Vidas palestinas importam. Por Luis Felipe Miguel

A desumanização é fundamental para a ofensiva israelense. Serve para que a opinião pública internacional não se sensibilize com a tragédia do povo palestino

A Terra é Redonda

Na CPI do 8 de janeiro, a oposição quis emplacar a história de que o governo Lula tentou dar um golpe contra si mesmo. A imprensa, com razão, ridicularizou o estratagema. Mas quando Estados Unidos e Israel dizem que o hospital palestino foi bombardeado pelos próprios palestinos, essa narrativa logo é aceita como digna de atenção. (mais…)

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Professores negros e negras e sua resistência histórica. Por Ângelo Oliveira

Nesse Dia dos Professores quero dedicar minha homenagem a todas e
todos que estão nessa seara a partir do reconhecimento da luta histórica de
professoras e professores negras e negros que, historicamente, tiveram sua
condição de humanidade e, por consequência, sua intelectualidade negada. A
obra intitulada “Cor e Magistério”, organizada pela professora Iolanda de
Oliveira (2006), denuncia que,

“O lugar do professor universitário não é visto de forma natural como um lugar de negros. Esta é uma profissão que exige muito o uso da mente, do argumento, da inteligência, da reflexão. Estes, porém, são atributos do branco. O negro que galgou essa posição terá que viver em constante estado de alerta, como que a responder a todo tempo questões, mesmo não verbalmente, mas até através de gestos, atitudes e sentimentos como, forma de dizer: ‘olha, eu tenho o direito de continuar aqui’. Esses questionamentos vêm de várias direções: do pedagógico,
do administrativo, dos colegas e dos alunos.” (SANTOS, 2006, p. 173) (mais…)

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Faixa de Gaza: a fábrica de mortos em série. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

“Guerra é isso.
A gente volta de lá mais bicho do que gente”

 (Paulo de Mello Bastos. Tauã. 2003)

Sirenes costumam tocar para indicar o horário do início de mais um dia de trabalho nas fábricas e nos canteiros de obras. O apito alto e agudo chama os trabalhadores. O formigueiro humano se dirige à linha de montagem. Mas essa é uma indústria sinistra, uma fábrica de mortos em série da Faixa de Gaza, que usa corpos vivos de civis como matéria prima em sua linha de produção em massa. O produto final manufaturado são cadáveres, entre outros, de crianças e jovens inocentes. (mais…)

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Bombas. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Bombas agem com indiferença. Matam e destroem o que está em seu raio de ação. É coisa de espaço. Métrica que delimita a área da morte provável. Não liga para a cor da pele, nacionalidade, religião, inclinação política ou quaisquer outras dessas besteiras que a gente inventa para dizer que gente não é tudo igual. Ela só explode e acaba-se.

Para quem morre, tanto faz se foi morto a tiro, explosão, susto ou raiva. Mas faz diferença para quem mata. Mortos são todos iguais em sua mórbida paralisia. Assassinos é que são diferentes em suas formas de matar. (mais…)

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Ailton Krenak na ABL: o fim do mundo adiado. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

“Minha escrita é pela oralidade. […] Falar um livro, é assim que eu escrevo”.
Ailton Krenak. Discurso de posse na Academia Mineira de Letras. Março 2023

O primeiro escritor indígena eleito para uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), Ailton Krenak, obteve nesta quinta-feira (5) 23 votos, numa competição com candidatos renomados como a historiadora Mary del Priore (12 votos) e o escritor Daniel Munduruku (4 votos), o que dá a dimensão da qualidade da disputa. (mais…)

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De volta ao lar no Chile: a nossa cetutxiá. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

Si van para Chile / les ruego viajeros /
visiten las casas / donde vivieron.

(Paródia da canção “Si vas para Chile”)

Foi o que fizemos alguns de nós ex-exilados no entremeio da agenda oficial da Comitiva Viva Chile: visitamos as pensões onde moramos, percorrendo os caminhos da memória. O que buscávamos, na verdade, era a cetutxiá – assim os Fulniô de Pernambuco, denominam “moradia” na língua Yaathé. A tradução  mais próxima é “lar” e não “casa”, cetutxiá não é um imóvel, que se pode vender, mas um lugar inegociável de alegria, de afeto, de paz e serenidade. (mais…)

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O marco temporal, os Mapuche e a corrida da cerca. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

“Alados guardianes de nuestra tierra que nos alertan de cualquier peligro.
Orador incansable de la madre tierra:¡Trüliliu Trüliliu Trüliliu Trüliliu”.
(Lorenzo Aillapán Cayuleo. El Queltehue. El Guardián Avisador, 1997).

Quando contei a líderes Mapuche em Temuco, no sul do Chile, que no Brasil se estava discutindo a tese do “marco temporal” para demarcar as terras indígenas, eles comentaram que haviam passado por algo similar. Relataram que a forma de luta usada foi aquela conhecida como a corrida da cerca. Foi durante o Seminário de Educação Artística, do qual participei a convite do Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimônio na quinta-feira (14). No Chile, o Ministério é “das Culturas”. No plural. Como corresponde a um país que reconhece a sua diversidade. (mais…)

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