Adição: é hora de enxergar o contexto social

Compreender o vício em drogas como doença crônica foi importante para desestigmatizar usuários. Mas novos estudos apontam que é preciso colocar os fatores ambientais no centro da discussão. A solução pode estar em menos punitivismo e mais cuidados comunitários

por Gabriela Leite, em Outra Saúde

Por muito tempo, a adição tem sido amplamente considerada como uma doença crônica do cérebro – uma visão que moldou tanto a compreensão médica quanto algumas das políticas públicas voltadas ao tratamento de usuários de drogas. Essa descoberta científica foi, de fato, um avanço, pois ajudou a diminuir o estigma de pessoas com problemas com essas substâncias. (mais…)

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A responsabilidade do jornalismo com a violência de Estado

Newsletter da Ponte, por Jessica Santos

“O guarda não ia atirar do nada.”
“Se tivesse namorando trabalhador ainda estaria viva.”
“Se estava fugindo estava devendo… Culpa do namorado”

Estes são alguns dos comentários feitos nas postagens da Ponte nas redes sociais sobre o caso da adolescente Camilly Pereira Lima, de 17 anos, morta ao levar um tiro nas costas de um GCM enquanto passava na garupa da moto do namorado, entregador em uma hamburgueria, no bairro do Capão Redondo, na periferia sul de São Paulo. (mais…)

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Brasil sob o signo da morte: letalidade policial é uma das maiores do planeta. Entrevista especial com Marcos Rolim

Para o professor e pesquisador, a violência policial é um dos mais graves problemas brasileiros, sob o qual esquerda e direita se veem prostradas

Por: IHU e Baleia Comunicação

Um dos aspectos centrais da desigualdade brasileira, mas abordado de maneira pusilânime na mídia hegemonizada, é a letalidade de nossas políticas militares. Embora o Brasil tenha uma população menor que a dos Estados Unidos, nossas forças policiais são muito mais letais, em dimensões inimagináveis para qualquer pessoa que não seja brasileira. Só a Polícia de São Paulo, nos últimos 20 anos, matou mais que todas as polícias dos Estados Unidos, são 11,3 mil vítimas aqui contra 7,3 mil no país da América do Norte. (mais…)

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Lideranças do campo e da floresta protagonizam audiência para fortalecer proteção a defensores de direitos humanos

CPT*

Cerca de 150 pessoas lotaram na última quinta-feira (29) o auditório do Campus Universitário do Guamá (Belém) da Universidade Federal do Pará, na terceira audiência pública do o Grupo de Trabalho Técnico (GTT) Sales Pimenta. Desta vez, mulheres do campo, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, comunidades tradicionais, advogados e demais representantes de entidades sociais submeteram sugestões ao GTT pela garantia de direitos e luta contra a impunidade. (mais…)

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23,5 milhões vivem em áreas com facções ou milícia: ‘reflete carência do Estado e de políticas públicas’, diz pesquisador

Leonardo Carvalho comenta os dados revelados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta segunda (2)

por Kaique Santos, em Brasil de Fato

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (2) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou dados preocupantes em relação à percepção das pessoas sobre o local onde vivem. Pelo menos 23,5 milhões de brasileiros com mais de 16 anos vivem em áreas com a presença de facções criminosas ou milícias. (mais…)

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A ameaça dos determinantes comerciais da saúde

Da financeirização dos planos de saúde aos preços crescentes de medicamentos patenteados, a sede de lucro das grandes corporações está engolindo o cuidado. O que fazer para impedir que a saúde se torne, de vez, uma mercadoria?

por Guilherme Arruda, em Outra Saúde

Todos os anos, pessoas no mundo inteiro desenvolvem problemas de saúde, não conseguem tratá-los e morrem em consequência deles – por falta de dinheiro. Os remédios são artificialmente caros, os planos de saúde oferecem coberturas restritas por preços altíssimos e, em um sentido mais geral, manter a saúde está cada vez mais custoso. Crescentemente, ela vem se tornando uma mercadoria na atual fase da economia mundial. (mais…)

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O trabalho doméstico no capitalismo periférico

Um décimo da força de trabalho no país, domésticas vivem a tríplice opressão denunciada por Lélia González: de raça, classe e gênero. São parte constitutiva do capital e do colonialismo, mas há quem diga que são meros resquícios de “sistemas patriarcais arcaicos”

Por Mirian Monteiro Kussumi, na Revista Rosa

Os dados sobre o trabalho doméstico remunerado no Brasil apenas confirmam um fato já notório: sendo a categoria laboral que “mais emprega mulheres em nosso país”, o trabalho doméstico pago corresponde à ocupação de “principalmente mulheres negras com baixa escolaridade e oriundas de famílias de baixa renda”.1 Em termos numéricos, isso significa que em 2022 esse tipo de trabalho respondia por 12,6% do total da ocupação feminina e menos de 1% da ocupação masculina. Se em aparência essa porcentagem pode ser vista como pequena, pois equivale a pouco mais de um décimo das mulheres economicamente ativas, por outro, ela também indica o número acachapante de 5,8 milhões de mulheres, cujos indicadores raciais aparecem como ainda mais significativos. Contabilizado o número total das empregadas domésticas, 61,5% correspondem a mulheres negras, o que quer dizer que a cada 100 trabalhadoras negras, 16 se dedicam a esse trabalho — no caso das mulheres brancas, esse número cai para menos de 9. (mais…)

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