Órfãos do feminicídio: pensão é positiva, mas falta apoio psicossocial a filhos de vítimas

Benefício do governo federal garante um salário mínimo para filhos menores de 18 anos de vítimas de violência de gênero

Por Amanda Audi | Edição: Ludmila Pizarro, em Agência Pública

“A lei é uma evolução que esperávamos há muito tempo”, afirma Alice Bianchini, doutora em Direito Penal e especialista em violência de gênero. Ela se refere à regulamentação da Lei n.º 14.717/2023 que estabelece uma pensão especial aos filhos e dependentes, crianças ou adolescentes, órfãos em razão do crime de feminicídio. (mais…)

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Violência: é hora de um SUS da Segurança

Em seu último dia, Abrascão debate chacinas e o aumento de mortes por armas de fogo. Para romper o ciclo neoliberal de imediatismo e demagogia, pesquisadores defendem o SUSP: um sistema com participação social e planejamento baseado em evidências científicas

Por Gabriel Brito, Outra Saúde

No domingo (30), enquanto o 14º Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva reunia milhares de profissionais e pesquisadores de variadas especialidades em torno do tema “Democracia, Equidade e Justiça Climática”, Allane Pedrotti e Layse Pinheiro eram enterradas no Rio de Janeiro. Ambas foram vítimas de feminicídio pelas mãos armadas de João Antônio Miranda Tello Gonçalves, nas dependências do Centro Federal de Educação em Tecnologia no Rio de Janeiro. (mais…)

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Duplo feminicídio no Pará exige justiça de gênero na COP30

As quebradeiras de coco babaçu Antônia Ferreira dos Santos, 53 anos, e Marly Viana Barroso, 71 anos, foram assassinadas, com marcas brutais de violência de gênero, no dia 3 de novembro, em Novo Repartimento, no Pará. O caso repercutiu e causou clamor nos movimentos de mulheres e sociais na Conferência do Clima, o que acelerou as investigações. Um suspeito foi preso e, segundo a polícia, confessou o crime

Por Nicoly Ambrosio, da Amazônia Real

Belém (PA) – Era manhã de 3 de novembro e o Estado do Pará organizava os últimos preparativos para a primeira Conferência do Clima da ONU na Amazônia brasileira, a COP30. Na zona rural de Novo Repartimento, região sudeste paraense, duas mulheres extrativistas ocupavam-se de mais uma jornada de coleta de amêndoas do coco babaçu. Mas Antônia Ferreira dos Santos, 53 anos, e Marly Viana Barroso, 71, não voltaram  para casa no horário previsto. (mais…)

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“A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

A diretora-geral da ONU Mulheres argumenta que, diante dos retrocessos políticos, o movimento feminista da região oferece muitos motivos para esperança: “É hora de continuar construindo alianças entre mulheres comprometidas e trabalhar mais com os homens.”

A entrevista é de Lorena Arroyo, publicada por El País / IHU

“Será necessária uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados novamente.” A nova diretora da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, Bibiana Aído (Alcalá de los Gazules, Espanha, 48 anos), cita a feminista francesa Simone de Beauvoir para avaliar os recentes ataques de alguns países da região contra os ministérios da mulher. Nos últimos anos, Argentina, Panamá e Equador eliminaram esses departamentos sob o pretexto de cortar gastos públicos, apesar dos enormes desafios enfrentados por metade da população do continente. A violência de gênero continua sendo uma emergência: em 2023, 3.897 mulheres foram vítimas de feminicídio na América Latina e no Caribe — pelo menos 11 mulheres morreram todos os dias simplesmente por serem mulheres. (mais…)

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SP: a mão bolsonarista no aumento de feminicídios

Criada no governo Tarcísio, a Secretaria da Mulher sofre com desfinanciamento crítico. Sua gestão propaga antifeminismo e ideais patriarcais. Delegacias para o atendimento especializado são escassas. Enquanto isso, o SUS paralisa diante da escalada de violência

Por Gabriel Brito, em Outra Saúde

Dez reais. Esses são os valores oficialmente descritos na rubrica de despesas com promoção de saúde da mulher e saúde da gestante, aprovados na Lei Orçamentária Anual votada em 2024 que definiu os investimentos relativos à Secretaria da Mulher do governo do estado de São Paulo em 2025. (mais…)

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Radiografia do feminicídio no Brasil

Punições endurecem, mas mortes saltam: Em nove anos, houve aumento de 186% dos casos registrados. Dentre estas, não estão inclusas as mulheres trans. Uma variedade de estudos mostra as múltiplas camadas que levam a um crime quase sempre evitável

Por Mônica Manir, na Revista Fapesp

“Estou aqui porque eu tinha uma filha de lindos olhos verdes.” Assim um pai se apresentou à socióloga Eva Alterman Blay num encontro no apartamento dela no bairro de Santa Cecília, região central de São Paulo, há cerca de 20 anos. Blay, que desde a década de 1970 é engajada na questão da violência contra a mulher, costumava receber em sua residência pessoas ligadas aos movimentos sociais. O homem, levado ao apartamento por uma colega da socióloga, trazia consigo um desabafo e um arrependimento. Revelou que, diante da intenção da filha de se separar do marido porque ele a agredia, havia pedido paciência: “Quem sabe ele muda, você muda e as coisas se ajeitam”. Dias depois, a moça foi morta com um tiro no olho dado pelo companheiro. “Também estou aqui porque acho que o trabalho que vocês fazem tem de continuar”, arrematou o homem. (mais…)

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