Nas ruínas de Velho Airão, memórias do Amazonas. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

Quem nos dá notícias da cidade fantasma de Velho Airão, berço da colonização portuguesa no Amazonas? Se dependesse do atual governador Wilson Lima, o primeiro povoado fundado às margens do rio Negro, no séc. XVII, distante 200 km de Manaus, abrigaria hoje uma adega para vender vinhos e ventiladores aos curiosos turistas que por lá chegarem. Ele está vagando e andando para a história da região.  (mais…)

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Um excêntrico mundo novo nos espreita. Por Álvaro Caldas

No Jornal do Brasil

Ondas de um grande estrondo percorrem o ar, com o cheiro de coisa podre se espalhando nos arredores. Cadáveres são empilhados nas esquinas. A peste do bolsonarismo desmorona com sua obsessão de crimes, fraudes e doenças que contaminaram e dividiram o país por quatro longos anos, período mais tenebroso de sua história. Quem acreditou nas trapaças e mentiras agora tapa o nariz, mas ainda quer fazer de conta que a vida política é assim mesmo, todos os políticos fedem, roubam e cometem crimes. (mais…)

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Xandão e as fake news nas bancas de tacacá. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

Naquela tarde calorenta de Manaus, o sino da igreja de Aparecida bimbalhou as 18h00. As três irmãs saíram de sua casa no Beco da Escola, cada uma com sua cuia bordada de flores por artistas de Monte Alegre, lá de Santarém. Maria Regina – a Maré, Maria Júlia – a Maju e Maria da Fé – a Mafé, trajando vestido godê com bolinhas coloridas, subiram a rua Xavier de Mendonça até a banca de tacacá da dona Alvina na esquina da Alexandre Amorim. Elas não sabiam, mas eram precursoras das fake news.

A banca de tacacá foi, na realidade, o berço das fake news, como comprovam as campanhas eleitorais para governador do Amazonas. Quando o mundo ainda nem sonhava com a mídia digital, as fake news já circulavam com cheiro de tucupi. O atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes (o  Xandão) precisa saber que as cuias de tacacá abrigaram as milícias não-digitais do jambu. (mais…)

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Três anos de Terapia Política. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Comemoramos? Não sei. Parece esquisito comemorar aniversário de terapia. E, não, Terapia aqui não é só um nome esquisito. Chama-se Terapia porque aqui, o que acontece, é terapia mesmo. O nome não engana, assim como o conteúdo do blog.

Mas, terapia de quê? Por quê? Freud – nome que vem à mente quando se fala em terapia – publicou em 1930 “O Mal-Estar na Civilização”. Fala de uma inquietação ao precisarmos recalcar nossos desejos e individualidade como condição e, ao mesmo tempo, consequência do processo civilizador. Viver em sociedade pede que deixemos de lado o tirano individualista que existe em nós para que nos tornemos cidadãos, respeitadores da lei e das instituições que são verdadeiros totens de nosso espírito coletivo. E isso não se faz sem algum retrogosto de mal-estar. (mais…)

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STF e as escolas indígenas que caminham. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

(De São Luís do Maranhão) – “Não é o aluno Guarani que vem para a escola. Somos nós, professores, que vamos até os alunos. Nós somos professores sem fronteira”.

Esta frase de Aline Jáxuca Adão foi dita na oficina realizada com Valcenir Karai Tibes no II Seminário de Arte, Educação e Cultura, organizado pelo Centro de Cultura Vale do Maranhão (CCVM), em São Luís, de 18 a 20 de abril, numa semana de eventos indígenas que pipocaram por todo Brasil. (mais…)

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Distrações. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Paloma pensava no porquê de tapioca não precisar de óleo para ser feita. É só espalhar o pó pela frigideira, fogo e pronto! Rapidinho, o pó vira disco. Ela sempre erra o momento de colocar o recheio para dobrá-la em forma de pastel. Ou de crepe, que é mais chique. Uma pequena distração e pronto! Passa do ponto e se quebra ao dobrar.

É como seus planos. Uma distração e a vida passa do ponto. Perde-se o momento e uma fissura nos acontecimentos vira ferida na alma. As amarguras vêm daí. Das distrações em seus planos que pareciam tão perfeitos. Perfeitos como tapioca recheada em forma de crepe chique. (mais…)

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A pátria grande, as patriazinhas e suas línguas. Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

Penker inintimsamka mash aintsti ankan, matekrin nuya nii penkerin takakui nii akiniamunmaya tu ausamti aratukmau atinuitji mai matekrak.

O que isso significa? Que língua é essa? Grego antigo? Em alguns meses, os brasileiros poderão ler texto semelhante, misterioso e ininteligível para os cidadãos da Pátria Grande, mas perfeitamente compreensível para aqueles que habitam algumas das patriazinhas existentes dentro de nosso país. Isso graças à decisão de Raminah Kanamari, que decidiu mandar traduzir a Constituição Brasileira de 1988 ao Nheengatu – a Língua Geral Amazônica, filiada ao tronco tupi.

Raminah tem poder para isso. Esse é o nome com o qual o povo Kanamari batizou a ministra Rosa Weber, presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), durante sua visita, no final de março, às aldeias indígenas do Alto Solimões e do Vale do Javari. (mais…)

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