Grupo dono do Arroz Tio João teria metralhado de helicóptero casa de posseiros na ditadura

Documentos e relatos apontam ainda a participação da empresa em conflitos armados no Pará durante o regime de exceção

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

Era início dos anos 1980, governo do general João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar. Naquele momento, a pressão pela reabertura política no Brasil se intensificava ao passo que a perseguição e a violência cresciam exponencialmente em Viseu, Norte do Pará. A repressão no município, distante 320 quilômetros de Belém, capital do estado, se concentrava principalmente na antiga Gleba Cidapar — região com vilas, garimpos e uma população de aproximadamente 10 mil pessoas. Foi onde Raimundo* passou a maior parte da vida e convivia com o medo da família em meio à disputa por terras. (mais…)

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Cobrasma lucrou milhões ao apoiar ditadura e reprimir movimentos sociais

Relatórios revelam participação da metalúrgica em episódios que levaram ao endurecimento do regime

Por Vasconcelo Quadros, Agência Pública

Gigante da indústria de base durante a ditadura, a Cobrasma (Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários S.A.), carro-chefe do conglomerado gerido pela família Vidigal, teve um papel mais robusto na parceria entre empresários e militares antes e depois do golpe de 1964. Relatórios aos quais a Agência Pública teve acesso revelam que dirigentes da empresa tiveram participação ativa na conspiração que resultou no golpe, nos episódios que levaram ao endurecimento do regime militar. Mais tarde, já nos anos de chumbo, um de seus conselheiros colaborou com o “caixinha” que bancou a Operação Bandeirantes (OBAN), a ação mais forte dos órgãos militares e policiais na repressão que dizimou as organizações da esquerda armada. (mais…)

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Companhia Docas se aliou à ditadura para monitorar funcionários no Porto de Santos

Documentos obtidos com exclusividade pela Pública revelam a relação da empresa com o DOPS na repressão aos trabalhadores

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

No Porto de Santos, uma embarcação da Marinha se tornou também um símbolo da violência da ditadura militar: o navio-prisão Raul Soares, que atracou nas docas em 24 de abril de 1964, menos de um mês depois de os militares tomarem o poder. O local serviu de espaço para torturas físicas e psicológicas. Os presos ficavam incomunicáveis e viviam em condições insalubres, sem acesso a banheiros e alimentação adequada. (mais…)

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Petrobras participou de tortura e monitorou orientação sexual de funcionários na Ditadura

Documentos exclusivos mostram que na ditadura a estatal também criou órgão de vigilância para reprimir “subversivos”

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

A dificuldade de acesso a uma refinaria de petróleo, em São Francisco do Conde, no interior da Bahia, levou à construção de alojamentos para os funcionários da unidade, gerenciada pela Petrobras entre 1953 e 2021. Um dos espaços que deveria ser usado para descanso no intervalo de trabalho, no entanto, foi transformado num centro de torturas de pessoas consideradas “subversivas”, após o golpe que inaugurou a ditadura militar no Brasil, em março de 1964. (mais…)

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Empresas cúmplices da ditadura: “É preciso fazer das informações um ato de justiça”

Trabalho da Caaf/Unifesp coordenado por Edson Teles revela como empresas violaram direitos no regime de exceção

Por Thiago Domenici, Agência Pública

Empresas como Petrobras, Fiat, Companhia Docas de Santos, Itaipu, Josapar, Paranapanema, Cobrasma, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Aracruz e Folha de S.Paulo podem estar ligadas a algum tipo de violação de direitos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985).
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“Olga Benário é exemplo de resistência contra o fascismo”

Sobrevivente do nazismo, Anita Prestes lança em Berlim livro sobre a mãe, a revolucionária comunista Olga Benário e fala sobre volta da extrema direita no mundo.

Rayanne Azevedo, na Deutsche Welle

Passados 15 anos desde a sua última visita à Alemanha, a historiadora brasileira Anita Leocádia Benário Prestes, 86, lançou nesta segunda-feira (8/5) em Berlim a edição alemã da biografia de sua mãe, a revolucionária comunista Olga Benário. (mais…)

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O último sonho de Marcelo Zelic. Por Rubens Valente

Da Agência Pública

Há duas semanas, Marcelo Zelic estava animado e cheio de esperança. Quase nove anos depois da conclusão da Comissão Nacional da Verdade, em dezembro de 2014, finalmente tudo fazia crer que o governo federal, agora inclusive com um inédito Ministério dos Povos Indígenas, abraçava a necessidade da criação de uma Comissão Nacional Indígena da Verdade. Depois de anos de omissão do Executivo, em especial todo o governo Jair “nenhum centímetro de terra indígena” Bolsonaro. A comissão específica foi uma das várias recomendações que a CNV fez ao Estado brasileiro no capítulo destinado às violações contra os povos indígenas e que jamais foram cumpridas – na verdade, nenhuma foi adotada até hoje. Agora a iniciativa tem o apoio declarado da ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e da presidente da Funai, Joênia Wapichana. (mais…)

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