Vítimas de tortura na ditadura pedem memória e providências

Este dia 26 de junho é o Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. Na sexta (23), o governo Lula reativou o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura

Por Redação RBA

A campainha tocou no apartamento 31. O estudante paulistano Adriano Diogo, de 23 anos, estava cansado. Estudante de geologia na Universidade de São Paulo (USP), ele, naquele dia, estava extenuado depois de cruzar a cidade e chegado de mais uma jornada como professor de ciências em uma escola secundarista. Andou até a porta. Ao abrir, encontrou o pesadelo. Ele não esperava o que aconteceria a partir daquele 17 de março de 1973. Histórias como a de Adriano têm mais um especial momento de reflexão e memória nesta segunda (26 de junho), Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. (mais…)

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Brilhante Ustra e o câncer da ditadura. Por Philipp Lichterbeck

O fato de o Brasil ainda não ter lidado juridicamente com a ditadura militar permite que as metástases do autoritarismo ainda se espalhem pelo país

em DW

O Brasil gosta de se ver como uma nação tolerante e harmoniosa, como um caldeirão de culturas sul-americano, onde as pessoas mais diversas – sejam negras ou brancas, pobres ou ricas – convivem pacificamente. Essa autoimagem sempre foi mais mito que realidade, ainda que muitos brasileiros gostassem de acreditar nela. (mais…)

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Itaipu na ditadura: mais de 100 operários mortos e 43 mil acidentes na construção

Documentos, depoimentos exclusivos e um assassinato não esclarecido ligam hidrelétrica a violações no regime de exceção

Por André Borges, Agência Pública

Lygia Jobim tinha 29 anos e estava grávida de três meses quando recebeu a notícia de que seu pai tinha desaparecido. Era início de tarde de uma quinta-feira, dia 22 de março de 1979. O embaixador José Jobim tinha saído de sua casa, no bairro de Cosme Velho, na zona sul do Rio, para visitar um amigo jornalista. O diplomata se preparava para escrever um livro sobre as negociatas que permearam a construção da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e Paraguai. (mais…)

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Racismo, perseguição e assassinatos nas instalações da CSN nos anos da ditadura

Entre prática de torturas e matar funcionário, empresa cometeu 11 tipos de violações aos direitos humanos

Por André Borges, Agência Pública

Eram 6 horas da manhã do dia 1° de abril de 1964, quando João Alves dos Santos Lima Neto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, chegou na entrada da Usina Presidente Vargas, um complexo siderúrgico instalado na região sul do Rio de Janeiro. Poucas horas antes, os militares haviam declarado o golpe de estado no País. Lima Neto, com o apoio de algumas lideranças operárias, se mobiliza para somar resistência à tomada de poder. O plano era reunir os trabalhadores da usina e decretar greve geral na principal unidade de produção de aço do Brasil, uma cidade industrial erguida em Volta Redonda e conhecida como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), à época, uma estatal. (mais…)

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Grupo dono do Arroz Tio João teria metralhado de helicóptero casa de posseiros na ditadura

Documentos e relatos apontam ainda a participação da empresa em conflitos armados no Pará durante o regime de exceção

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

Era início dos anos 1980, governo do general João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar. Naquele momento, a pressão pela reabertura política no Brasil se intensificava ao passo que a perseguição e a violência cresciam exponencialmente em Viseu, Norte do Pará. A repressão no município, distante 320 quilômetros de Belém, capital do estado, se concentrava principalmente na antiga Gleba Cidapar — região com vilas, garimpos e uma população de aproximadamente 10 mil pessoas. Foi onde Raimundo* passou a maior parte da vida e convivia com o medo da família em meio à disputa por terras. (mais…)

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Cobrasma lucrou milhões ao apoiar ditadura e reprimir movimentos sociais

Relatórios revelam participação da metalúrgica em episódios que levaram ao endurecimento do regime

Por Vasconcelo Quadros, Agência Pública

Gigante da indústria de base durante a ditadura, a Cobrasma (Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários S.A.), carro-chefe do conglomerado gerido pela família Vidigal, teve um papel mais robusto na parceria entre empresários e militares antes e depois do golpe de 1964. Relatórios aos quais a Agência Pública teve acesso revelam que dirigentes da empresa tiveram participação ativa na conspiração que resultou no golpe, nos episódios que levaram ao endurecimento do regime militar. Mais tarde, já nos anos de chumbo, um de seus conselheiros colaborou com o “caixinha” que bancou a Operação Bandeirantes (OBAN), a ação mais forte dos órgãos militares e policiais na repressão que dizimou as organizações da esquerda armada. (mais…)

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