Hidrovia do rio Tocantins ameaça ribeirinhos, quilombolas e indígenas

Por Cícero Pedrosa Neto, em Amazônia Real

Belém (PA) – O ribeirinho Ronaldo Macena aprendeu a pescar com o pai e o avô e sabedoria que deles herdou o faz ter uma certeza: a hidrovia no rio Tocantins é uma ameaça à sobrevivência de comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Para tornar o rio navegável, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) prevê obras de dragagem em uma extensão de 177 quilômetros e de explosão de pedras submersas em outros 35 quilômetros do local conhecido como Pedral do Lourenço (ou Pedral do Lourenção), no sudeste do Pará. Pesquisadores ouvidos pela Amazônia Real temem pela repetição de um “novo Belo Monte” – – hidrelétrica no rio Xingu que causou a destruição dos modos de vida de milhares de pessoas. (mais…)

Ler Mais

Caso de famílias atingidas por barragem em Goiás é denunciado na Bélgica

Organizações europeias buscam aprovar arcabouço jurídico para responsabilização e punição de multinacionais que violam direitos humanos

CPT

Em seminário sobre vigilância de multinacionais realizado na província de Namur, na Bélgica, no dia 16 de março, a CPT Goiás apresentou a denúncia das famílias atingidas pela barragem da usina Cana Brava, no município de Minaçu, em Goiás. A hidrelétrica foi construída pela multinacional belga Tractebel, com sede em Bruxelas, e hoje é administrada pela Engie Brasil, multinacional de origem francesa. (mais…)

Ler Mais

Decisão da Justiça compromete atuação de assessorias técnicas na bacia do Paraopeba junto a pessoas atingidas pela Vale

Na última semana, ofício comunicou decisão de corte de 40% nos trabalhos das organizações que acompanham o processo de reparação. Nesta quinta-feira, Aedas, Nacab e Instituto Guaicuy enviaram documento à Justiça  argumentando inevitáveis impactos na vida das pessoas atingidas pela mineradora. 

Instituto Guaicuy

A continuidade das assessorias técnicas independentes (ATIs) que acompanham o processo de reparação das pessoas atingidas pela Vale na Bacia do Paraopeba está ameaçada. No dia oito de março de 2023, foi encaminhado um documento em resposta a um ofício, por parte das Instituições de Justiça, (Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública Estadual) que determina a redução de mais de 40% no orçamento previsto nos planos de trabalhos do Acordo – firmado há pouco mais de dois anos entre  IJs, Vale e Governo – sendo válido para o primeiro semestre de 2023.  Essa realidade tornaria inviável a continuidade dos trabalhos da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), do Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab)  e do Instituto Guaicuy,  organizações responsáveis por assessorar os 27 municípios afetados pela mineradora com o rompimento da barragem em Brumadinho. Nesta quinta-feira (16), as três entidades enviaram um ofício para a Justiça alertando sobre as  consequências dessa decisão para estas comunidades. (mais…)

Ler Mais

DPU: nova licença para Belo Monte deve exigir consultas e cumprimento de todos os passivos existentes

DPU

A renovação da licença de operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, deve ser condicionada a obrigações essenciais de mitigação e compensação dos impactos existentes e contínuos que afetam as comunidades tradicionais e indígenas na região. Essa é a conclusão de um relatório da Defensoria Pública da União (DPU) sobre o empreendimento que funciona desde 2015. A permissão de funcionamento está vencida há mais de um ano e meio. (mais…)

Ler Mais

Brumadinho: Há como punir os criminosos

Não basta chorar os mortos, se nada for feito para impedir que as catástrofes ambientais se repitam. É urgente que legislações ao redor do mundo barrem o financiamento das empresas que pilham as riquezas naturais e expõem a vida das populações

Por Carolina de Moura, Danilo Chammas e Maria Teresa Corujo, em Outras Palavras

Diante da magnitude de tragédias socioambientais causadas por corporações transnacionais e da emergência climática, é preciso que sejam instituídas eficazes legislações ao redor do mundo. É urgente, por exemplo, a necessidade de impedir o financiamento e a aquisição de produtos de empresas que violem direitos humanos e causem destruição social, ambiental e econômica de territórios. Não dá mais para viver na ilusão de “acordos de papel” que vêm sendo aprovados em fóruns internacionais e por diferentes governos. As mudanças efetivas e necessárias são “para ontem”, pois “o amanhã já é tarde”. (mais…)

Ler Mais

Brumadinho e a trágica gestão de rejeitos

Há 75 barragens brasileiras em situação de alerta. Evitar catástrofes requer resistência local, mas também ações globais para garantir segurança — e frear e punir mineradoras criminosas. E ONU privilegia corporações na busca de saídas…

Por Angélica Amanda Andrade*, em Outras Palavras

A perda de vidas é o mais alto preço pago quando rejeitos de mineração não são gerenciados adequadamente. A tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida em 25 de janeiro de 2019, é consequência de uma mentalidade empresarial na qual o ganho econômico está acima da vida, impondo um alto custo social à sociedade. Não podemos mais permitir que isso continue acontecendo. Precisamos de mais humanidade no setor mineral. (mais…)

Ler Mais