O Engenho. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

A única imagem que Enrico tem de seu bisavô é a antiga foto pendurada na parede da sala de jantar na casa de sua mãe e as histórias de sua epopeia de fuga da pobreza na Itália e de como prosperou no comércio.

Começou trabalhando numa fazenda de cana de açúcar que pouco tempo antes de sua chegada, era tocada por escravos e chicotes. Ele e os que com ele vieram, frequentemente, precisavam lembrar ao patrão e ao capataz que não eram escravos. (mais…)

Ler Mais

País Do Sol. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Há muitos e muitos séculos, existiu um curioso país chamado Do Sol. Era uma sociedade muito primitiva, ainda do tempo em que a humanidade se dividia em países. Mas como toda sociedade daquele tempo, achava-se muito desenvolvida e esclarecida. Mas havia uma diferença do país Do Sol para os outros.

O povo de todo país daquele tempo se achava melhor e mais sábio que os demais, especialmente os de sua elite, que se achava não apenas superior em ideias e pensamentos aos de outros países, mas também superior aos de sua própria gente. Mas a elite do país Do Sol era diferente. (mais…)

Ler Mais

Diário de um Livreiro: o sebo dos sebos. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Jorge Luis Borges
 (1899-1986)

Viajei para Galloway – “o canto esquecido da Escócia” – e perambulei por Wigtown, uma cidadezinha da região com menos de 1.000 habitantes. Lá conheci a terceira livraria do mundo na avaliação do The Guardian, que usou para isso o critério de “peculiaridade e excelência”.  Essa viagem foi feita sem sair de casa, percorrendo “O Diário de um Livreiro” escrito por Shaun Bythell, dono da livraria e de refinada ironia, além de deliciosas histórias que conta com humor. (mais…)

Ler Mais

Além do humano. Por Eugênio Bucci

A cada dia, o humano perde relevância. O humano, depreciadamente humano, deixa de ser protagonista no seu próprio destino

No A Terra é Redonda

Agora, os pequenos sinais estão em toda parte. Artifícios inteligentes tomam decisões no lugar das pessoas de carne e osso. No trânsito, quem resolve se você vai virar à esquerda ou à direita é um algoritmo, que lhe dá ordens pela tela eletrônica. Por um sistema parecido, o taxista fica sabendo qual será o passageiro, e em que endereço deve apanhá-lo. Ninguém escapa. (mais…)

Ler Mais

As universidades amazônicas: Bhabha e Foucault. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

– No início, Bhabha e Michel não queriam conversar comigo. Tentei, tentei. Não foi fácil. Demorou. Consegui finalmente bater o maior papo com eles – disse bem humorada Lourdes Elias Terena na sua defesa de mestrado. Ela se referia a dois autores, cujas obras são leitura obrigatória na Pós-Graduação de universidades brasileiras: Hommi Bhabha, professor do University College de Londres e Michel Foucault, catedrático do Collège de France. Ambos lhe foram úteis para ver a si mesma e a seu povo. (mais…)

Ler Mais

Cadê a utopia? Por Luiz Marques

Ou prevalece no imaginário popular que a democracia pode e deve orientar a economia, na sociedade autorregulada; ou afundaremos em um retrocesso civilizacional

No Terapia Política

Os problemas sociais e políticos percorrem todas as épocas. As ideias se destacam em períodos de acontecimentos rápidos e confusos, quando encarnam um mobilismo redentor. Nenhuma época alterou tanto os seres humanos, com fanatismo e sangue nos olhos, do que a década de incubação do nazifascismo. Quase um século depois, o cenário se assemelha, revalidando o estoque de conceitos que fundou a modernidade. República x tirania, democracia x autoritarismo, esquerda x direita, cidadão x servo, tolerância x arbítrio são categorias que servem ainda de leme para os países. (mais…)

Ler Mais

Sociopatas. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Alfredo foi para Brasília de verde e amarelo. Acampou em frente a um quartel e, como nunca antes em sua vida meio solitária, participou de eventos coletivos como marchas, cantorias e outras pantomimas meio militares, meio devocionais. Rezou com fervor extraído do fundo de seu ateísmo.

Na refrega do dia oito marchou, cantou, quebrou e bateu como poucos. Chutou uma policial caída com o ânimo de quem parte, finalmente, do sonho à realidade. Destruiu, preferencialmente, o que parecia insubstituível. Foi preso. (mais…)

Ler Mais