Eis o Manifesto das Periferias de São Paulo

Num documento construído coletivamente, e que reflete alta elaboração política, a visão de lideranças das quebradas sobre a permanência de relações coloniais na metrópole – e os caminhos para a busca de uma cidade do Comum

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O documento que Outras Palavras publica a seguir resulta de uma ação política quase subterrânea – mas de enorme potencial político. Nos últimos meses, lideranças dos movimentos que atuam nas periferias de São Paulo lançaram-se a uma articulação incomum. O objetivo: avançar na construção de um “sujeito social periférico” – autônomo, crítico e capaz de enfrentar a desigualdade e desumanização que marcam nossas cidades. (mais…)

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As lições de solidariedade que vêm da periferia

Favela não é sinônimo só de violações de direitos, mas de auto-organização política, mostra o Dicionário Marielle Franco. Mutirões, comunicação popular, desencarceramento… São territórios de vanguarda, mas muitas vezes apagados da história oficial

por Gizele Martins e Larissa Moura, em Outras Palavras

Desde a formação escolar, as histórias das verdadeiras heroínas são sistematicamente apagadas e substituídas por narrativas eurocêntricas. Foram as histórias e a luta de Dandaras, Zeferinas, Marias de Fátimas, Mães Bernadetes, Marielles e muitas outras que semearam as Anielles, Érikas, Sonias, Mônicas, Gizeles e Larissas de hoje. A promulgação da Lei nº 11.645 de 10/03/2008 marca o início de um esforço para reverter esse apagamento, mas ainda há muito a ser feito. (mais…)

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Periferias: o projeto-limpeza da ditadura

Dicionário Marielle Franco sugere: nos 60 anos do golpe, é preciso relembrar violações do regime nas favelas. Militarização do cotidiano e remoções eram políticas da alta cúpula; e não exceções. E ela temia as “subversivas” associações comunitárias

por Lucas Pedretti, em Outras Palavras

Presentes em todos os grandes centros urbanos do país, as favelas e periferias são parte da história do Brasil, bem como a luta constante de seus moradores e moradoras por direitos de cidadania. A estrutura racista e classista do Estado, desde o início da ocupação e da organização política das favelas, tem trabalhado para sua remoção – ou para sua criminalização, seja pelo apagamento ou pela marginalização. Isto ocorre porque estamos falando de um Brasil fundado em uma lógica colonial que ainda não se preocupou em reparar as populações que sobrevivem nesses territórios vulnerabilizados. Pelo contrário, a cada ano, governos municipais, estaduais e federais gastam montantes de recursos públicos para controlar de diversas formas a população favelada e periférica. (mais…)

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Fiocruz e MNU lançam documentário ‘Saúde Antirracista na Favela, é possível?’

Fiocruz

A Arena Dicró, espaço de lazer público e popular localizado na zona Norte do Rio de Janeiro, exibirá o documentário Saúde Antirracista na Favela, é possível? – uma produção conjunta da Fiocruz com o Movimento Negro Unificado (MNU) e outros nove coletivos populares do Estado do Rio de Janeiro. O lançamento ocorrerá no próximo domingo (28/1), das 10h às 13h, e tem entrada franca. Para o evento, foram convidadas autoridades da Secretaria Municipal de Saúde, os coletivos que participaram da criação do longametragem e pesquisadores da Fiocruz. (mais…)

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Cartilha Saúde na Favela pela Perspectiva Antirracista é lançada na Fiocruz

por Luiza Toschi, em Fiocruz

O seminário de lançamento da cartilha “Saúde na favela pela perspectiva antirracista” reuniu pesquisadores da Fiocruz, profissionais de saúde, moradores de favelas, articuladores de promoção da saúde e militantes do Movimento Negro Unificado (MNU) no auditório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), no campus Manguinhos da Fiocruz, no dia 13 de dezembro. O evento foi realizado pela Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (CCSP) em parceria com o MNU, movimento também responsável pela produção da publicação. O projeto “A saúde na Favela pela Perspectiva Antirracista” realizou, durante o ano de 2023, o trabalho conjunto com lideranças de quatro territórios de favelas do Rio de Janeiro para a formação de promotores populares de saúde.  (mais…)

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Federação de Favelas do Rio busca reparação inédita por perseguição na ditadura

Organização que reúne associações de moradores teve dirigentes presos e foi considerada subversiva nos anos 1960

Por Texto: Lucas Pedretti, Marcelo Oliveira | Edição: Thiago Domenici, em Agência Pública

“Como presidente da FAFEG  Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara  sempre pugnou por medidas de ativismo subversivo entre os favelados.” Foi assim que o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) da Guanabara descreveu a atuação de Etevaldo Justino em seu prontuário. Liderança da favela do Esqueleto, na zona norte do Rio, Etevaldo presidia a Fafeg quando, em dezembro de 1964, tentou organizar um plebiscito para demonstrar que os moradores não queriam sair do local. Etevaldo foi preso, o plebiscito não ocorreu, os moradores foram removidos à força e a favela deu lugar à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) do Maracanã. (mais…)

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O Junho Negro que conecta periferias do mundo

Dicionário Marielle Franco aborda uma articulação de mães em busca de justiça para seus filhos assassinados nas favelas. Elas denunciam a militarização dos territórios – e somam-se às lutas de outros povos contra o apartheid no Sul global

por Gizele Martins, em Outras Palavras

Há mais de 100 anos, surgiram as favelas no Rio de Janeiro. Historicamente, elas sofrem com a estigmatização, com a falta de direitos básicos, com o crescente aumento da violência policial e com o racismo cotidiano. Desde sempre esses grupos que sobrevivem nas favelas e periferias do Rio se mobilizam em luta por melhorias internas, eles buscam direitos, políticas públicas e visibilidade para os projetos desenvolvidos em seus devidos territórios favelados e periféricos. (mais…)

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