O conceito de democracia é relativo?

Afirmação de Lula gerou polêmica. Velha mídia e juízes isolados usam-na para atacar o governo. Mas seu cinismo oportunista mal disfarça o golpismo. O Brasil real sabe: aqui ela é defeituosa e excludente – e é preciso reconstruí-la sob outras bases

por Marcus Aurelio Taborda de Oliveira, em Outras Palavras

Há poucos dias o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em um evento público que o conceito de democracia é relativo. Bastou para que alguns representantes da mídia mainstream, além de pelo menos um representante do STF, atacassem a manifestação do presidente. Sem considerarmos o preconceito constantemente manifestado contra Lula por muitos jornalistas, assim como por uma parte do judiciário, impressiona observar a ignorância histórica de alguns desses filhos das elites ou da classe média brasileira. Se Lula erra ao defender regimes autoritários ou que flertam com o autoritarismo, parece claro que acerta ao afirmar que democracia é um conceito relativo. Se preferirmos, é historicamente contingente. Tivesse clareza ou não disso, a sua fala foi, na verdade, uma defesa da democracia, e não a sua desqualificação, como apressadamente derivaram alguns não muito bem-intencionados. (mais…)

Ler Mais

CPMI do 8 de janeiro questiona George Washington sobre conexões agrárias

Senadoras e deputada perguntaram sobre telefones do fazendeiro Bento Carlos Liebl e do político ruralista Ricardo Cunha, seus contatos de emergência após a prisão; dossiê “As Origens Agrárias do Terror” detalhou conexões do agronegócio com o terror

Por Alceu Luís Castilho, Bruno Stankevicius Bassi e Carolina Nogueira, em De Olho nos Ruralistas

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro recebeu hoje (22) a aguardada oitiva de George Washington de Oliveira Sousa, mentor da tentativa frustrada de atentado a bomba no aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2022. Em uma sessão entrecortada por ataques da oposição bolsonarista — que tenta emplacar a tese de que os atos golpistas que ocorreram antes e durante o 08 de janeiro seriam fruto de “infiltrados” de esquerda — poucos parlamentares exploraram as conexões políticas e empresariais do terrorista. (mais…)

Ler Mais

A blindagem dos militares trincou

Lula e Múcio Monteiro esforçam-se em não mudar política de Defesa, evitar qualquer conflito com os comandantes militares e fechar os olhos para seu obscurantismo. Mas as investigações em curso vão expor o golpismo da caserna. E então?

por Manuel Domingos Neto, em Outras Palavras

Em seu retorno à presidência, Lula deixou claro seu interesse em sossegar a caserna e governar sem arroubos. (mais…)

Ler Mais

Conexão Sobral: município cearense liga terroristas que tentaram explodir aeroporto em Brasília

Dossiê “As Origens Agrárias do Terror” revela ligação entre Wellington Macedo, responsável por transportar o artefato explosivo, e o irmão do terrorista George Washington de Sousa, mentor do atentado; foragido desde janeiro, Macedo mantinha blog jornalístico em Sobral (CE)

Por Alceu Luís Castilho e Bruno Stankevicius Bassi, em De Olho nos Ruralistas

George Washington de Oliveira Sousa, mentor da tentativa frustrada de atentado a bomba no aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2022, não é apenas um fanático político e um mero empresário do setor de combustíveis. Por trás dele há uma cadeia de relações que recai em atores importantes do agronegócio brasileiro e da expansão econômica nos arcos de desmatamento e destruição do ambiente. (mais…)

Ler Mais

Gonçalves Dias e as lições do golpismo híbrido. Por Tarso Genro

IHU

“O mais importante daquele 8 de janeiro foi que o Golpe fracassou. Mas não ‘pela capacidade de resistência do povo brasileiro’, como chegaram a dizer muitos adeptos da mística existência de uma ‘fé democrática’ no espírito do povo, que aliás se mostra cada vez mais inerte face às promessas não cumpridas pela democracia liberal. O Golpe fracassou porque as Forças Armadas, na sua maioria profissionalizadas, não se lançaram na aventura golpista. Alguns porque não tinham unidade em torno de um ‘chefe’, outros porque efetivamente não querem mais golpes de Estado, outros – ainda – por respeito às normas de hierarquia que regem a instituição. E outros, talvez, que podem até aceitar um regime autoritário, mas não nos níveis de delinquência de um Governo tão brutalmente inepto e cretino como foi o de Bolsonaro”, escreve Tarso Genro, que foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, ministro da Justiça, ministro da Educação e ministro das Relações Institucionais do Brasil, em artigo publicado por Sul21, 23-04-2023. (mais…)

Ler Mais

Para entender as fardas que (ainda) espreitam

Troca de governo não tirou militares da política. Sem punição ao golpismo, continuam barganhando espaço e poder. Curso da Caixa de Ferramentas analisa atuação do Partido Fardado ao longo da história do Brasil. Sortearemos 2 vagas

por Guilherme Arruda, em Outras Palavras

Se, por um lado, felizmente já não temos mais um capitão na presidência do Brasil – ainda por cima com um general de vice –, por outro, a questão militar não saiu de pauta na política brasileira. Da participação de oficiais na tentativa golpista do 8 de janeiro à interferência do Alto Comando das Forças Armadas em decisões de Estado, os fardados seguem se movimentando em prol de seus objetivos políticos de direita. Para sanar esse problema, é preciso compreendê-lo em profundidade. (mais…)

Ler Mais