Carta fechada ao senador Plinio Valério. Por José Ribamar Bessa Freire

Vai cartinha fechada / não deixa ninguém te abrir,
Pra casa da Pequepê / onde moram as letras PLI.
(Paráfrase de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. 1953).

No TaquiPraTi

Exmo. sr. senador Plínio Valério (PSDB-AM vixe vixe))

Saudações bozozoicas

Com a autoridade de quem foi teu professor no Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas, escrevo esta carta que só pode ser lida exclusivamente por ti, por estar sob sigilo de cem anos. Advirto os curiosos e fofoqueiros que, se a lerem, serão punidos com os rigores da Lei de Acesso à Informação (LAI). De saída, esclareço que não tenho culpa, no teu caso, do resultado do meu trabalho docente, afinal aluno não é discípulo. (mais…)

Ler Mais

Muito mais que liberdade de expressão. Por Eugênio Bucci

Conversas que repórteres mantiveram com suas fontes e resolveram não levar a público devem ser protegidas, não expostas pela Justiça

No A Terra é Redonda

Na semana passada, aconteceu de novo. Um pequeno incidente veio mostrar, mais uma vez, que a cultura política e a cultura jurídica brasileiras ainda não compreendem bem a substância da liberdade de imprensa. Desta vez, o episódio ocorreu no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). (mais…)

Ler Mais

Networking. Por Julio Pompeu

No Terapia Política

Pedro não gosta de frio, mas encasacou-se por alguns anos em Chicago. Voltou doutor em economia e foi esquentar-se em São Paulo. Não teve dificuldades para conseguir trabalho mesmo depois de tanto tempo longe. Bom currículo, juventude e o mais importante: contatos. Muitos contatos. Ou, como se diz na língua do mercado, networking. Para ele, as relações sociais e profissionais se misturam. Desde pequeno andava pelos poucos lugares das poucas pessoas que faziam e fazem o mercado. Festas nos clubes, jantares, namoros, tudo na sua vida foi e é mercado. Vive a indistinção entre público e privado, profissional e pessoal, exibição e intimidade numa vida em que nenhum destes contrários parece existir realmente. Onde nada é cem por cento, exceto o dinheiro. Money é a única coisa concreta, distinta e significativa em seu mundo. (mais…)

Ler Mais

Memorial de los años felices. Por Luis Sepúlveda

No dia 11 de setembro de 2023, o golpe contra Salvador Allende e a Unidade Popular completará 50 anos. O texto abaixo, disponível no Arquivo Chile, foi escrito por Luis Sepúlveda há 20 anos, quando 30 haviam se passado. Neste momento em que não só o Brasil, mas a América Latina e o mundo estão novamente lutando para não serem destruídos pelo fascismo, vale recordá-lo e homenagear a resistência chilenas. E que o façamos com o grito Mapuche: “Dez vezes venceremos”! (TP)

***

Los mil días del Gobierno Popular fueron duros, intensos, sufridos y dichosos. (mais…)

Ler Mais

Ivo Barbieri: o sabor da leitura, Por José Ribamar Bessa Freire

No TaquiPraTi

“Na escola primária / Ivo viu a uva / e aprendeu a ler /
Ao ficar rapaz / Ivo viu Teresa / e aprendeu a amar”.
(Paráfrase de Primeira Lição. Ledo Ivo. 1964).

No lançamento recente do livro “Da Roça à Reitoria: Ivo Barbieri” me veio à lembrança a viagem Rio-Manaus-Rio, em companhia de Ivo Barbieri, então reitor da Uerj que, em 1991, me convidou para proferir a palestra de abertura sobre a Amazônia na Reunião do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB) realizada na capital do Amazonas. (mais…)

Ler Mais

Necropolítica e racismo. Por Luiz Marques

Na economia do biopoder, a função do racismo é regular a distribuição da morte e tornar possíveis as funções assassinas do Estado

No A Terra é Redonda

“Correntes nunca mais” (Glória Maria).

Achille Mbembe é um filósofo camaronês que, no início do século XXI, publicou um pequeno ensaio em inglês intitulado Necropolitics. Traduzido para o português, em 2018, soma mais de uma dezena de reimpressões. Virou um grande best-seller do pensamento. Necropolítica  discute o atributo fundamental da soberania: “exercer o controle sobre a mortalidade e definir a vida como implantação e manifestação de poder”. A definição corresponde ao que Michael Foucault denomina de biopoder, em Nascimento da biopolítica (Collège de France, 1978-1979). (mais…)

Ler Mais

A caquistocracia. Por Ibrahim Warde

Derivada do grego kakistos (superlativo de “mau”) e kratos (“poder”), a palavra significa “o governo dos piores”. Inventada no século XVII para descrever a ascensão política de cidadãos menos qualificados ou menos escrupulosos, ela ganhou um novo fôlego com as eleições de Donald Trump e Jair Bolsonaro

No Diplomatique Brasil

Stanley Hoffmann acreditava que a melhor explicação para o início da Segunda Guerra Mundial podia ser encontrada em O rinoceronte, a peça de Eugène Ionesco. Para o eminente acadêmico norte-americano, o absurdo da peça “capta melhor do que qualquer trabalho de História ou de Ciências Sociais todos os absurdos e tragédias dessa longa descida ao inferno”.1 A alegoria, que trata da transformação de toda a população (exceto um homem) em rinoceronte, ilustra a dinâmica de um totalitarismo que consegue conquistar até as mentes menos dóceis. (mais…)

Ler Mais