Catolicismo sangra ao não apostar na renovação e nas Comunidades Eclesiais de Base. Evangélicos, fortes na periferia, frustram muitos com a mercantilização da fé, gerando desigrejados. A transição religiosa é incerta – e requer atenção para não fortalecer a ultradireita
por Roberto Malvezzi (Gogó), em Outras Palavras
Alguns pontos:
1. Transição religiosa: o que os números indicam não é apenas o abandono de um Igreja Cristã por outra, ou a saída do catolicismo para o protestantismo neopentecostal, mas uma verdadeira transição religiosa: crescem os evangélicos percentualmente, mas não na proporção esperada e agora representam (26,9%) da população brasileira; diminuem os católicos, mas não na proporção esperada (56,7%); crescem os adeptos do candomblé (1%); diminuem os espíritas (1,8); crescem os sem religião (9,4%). Se olharmos com mais cuidado para os números, vamos perceber que a transição religiosa é ampla e aponta caminhos futuros, talvez como o que aconteceu na Europa. Primeiro a transição do catolicismo para o protestantismo. Agora, o esvaziamento tanto do catolicismo como do protestantismo para os indiferentes às religiões, o que não significa ateísmo. (mais…)