Do choque à reação: a ação climática em tempos de Trump

O retorno de Donald Trump ao poder é um grande baque para a ação climática, mas pode ser também uma oportunidade para recolocá-la nos trilhos. 

Por Bruno Toledo Hisamoto*, em ClimaInfo

Depois de quatro anos, uma pandemia, uma tentativa de golpe, uma invasão ao Capitólio, 54 acusações judiciais por vários crimes, uma condenação por fraude e duas tentativas de assassinato, mais de 77,3 milhões de eleitores deram a Donald Trump uma rara segunda chance de ocupar a Presidência dos EUA. Junto com ele, o negacionismo climático também volta a dominar a política norte-americana, mesmo com o país assolado por episódios cada vez mais frequentes e devastadores de clima extremo. (mais…)

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Trump mostra seus desejos expansionistas e não descarta usar o exército para tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia

Ele também propôs mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América e unir o Canadá e os Estados Unidos

por Javier Biosca Azcoiti, em El Diario

“Precisamos deles para segurança econômica”, disse Donald Trump sobre a Groenlândia e o Canal do Panamá. Quando questionado, o presidente eleito dos EUA não descartou o uso de medidas militares ou econômicas para assumir o controle de ambas as posições estratégicas. (mais…)

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A eleição de Trump e o sistema mundial

Washington já não afirmará sua “excepcionalidade moral” e buscará fazer prevalecer seus interesses exercendo a força. Mas a China preparou-se, o Oriente Médio mudou e a Rússia está mais forte. Vem aí uma nova corrida às armas

Por José Luís Fiori, em Outras Palavras

A maioria dos analistas está de acordo que o fracasso internacional do governo de Joe Biden teve um papel importante na vitória de Donald Trump, nas eleições do dia 5 de novembro de 2024. Com destaque para a humilhante retirada americana do Afeganistão; para o fracasso da OTAN na Guerra da Ucrânia; ou finalmente, para a ambiguidade dos EUA frente ao genocídio israelense da Faixa de Gaza, divididos entre seus apelos humanitárias e o fornecimento direto das armas, do dinheiro e das informações utilizadas pelo governo de Israel no bombardeio da população palestina. (mais…)

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Trump, “um canalha cômico e carnavalesco” que “promove o grande capital”. Artigo de Slavoj Žižek

IHU

“O problema não é que Trump seja um palhaço. O problema é que há um programa por trás de suas provocações, um método em sua loucura. As obscenidades vulgares de Trump e de outros fazem parte da sua estratégia populista para vender este programa às pessoas comuns, um programa que (pelo menos a longo prazo) funciona contra elas: impostos mais baixos para os ricos, menos saúde e proteção para os trabalhadores etc. Infelizmente, as pessoas estão dispostas a engolir muitas coisas se lhes forem apresentadas com risos obscenos e falsa solidariedade”, escreve Slavoj Žižek, filósofo esloveno, em artigo publicado por Clarín-Revista Ñ, 15-11-2024. A tradução é do Cepat. (mais…)

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‘Eleição de Trump é um evento climático extremo’, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima

Em entrevista à InfoAmazonia, o especialista prevê os prováveis impactos da nova era Trump. Ele explica que as promessas do republicano para o clima ‘são as piores possíveis’ e que serão ‘quatro anos em que vamos perder algo muito precioso, especialmente na agenda climática: tempo’.

InfoAmazonia

Marcio Astrini dedicou os últimos 18 anos de trabalho a entender, explicar e propor ações de combate às mudanças climáticas no Brasil e, em especial, na Amazônia. Desde 2020, ele é secretário-executivo do Observatório do Clima, uma rede que reúne 119 representantes de organizações da sociedade civil, ambientalistas e institutos de pesquisa, todos com o propósito de discutir a agenda climática no país. (mais…)

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Trump e o novo espírito do povo na democracia liberal. Por Tarso Genro

O novo mundo que nos espera está tanto longe da utopia farsante do “modo de vida americano”, como das ideias da democracia social

Sul21

Dentro dos padrões normais da democracia representativa e dos padrões de respeito às regras mínimas de uma democracia política reconhecida como legítima no Século XXI, pode se dizer que Trump ganhou dentro das regras do jogo. A democracia liberal fica cada vez mais difícil de ser aceita, universalmente, para ser aplicada de forma coerente, tendo como base as suas ideias “fundadoras” e os seus pressupostos da razão iluminista. Seu estágio atual de decadência não convence mais ninguém. (mais…)

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A guerra civil psicótica de volta à Casa Branca. Por Franco ‘Bifo’ Berardi

Entender Trump exige política e psicanálise. Ele sintetiza a desintegração do capitalismo em meio à miséria, violência e depressão. E mobiliza a psicose coletiva que aliena multidões em nome de um ideal: “vencer a qualquer preço”

Do Diario Red, em Outras Palavras

Tal como as algas mutantes e monstruosas que invadem a lagoa de Venezaas nossas telas de televisão estão povoadas, saturadas, de imagens e opiniões “degeneradas”. Outra espécie de algas que vale a pena ter em conta, desta vez relacionada com a ecologia social, consiste nesta liberdade de proliferação concedida a homens como Donald Trump, que se apoderam de bairros inteiros de Nova Iorque, Atlantic City, etc., para os “renová-los” no processo em que os alugueis sobem e expulsam milhares de famílias pobres, a grande maioria das quais estão condenadas a perder a sua casa, sendo este caso o equivalente, para os nossos propósitos, a peixes mortos na ecologia ambiental. (Félix Guattari: Les trois écologies, Paris, Éditions Galilée, 1989, p. 34.)

Nestas linhas, escritas quando Trump começava a ocupar a cena pública, Guattari prevê o que agora é mais claro que a luz do dia: a desregulação neoliberal permite que algas monstruosas contaminem as águas. Tudo se desenrolou pontualmente e agora o mar superaquecido desencadeia tempestades terríveis, que matam centenas de pessoas na costa espanhola. Além disso, a desregulação permite a proliferação de fontes de declarações destinadas a contaminar a mediosfera e, consequentemente, a psicosfera. Aconteceu pontualmente: turbas de psicoadictos votam num sem-vergonha, que promete a maior deportação de migrantes da história. Estas poucas linhas de Guattari descrevem a gênese de um ambiente venenoso, que gera violência e opressão, ao mesmo tempo que desencadeia a guerra de todos contra todos, gerando as condições para uma tirania cínica, barroca e destrutiva. (mais…)

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