Política Nacional de Cuidados: a proposta do governo, o debate no parlamento e as lutas dos movimentos de mulheres e feminista

Intenções do governo parecem boas, mas há três problemas graves: diluição do conceito de “trabalhadoras domésticas”, ausência de orçamento claro e submissão da proposta ao Legislativo – onde nada de bom pode-se prever…

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Instituir uma Política Nacional de Cuidados: este é o objetivo do Projeto de Lei (PL) 2763/24 que começou a tramitar no Congresso Nacional, por iniciativa do Poder Executivo. Queremos discutir essa proposição do governo referenciadas nas demandas dos movimentos de mulheres e feminista por políticas que vêm desde o século passado. Essas demandas têm a ver com transformar a injusta divisão sexual e racial do trabalho que sustenta as nossas economias e a reprodução da vida sobre a base da exploração da grande maioria das mulheres. É um desafio enorme que exige uma política, um plano, uma a ação do Estado. Políticas e recursos públicos (municipais, estaduais, nacional, das agências oficiais de fomento) precisam estar estrategicamente orientados a criar equipamentos sociais, garantir direitos, instalar infraestrutura social do cuidado e desmontar as engrenagens (econômicas, sociais e culturais) que mantêm e reproduzem pobreza, miséria e desproteção social que o racismo patriarcal impõe às mulheres trabalhadoras. (mais…)

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Poderá o CFM servir à saúde pública?

Eleições para o Conselho Federal de Medicina acontecem em duas semanas, e a classe médica tem uma missão: tirar do poder representantes que se aliaram ao reacionarismo anticientífico, viraram as costas ao SUS e fecharam-se à participação social

por Gabriel Brito, Outra Saúde

“Nos últimos 5 anos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) serviu como satélite de políticas públicas empreendidas pelo governo Bolsonaro. Tentou através de resoluções coibir os médicos de exercer seu mister de acordo com a legislação vigente.” É assim que o médico Alex Romano, candidato à cadeira de conselheiro federal de medicina no Rio de Janeiro, define a atuação do órgão federal que deveria regular o exercício da medicina. (mais…)

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Comida estragada, desnutrição e calor: denúncias nos abrigos da Operação Acolhida

Migrantes, ex-trabalhadores e pesquisadores apontam que estrutura dos abrigos não atende quem busca refúgio

Por Rafael Custódio | Edição: Bruno Fonseca, Agência Pública

Crianças indígenas com desnutrição, comidas com insetos, doenças e habitações nada aclimatadas para a região amazônica. Essas foram as denúncias feitas pela população venezuelana refugiada, ex-trabalhadores humanitários e pesquisadores sobre a estrutura da Operação Acolhida, em Roraima, que abriga migrantes principalmente vindos da Venezuela. As denúncias foram ouvidas pela Agência Pública no local e fazem parte da  segunda reportagem da série Segredos da Operação Acolhida. (mais…)

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Frase de Dom Pedro Casaldáliga em novela emociona o Brasil

O bispo poeta do Araguaia ganhou vida nas palavras do personagem interpretado por Irandhir Santos e gerou comoção nas redes sociais

Por Zé Barbosa Junior, na Revista Fórum / MST

O Brasil se emocionou hoje ao lembrar de Dom Pedro Casaldáliga, numa fala magistralmente interpretada por Irandhir Santos, que encarna o personagem Tião Galinha. O ex-catador de caranguejo se torna a voz potente na luta dos sem-terra e durante a assembleia dos camponeses, resgata o texto memorável do poeta do Araguaia, o bispo dos pobres: (mais…)

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Com PEC da Segurança Pública, Lula tem oportunidade para resgatar Brasil das PMs. Por Almir Felitte

Em vez da tática temerosa de “anabolizar” a Polícia Rodoviária Federal (PRF), governo poderia investir na desconcentração do poder de policiamento ostensivo e transformar as guardas em polícias municipais

na Ponte

Nos últimos meses, ganhou força o debate acerca de uma PEC da segurança pública do governo Lula através do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Não oficializada até agora em qualquer documento, não temos muito mais informações sobre ela. Para falarmos aqui, nos baseamos, portanto, em entrevistas do ministro que explicitam algumas de suas diretrizes, bem resumidas em um artigo que ele publicou no Conjur. (mais…)

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SP: Como redesenhar a participação social

Apenas três dentre as 32 subprefeituras paulistanas elegeram todos os seus conselheiros. Quadro amotivacional é grave, comprometendo a democracia cidadã. Ir além do voto é crucial. “Paineis populares” e novas formas de representatividade podem ser um caminho

por Felix Ruiz Sanchez e André Leirner, em Outras Palavras

Participação social por canais não eleitorais no município de São Paulo1

A Constituição Federal de 1988 alterou a arquitetura da administração pública e municipalizou serviços de saúde, educação, assistência social, transporte, habitação e planejamento urbano. Foi nesse cenário que Luiza Erundina, eleita prefeita de São Paulo (1989-1992), promulgou a Lei Orgânica do Município e a organização territorial que definiu 96 Distritos Administrativos (Lei 11.220/1992). O governo Marta Suplicy (2001-2005), dez anos depois, ofereceu novos avanços à pauta da descentralização e participação. Nele, foram aprovadas as leis nº 13.399/2002 e nº 13.881/2004. A primeira conferia a subprefeitura a coordenação técnica, política e administrativa de cada localidade, observadas as prioridades e diretrizes estabelecidas pelo Governo Municipal, e a segunda, criaria o Conselho de Representantes das Subprefeituras em articulação com o poder executivo central. Ainda nesse governo, o Orçamento Participativo – OP foi implementado pela primeira vez na cidade. Apesar ter envolvido diferentes atores sociais e retomado a participação popular e social2 e mesmo após a criação do Conselho Municipal do Orçamento Participativo3, a iniciativa não se consolidou como órgão de atendimento às demandas e expectativas locais na peça orçamentária municipal, gerando frustrações e desgaste político. Em que pese esse esforço de descentralização, os recursos permaneceram alocados junto às secretarias, fruto da necessidade de formação de coalização política para manutenção de governabilidade (GRIN, 2015). (mais…)

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