Renato Freitas: um vereador entre o racismo e o fundamentalismo religioso

Um dos poucos parlamentares negros da Câmara de Vereadores de Curitiba pode ter seu mandato cassado nesta quinta-feira (19), por participação em ato antirracista

Por Mariama Correia, na Agência Pública

Renato Freitas (PT) é um dos apenas três vereadores negros entre os 38 parlamentares da Câmara de Vereadores de Curitiba (PR). Ameaças racistas não são novidade na trajetória do advogado de 38 anos, que cresceu em uma periferia da cidade sulista e já enfrentou vários episódios de violência policial. Contudo, desde fevereiro deste ano, os ataques se acirraram. “Volta para a senzala”, estava escrito em um e-mail direcionado a ele, que teria sido enviado pelo vereador Sidnei Toaldo (Patriota), relator do processo que pode levar à cassação do mandato de Renato. A Corregedoria da Câmara abriu sindicância para apurar a autoria do e-mail. 

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Helio Santos: “O dia 14 de maio de 1888 é o dia mais longo da nossa história”

Ativista histórico contra o racismo alerta que a pauta nunca foi tratada de acordo com sua dimensão

Por Nara Lacerda, no Brasil de Fato

Às vésperas da uma eleição com potência para definir o futuro do país, inclusive em longo prazo, o professor e ativista contra o racismo, Helio Santos, é enfático: “A desigualdade no Brasil é uma decisão política e perpassa todos os governos.”

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Entidades entram com ação no STF contra genocídio negro

Coalização Negra por Direitos, em parceria com movimentos de mães de vítimas do Estado, protocolou ADPF para garantir direitos para a população negra; Mães de Maio também pediram que Congresso cobre responsabilização dos crimes de 2006

por Jeniffer Mendonça, na Ponte

A Coalização Negra por Direitos, que reúne 250 organizações, em parceria com os movimentos Mães de Maio, Mães de Manguinhos e Mães da Maré, mobilizou sete partidos políticos para protocolar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (12/5), na qual reivindicam a garantia de direitos da população negra que não acontece desde a data que marca a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, e que chamam na petição de “Dia da Abolição Inconclusa”.

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“As línguas são a base do racismo”

“O lado negro da vida”, “ovelha negra”, “mercado negro”: para pesquisador e autor de “Racismo Linguístico”, a linguagem está profundamente ligada à discriminação. “O racismo linguístico mantém outras formas de racismo.”

por Edison Veiga, em DW

Se na hora da expressão a língua liberta, para muitos, ela também oprime. Gabriel Nascimento percebeu isso de forma mais consciente alguns anos atrás, quando atuava como professor de inglês e se deu conta de que o racismo afetava a sua própria trajetória profissional. E transformou o tema em tese: Do limão faço uma limonada: estratégias de resistência de professores negros de língua inglesa, defendida na Universidade de São Paulo em 2020.

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Medida Provisória: luta antirracista e distopia do hoje

Entre a alegoria e o melodrama, Lázaro Ramos toca no nervo do racismo estrutural no Brasil: num futuro próximo, negros serão forçados a voltar para a África. Porém, como filme-manifesto, perde força ao sobrepor militância à criação

Por José Geraldo Couto, em Outras Palavras

Medida provisória, de Lázaro Ramos, é um pequeno fenômeno. Foi visto por mais de cem mil espectadores em seu primeiro fim de semana de exibição, num momento em que muita gente ainda não se sente segura para encarar uma sala de cinema. É um acontecimento cultural e político, mais do que cinematográfico. Em outras palavras: é um filme mais importante do que bom.

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Apartheid e racismo nas cidades da soja

Cidades do Mato Grosso cortadas por rodovia que transporta soja e milho são marcadas segregação social. Os lados determinam cor de pele, origem geográfica e renda

Por João Peres e Tatiana Merlino, de Nova Mutum, Sinop e Sorriso (MT), em O Joio e o Trigo

A cuia e o chimarrão, a bota e a bombacha, o salame e a grappa não deixam margem a dúvidas: chegamos ao Rio Grande do Sul? Não, chegamos ao Mato Grosso. Nossa primeira parada é em Nova Mutum, a duzentos quilômetros de Cuiabá, que geograficamente funciona como uma espécie de porteira das capitais do agronegócio.

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WikiFavelas: para quem o Estado mostra os dentes

Pesquisa “Elemento Suspeito” comprova racismo e classismo da PM do Rio de Janeiro e identifica o alvo preferencial das abordagens: o jovem, de gênero masculino, negro e de baixa renda. Após duas décadas do estudo, a situação só se agravou

Por Silvia Ramos, Itamar Silva, Diego Francisco e Pedro Paulo da Silva, do CESeC, no WikiFavelas

Somente nos últimos sete dias, dois casos de injúria racial cometidos no Rio de Janeiro ganharam espaço na mídia e nas redes sociais. Igor Palhano, dentista, de 30 anos, foi impedido de sair de um shopping da zona oeste antes de comprovar com documentos a propriedade de sua moto. Quatro dias depois, a empresária Sarah Fonseca, de 28 anos, foi interceptada por um segurança “da associação de lojistas do bairro” ao abordar seu próprio namorado e sua sogra, que tomavam café numa padaria de Ipanema, na zona sul do Rio, sob a alegação de que estaria “pedindo dinheiro ou importunando”. Talvez os casos não tivessem tanta repercussão se não envolvessem vítimas com alguma visibilidade: Igor é filho do sambista e humorista Mussum, e Sarah – que é influencer digital com mais de 600 mil seguidores no Instagram – mesmo muito abalada conseguiu reunir forças para denunciar o episódio racista em tempo real nas suas redes. Os dois casos foram registrados na Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), mas, conforme apontam os resultados da pesquisa Elemento Suspeito, realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), eles engrossam uma realidade comum e muito pouco notificada, pela qual os jovens negros passam diariamente ao ir e vir pela cidade.

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