ainda 42% que creem que a posse de arma de fogo deveria ser legalizada no país. Estes são os resultados de uma pesquisa Datafolha sobre temas polêmicos realizada no final de novembro passado e divulgada na íntegra nesta semana. Se, por um lado, ela mostra que o apoio a temas conservadores é grande no Brasil, quando olhada mais de perto revela que nem todos os temas apelam aos mesmos perfis. Os conservadores brasileiros não são todos iguais. E esta ponderação é importante em um ano eleitoral. (mais…)

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Luchar contra la privatización es defender Brasil y los derechos de sus pueblos

Para oponerse a este proyecto privatizador nació el Comité Nacional en Defensa de las Empresas Públicas

Rita Serrano* – Brasil de Fato / Servindi

Tras el golpe practicado por Temer y sus aliados en el Congreso (empresarios, ruralistas, banqueros), Brasil vive un sombrío retroceso que nos ha llevado a valores arcaicos, en los que los derechos humanos son ignorados y excluidos de la vida de la ciudadanía. (mais…)

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Intolerância é a arma do assassinato do professor Marcondes Namblá

Sul do Brasil vive um apartheid social, com crescente racismo e campanhas de intolerância contra os povos indígenas

por Felipe Milanez — CartaCapital

Foram ao menos quinze golpes na cabeça. De forma covarde e a sangue frio. O primeiro golpe é desferido enquanto Marcondes Namblá está de costas. Os seguintes, enquanto está agachado. As cenas do assassinato do professor indígena em Santa Catarina foram filmadas pelas câmeras de segurança de um supermercado. (mais…)

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