EUA: O que não tem conserto, nem nunca terá

À véspera das urnas, EUA parecem mais divididos do que nunca. Mas por trás da polarização, há identidade. Nem Kamala, nem Trump querem enfrentar desigualdade, rentismo ou guerra – três marcas cruciais de um império decadente

Por Maurizio Lazzarato | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Um duplo processo político e econômico, contraditório e complementar, está em andamento: o Estado e a política (norte-americana) afirmam energicamente sua soberania por meio da guerra (inclusive guerra civil) e do genocídio. Enquanto isso, ao mesmo tempo, mostram sua total subordinação ao novo rosto que o poder econômico adquiriu após a dramática crise financeira de 2008, promovendo uma financeirização sem precedentes, tão ilusória e perigosa quanto a que produziu a crise das hipotecas subprime. A causa do desastre que nos levou à guerra tornou-se um novo remédio para sair da crise: uma situação que só pode ser um presságio de outras catástrofes e guerras. A análise do que ocorre nos Estados Unidos, o coração do poder capitalista, é crucial, pois é precisamente de seu seio, de sua economia e de sua estratégia de poder, que partiram todas as crises e todas as guerras que assolaram e assolam o mundo neste século. (mais…)

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No coração da extrema direita, Kamala leva aborto ao centro da eleição dos EUA

No Texas, onde aborto é proibido até em caso de estupro, eleição coloca em jogo futuro das mulheres

Por Maria Martha Bruno | Edição: Bruno Fonseca, em Agência Pública

Ervas para induzir ao aborto. Comércio ilegal de medicamentos entre estados. Misoprostol disfarçado de cartão de visita e produzido em laboratório caseiro para venda online. Risco de morte para gestantes causado por infecção generalizada. Aborto negado em caso de estupro e incesto. Poderia ser no Brasil, mas não é. (mais…)

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Ocidente: Breve história de uma derrocada. Por Ladislau Dowbor

Há 76 anos, pressionados pela União Soviética, EUA lançavam o Plano Marshall e apostavam em saídas comuns para os problemas globais. O que leva agora mundo eurocêntrico a flertar com o abismo e ter por emblemas tipos como Elon Musk?

Por Ladislau Dowbor em Meer | Tradução: Glauco Faria, em Outras Palavras

Até que ponto precisamos ir pelo ralo até acordarmos? Muitos de nós estão cientes das catástrofes ambientais e sociais que estamos construindo, mas a compreensão individual tem pouca influência no processo global de tomada de decisões. Temos, de fato, corporações poderosas e as reuniões de Davos que elas usam para se congratular. Porém, os cosméticos, no estilo ESG, não nos impedirão de chegar ao desastre. Uma abordagem global pode ajudar. A ganância é estúpida. (mais…)

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Como Eduardo Bolsonaro e comitiva articulam com parlamentares dos EUA punições ao Brasil

Comitiva bolsonarista passa uma semana nos EUA e tenta convencer republicanos e lobistas de que Brasil viveria ditadura

Por Laura Scofield | Edição: Ed Wanderley, em Agência Pública

No início de março, uma comitiva de deputados brasileiros capitaneada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) passou cerca de uma semana em Washington (EUA) para angariar apoio político e tentar convencer os parlamentares republicanos de que o Brasil não é mais uma democracia. (mais…)

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Sobre a arrogância dos “povos escolhidos”

A ideia da “escolha divina” – tão típica de Israel e dos EUA, mas que vai além – demoniza, humilha e exclui os que pensam diferente. Ela se repete em todos os momentos em que a humanidade “perde o horizonte”, como neste início do século XXI

por José Luís Fiori, em Outras Palavras

Agradecemos a Deus pela bomba atômica
ter vindo para nós, e não para os nossos inimigos;
e oramos para que Ele possa nos guiar
para usá-la em Seus caminhos,
e para Seus propósitos”.

Presidente Harry, S. Truman, citado in Perry Anderson,
“A política externa norte-americana e seus teóricos” (mais…)

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Superterça: como evitar a volta de Trump?

Ex-presidente parece forte nas primárias e pesquisas, mas sua rejeição é ampla. Seu trunfo: a impopularidade de Biden, ainda maior após apoiar o massacre em Gaza. Há alternativas? Muito dependerá do que ocorrer hoje

Por Glauco Faria, em Outras Palavras

As chances de impedir que um político de ultradireita assuma o comando do país mais poderoso do mundo serão jogadas, em parte, amanhã, 5 de março. Os Estados Unidos terão a chamada “Superterça”, data que concentra algumas das mais importantes eleições primárias para escolher os candidatos à Presidência dos partidos Democrata e Republicano. Embora haja dois óbvios favoritos em cada legenda, Joe Biden e Donald Trump, as margens dos resultados podem influenciar uma corrida ainda indefinida e com potencial para surpresas. (mais…)

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