A carne. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

No país com mais bois do que gente, Mário sentia fome. Era açougueiro. Teve comida enquanto tinha emprego. Deixou de ter um e outro quando a empresa colocou uma máquina para fazer o que ele fazia. Uma máquina que corta carne, mas não come. Faminto, pegou um naco de carne em um supermercado. Desajeitado na arte de furtar, foi pego.

Os seguranças o levaram para uma sala escondida do supermercado. Uma sala dentro da sala dos seguranças. A Sala Segura, dizem. Na segurança da sala, bateram nas carnes de Mário. Bateram por bater. Não queriam nada dele. Só lhe dar o que ladrão merece. Apanhou até quase não mais conseguir sustentar suas carnes pregadas aos ossos quebrados. (mais…)

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Bolsonarismo e estética do suicídio. Por Sergio Schargel

Breve comentário sobre os acontecimentos de 08 de janeiro

No A Terra é Redonda

Em seus dias de dor causam-me os homens
Tal pena, que nem posso atormentá-los
(Goethe, Fausto).

Todos nós vimos, durante a pandemia, um aspecto do bolsonarismo que não pode ser classificado de outra coisa senão de suicida. Ao militar pela liberdade irrestrita – uma distopia sem respaldo no real –, o séquito militava pelo seu direito de morrer. Semelhante ocorreu no 08 de janeiro, uma pulsão niilista pela morte, a destruição tornada estética. E isso não é coincidência. (mais…)

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Alemanha prende grupo terrorista de extrema direita que tramava golpe de estado

“Nos últimos anos, em meio a um debate sobre a forma pela qual o partido de extrema-direita AfD chegou a ser uma força política na Alemanha, as autoridades em Berlim reconheceram que estão sendo obrigadas a lidar com outro problema: a presença de neonazistas dentro do próprio exército alemão.”

Por Jamil Chade, no UOL

Numa operação policial de grandes proporções nesta quarta-feira, as autoridades da Alemanha prenderam 25 pessoas suspeitas de participar de um grupo terrorista de extrema direita que tinha como objetivo derrubar o estado alemão.

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O que a extrema-direita produz para o mundo é uma nova utopia. Entrevista especial com Michel Gherman

“O que Bolsonaro conseguiu fazer na política nacional foi colonizar, mais do que instrumentalizar, as referências religiosas”, afirma o pesquisador

Por: Patricia Fachin, em IHU

A “percepção” que se tem no país desde o início das manifestações que estão ocorrendo após o encerramento do segundo turno das eleições presidenciais, segundo Michel Gherman, é de que a “extrema-direita está alcançando setores importantes da sociedade brasileira”. Mais do que isso: as pessoas que estão participando e apoiando as manifestações “leem a realidade a partir de perspectivas, letras e símbolos fascistas, como a ideia de uma visão conspiracionista que explica a realidade. Quem está dentro desse movimento percebe o mundo somente a partir dessa perspectiva. Estamos falando, portanto, de uma dimensão fascista e nazista que alcançou as massas”, disse na entrevista a seguir, concedida por telefone ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)

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O Brasil do agronazifascismo. Por Luiz Fernando Leal Padulla

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, na Alemanha nazista existia uma grande corporação chamada IG Farben (a quarta maior do mundo na época), desmembrada nas atuais Agfa, BASF, Hoeschst e Bayer, sendo as três últimas lideranças na produção de agrotóxicos

por Luiz Fernando Leal Padulla, em Le Diplomatique Brasil

O título pode parecer um exagero no primeiro momento, mas não é. Explico. (mais…)

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Apologia ‘livre’ e criminosa a racismo e nazismo em colégios é reflexo de ‘escola sem partido’ e impunidade, analisa educadora da Unicamp

Por Patrícia Teixeira, g1 Campinas e Região

expulsão de oito alunos da escola de elite Porto Seguro em Valinhos (SP) após registros de apologia a racismo e nazismo em um grupo de WhatsApp e outros casos semelhantes em unidades de ensino pelo país acenderam a discussão: o que acontece com estudantes e professores que cometem essas violências? Em que momento fatos históricos deixaram de ter a devida relevância na cultura deles? (mais…)

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