Conceição Evaristo abre Casa Escrevivência, espaço cultural no Rio

“Livro na estante não significa nada”, defende escritora

Por Vinícius Lisboa, na Agência Brasil

A cidade do Rio de Janeiro ganhou, nesta quinta-feira (20), um novo espaço cultural, resultado de projeto da escritora Conceição Evaristo. Ao longo dos últimos anos, a escritora vinha se preparando para um dia ter um lugar onde pudesse dispor do seu acervo bibliográfico e artístico. Assim surgiu a Casa Escrevivência, no Beco João Inácio, 4, Largo da Prainha, no bairro da Saúde, região portuária da capital. Uma sessão de autógrafos da escritora marca a inauguração nesta noite. (mais…)

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Indiana Jones: o arqueólogo mais racista do mundo volta a atacar

Novo – e com sorte último – filme da série insiste no discurso colonialista que valoriza um herói ocidental branco desrespeitoso com as populações locais e deliberadamente ignorante da arqueologia: é Hollywood usando o poder do “entretenimento” para ridicularizar e distorcer culturas e modos de vida daqueles que se mantiveram na natureza, como os povos da Amazônia

por JAQUELINE SORDI, em Sumaúma

“Você o roubou”, diz Indiana Jones. “Depois, você o roubou”, responde o nazista Jürgen Voller. “Depois, eu roubei. É assim no capitalismo”, encerra a conversa, com um sorriso no canto da boca, a personagem Helena Shaw, afilhada do carismático arqueólogo. Essa última frase, pinçada a dedo pelo seu poder de venda, está no trailer do mais recente filme da saga hollywoodiana – Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Convicta e bem-humorada, Helena está justificando a posse de um artefato histórico, criado por Arquimedes, que teria o potencial de mudar o curso da humanidade. A única forma de salvar o planeta de uma catástrofe, indica o filme, é deixá-lo em um local seguro – ou seja, nas mãos do charmoso, heroico, aventureiro e estadunidense professor de arqueologia. Calma! Este texto não contém spoilers. De fato, não é preciso avançar muito no enredo para perceber que o recém-lançado longa-metragem repete a surrada fórmula que há mais de 40 anos consagrou Indiana Jones como símbolo da cultura dos Estados Unidos: o uso da narrativa colonialista e racista que reforça estereótipos ao considerar exótico, perigoso e ameaçador tudo aquilo que não faz parte de seus valores e modo de vida – ou que os contesta. (mais…)

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Um convite à Cultura Viva como filosofia

Em tese de doutorado, cuja defesa será aberta ao público, o criador dos Pontos de Cultura aponta: políticas públicas precisam libertar a produção cultural das mãos do mercado. Sua força: gerar novas visões de mundo e caminhos ao bem viver

por Célio Turino, em Outras Palavras

“Ego sum pauper. Nihil habeo. Cor dabo.”
(Eu sou pobre. Nada tenho. Dou meu coração)

Foram 4 anos de dedicação intensa, passados em meio à difusão da Economia de Francisco e Clara no Brasil, pandemia de covid, conceituação e articulação pela lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, lançamento de um livro sobre a América Latina (Por todos os caminhos, ed. SESC, 2020), falecimento de minha mãe, início de novos projetos no Instituto Casa Comum, com cursos, podcasts e, desde 2022, a retomada de viagens pela América Latina, semeando as ideias do Bem Viver, dos Pontos de Cultura e da Cultura Viva. No meio disso a escrita de tese de doutorado, que defenderei no próximo dia 14 de junho, na USP, sob orientação do professor Sérgio Bairon, às 14 horas. Haverá transmissão pela Internet, via o canal do Instituto Casa Comum e o podcast CulturaPode, no youtube. Deixo aqui o link da live a quem se interessar e puder acompanhar a defesa, podendo ativar o lembrete. (mais…)

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Flávio Dino descarta censura a shows de Roger Waters no Brasil

Ministro não recebeu petição sobre suposta apologia ao nazismo

Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou neste sábado (10) que não há possibilidade de censura prévia aos shows no Brasil do músico britânico Roger Waters, 79 anos, cofundador e ex-integrante da icônica banda inglesa Pink Floyd.

O artista está em um giro mundial com a turnê This is Not a Drill, e que vem ao país para uma série de apresentações, em outubro e novembro, em cinco capitais: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. (mais…)

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Os mitos sobre a origem do patriarcado

Por Angela Saini, na BBC Future

Em 1930, o Zoológico de Londres anunciou que iria fechar o recinto dos babuínos. O fechamento chegou às manchetes dos jornais da época. Por anos, o “Morro dos Macacos”, como era conhecido, foi o palco de cenas sangrentas de violência e mortes frequentes.

A revista norte-americana Time noticiou o incidente que foi a gota d’água para o fechamento: “George, um jovem membro da comunidade de babuínos, roubou uma fêmea pertencente ao ‘rei’, o babuíno maior e mais velho do Morro dos Macacos”. E, depois de um cerco cheio de tensão, George acabou matando a fêmea.
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Lei Paulo Gustavo: O urgente resgate da Cultura

Governo Lula libera R$ 3,8 bilhões – o maior aporte para artes na história do país. Será preciso evitar que este enorme potencial seja engolido por burocracias. A saída: simplificar a gestão dos recursos e priorizar artistas; e sobretudo os jovens

Por Célio Turino, em Outras Palavras

A Lei Paulo Gustavo (LPG) é uma conquista da sociedade brasileira que vai muito além do ambiente da Cultura em sentido estrito. É o maior aporte em recursos diretos para as artes e a cultura da história do país, R$ 3,862 bilhões, e libera de uma única vez todos os recursos acumulados no Fundo Nacional de Cultura por mais de uma década de contingenciamentos. Antes, o maior aporte em uma única ação da Cultura foi a Lei Aldir Blanc (LAB), com R$ 3 bilhões, em contexto de pandemia; antes dessa, o programa Cultura Viva, com R$ 559 milhões, entre 2004 e 2010. A aplicação dos recursos da LPG é de natureza distinta da LAB, que foi emergencial. A LAB cumpriu sua função, havendo preservado entre 450 mil e 800 mil postos de trabalho na cadeia produtiva da cultura, a depender do estudo. Inegavelmente foi um êxito, que deu base à LPG, incluindo o fato de haver preservado os recursos do FNC, por utilizar o chamado “orçamento de guerra” no enfrentamento à pandemia. O Cultura Viva, que serviu de base conceitual e de método de mobilização pelo consenso progressivo para a LAB, teve natureza distinta de ambas, por mais processual e de base comunitária. (mais…)

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