PL Antifacção: mais um laboratório eleitoral da direita. Por Glauco Faria

Entre manobras para dificultar investigações, cortes de recursos e campanha eleitoral antecipada, projeto tornou-se símbolo do desmonte institucional conduzido pela Câmara. Um processo que legitima a antipolítica, fragiliza o Estado e prepara o terreno para extremistas em 2026

Em Outras Palavras

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (18) o projeto de lei Antifacção, enviado pelo governo federal ao Legislativo no final de outubro e modificado pelo relator, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado de seu cargo no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para cumprir a função. Manchetado como uma “derrota” para o Planalto, o episódio é muito mais uma crônica política de como questões muitas vezes estruturantes são tratadas com aparente desdém e superficialidade por parte da elite política e da própria sociedade, enquanto outras engrenagens pouco visíveis operam para garantir seus interesses. (mais…)

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“Marketing” e “força eleitoral”: por que Hugo Motta insistiu na aprovação do PL Antifacção

Presidente da Câmara enfrenta desgaste desde o início de sua gestão; PL seria uma tentativa de melhorar a própria imagem

Por Dyepeson Martins | Edição: Ludmila Pizarro, Agência Pública

Mesmo sem consenso com a base governista e após impasses com a oposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu aprovar o projeto de lei de combate ao crime organizado (PL 5582/25). Fontes próximas a ele, atribuem a insistência em aprovar o texto a um “cálculo político” feito após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro – 121 pessoas morreram. (mais…)

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Bancada cristã apoia indicação de Messias para fazer andar pautas antiaborto no STF

Para líderes católicos e evangélicos, Jorge Messias representa valores conservadores

Por Dyepeson Martins | Edição: Mariama Correia, Agência Pública

Dois dias antes do fim de outubro, o deputado e pastor evangélico, Otoni de Paula (MDB-RJ), leu na tribuna da Câmara dos Deputados, uma nota da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, maior denominação protestante do país. O texto defendia a indicação de um “homem de fé” à vaga deixada por Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). O nome sugerido era Jorge Messias, atual advogado-geral da União, que é evangélico batista, e, para a cúpula da recém-formada bancada cristã, um aliado na defesa dos valores conservadores; entre eles, a proibição do aborto. (mais…)

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O futuro de Haddad e do Brasil. Por Paulo Kliass

Fala-se, nos corredores da Esplanada, da possível saída do ministro. Muitos, então, cogitam um giro à esquerda na política econômica. Com eleição à vista, Lula deve decidir: empolgar as maiorias ou prosseguir com a conciliação? Há um pista para se inferir a primeira opção

Em Outras Palavras

A semana passada se encerrou com algumas dúvidas fundamentais a respeito do futuro político do ministro da Fazenda e das eventuais consequências desse movimento para o futuro do Brasil. Uma das peças mais importantes para analisar esse quadro pode ser encontrada na entrevista que o próprio Haddad concedeu ao Estadão em 14 de novembro. Apesar de os dias anteriores terem sido recheados por notícias em off comentando a respeito da eventual saída do ministro de seu cargo para os próximos meses, ali ele não acenou com nenhuma hipótese a esse respeito. Ao que tudo indica, Lula gostaria que seu colaborador fosse candidato a alguma coisa nas eleições do próximo ano, mas nada ainda foi confirmado. Caso esse cenário se concretize, Haddad precisaria se desincompatibilizar do posto na Esplanada até abril do ano que vem. (mais…)

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2026: As novas incertezas do cenário eleitoral

Por Rômulo Paes de Souza, em Outras Palavras

Até março de 2025, a maioria dos cronistas políticos vaticinavam que este seria o último governo do presidente Lula. Os adversários de sempre não suportam sua política econômica. Os simpatizantes ou aqueles que não lhe eram hostis pontuavam que o governo estava travado pela condição de ser minoria no Congresso, pela comunicação deficitária e pela ausência de um conjunto de políticas públicas que empolgasse a sua base eleitoral. A eleição de Donald Trump se apresentava como mais uma evidência dessa profecia. (mais…)

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PL Antifacção: mudanças no texto não resolvem problemas do projeto, dizem especialistas

Endurecimento penal, falta de controle da inteligência e contexto político travam avanço da proposta no Congresso

Por Caio de Freitas | Edição: Ludmila Pizarro, Agência Pública

Numa tentativa de agradar gregos e troianos, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), inflamou a disputa entre governo e oposição e quase se indispôs com os dois lados ao mesmo tempo. (mais…)

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Saúde mental na democracia das chacinas

Os serviços de atendimento são precários e muitas vezes violentos. As queixas não são legitimadas. Frequentemente, resultam em diagnósticos superficiais e prescrição de remédios psiquiátricos. Como responder ao sofrimento dos que sobreviveram à barbárie?

Por Rachel Gouveia Passos e Deivisson Vianna Dantas dos Santos, em Outra Saúde

Eu fico parindo a dor do meu filho morto todos os dias, porque é a dor de um ser humano que não volta mais”: essa frase poderia ser proferida por uma das diversas mães da última chacina no Rio de Janeiro, mas aparece no livro “Na mira do fuzil: a saúde mental das mulheres negras em questão” 1. No decorrer dos capítulos desta obra é possível ler diferentes depoimentos que narram a dor e a dilaceração ocasionada pelo estado permanente de guerra, tendo a “Guerra às Drogas” a sua principal justificativa, revelando uma certa autorização social, política e econômica para o extermínio, demonstrando que o vivido no mês passado retrata mais um estado permanente de guerra do que algo pontual. (mais…)

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