A política radical de Nina Simone

Nina Simone, que morreu neste dia em 2003, é frequentemente lembrada por seu envolvimento no Movimento dos Direitos Civis — mas ela também era uma socialista que via a revolução como o caminho para a verdadeira igualdade.

POR CHARDINE TAYLOR-STONE*, em Jacobin

“Nunca conversamos sobre homens ou roupas. Sempre foi Marx, Lenin e revolução — conversa de garotas de verdade.”, disse uma vez a cantora Nina Simone. A observação da cantora sobre não discutir moda, mas ‘Marx, Lenin e a revolução’ oferece um vislumbre da vida política diária de Simone, longe de sua história mais conhecida como ativista dos direitos civis e musicista. (mais…)

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Aborto: por que o Brasil não consegue avançar

Em debate sobre direitos reprodutivos organizado pelo Cebes, a constatação de que o país dá passos para trás. Mudar o rumo e garantir a saúde e a dignidade às mulheres exige entender suas particularidades e romper com preconceitos patriarcais

por Gabriel Brito, em Outra Saúde

Em meio a toda a cacofonia de sentidos e valores com a qual o bolsonarismo impregnou a sociedade brasileira, os prejuízos práticos da pauta moral caíram com muita força sobre os ombros das mulheres. Mais vulneráveis, elas pagaram o preço do desmonte de políticas públicas fundamentais, muitas vezes com suas próprias vidas – o que fica claro na revelação do aumento das mortes maternas no Brasil. Aliado a isso, um discurso ultraconservador fez retroceder até os direitos já conquistados, em especial no âmbito sexual e reprodutivo. (mais…)

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Nancy Fraser busca o mapa do Pós-Capitalismo

Sistema vive uma de suas crises mais profundas, diz a filósofa — por isso, há riscos de fascismo e chances de transformação. Mas elas só vingarão se for possível, a tempo, passar das pequenas revoltas a um amplo projeto de novas relações sociais

Nancy Fraser em entrevista a Anne Strainchamps para o Wisconsin Public Radio | Tradução: Maurício Ayer, em Outras Palavras

A história do nosso tempo é uma novela de crises sobrepostas: mudança climática, pandemia, turbulência econômica, guerra, violência racial e muito mais. A filósofa Nancy Fraser chama essa condição de “tempestade perfeita da irracionalidade e injustiça do capitalismo”. Trata-se de um momento que ela vem prevendo – e até esperando – há muito tempo. (mais…)

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Câmara: um nome que esconde as deputadas

Casa legislativa brasileira traz a marca do patriarcado em sua nomenclatura oficial, o que reflete o baixo percentual de mulheres eleitas. Rebatizá-la será parte do processo de reconstrução nacional. Chile mostra a força deste ato político

Por Juliana Romão, em Outras Palavras

Fevereiro abre ano legislativo e nacionalmente parlamentares tomam posse dos mandatos num Congresso em reabilitação pós-destruição dos atentados antidemocráticos da extrema-direita.  Entre as tantas urgências a deliberar, uma que toca o plano linguístico e, apesar de mais silenciosa, é também uma emergência democratizadora. Trato da re-nomeação da constitucionalmente chamada Câmara dos Deputados para Câmara Federal ou Câmara das Deputadas e dos Deputados, tema inadiável e entrelaçado ao simbolismo do Brasil real que subiu a rampa do Planalto inaugurando 2023. Uma oportunidade histórica.  (mais…)

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Sobre mulheres, estatísticas e eleição

Eleitorado feminino é o que mais sofre com os efeitos concretos da degradação das condições de vida

por Ana Carolina Evangelista*, na piauí

Entramos no período eleitoral com a clareza de que teria mais chances de vencer as eleições à Presidência quem soubesse ouvir e responder às preocupações das mulheres. Mas, para além dos números que mostram que as preferências eleitorais entre mulheres e homens se diferenciam cada vez mais, o que está em jogo? Quais são as histórias da vida real por trás dos números? (mais…)

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Sônia Guajajara: “Retrocessos mostram que deve haver indígenas no Congresso”

À DW, Sônia Guajajara fala sobre sua candidatura à deputada federal e as pautas da Bancada Indígena, lançada nestas eleições. “As pessoas precisam entender que o modo de vida indígena preserva o meio ambiente”, diz.

Laís Modelli, na Deutsche Welle

Internacionalmente conhecida pelo nome do seu povo, Sônia Guajajara é Sônia Bone de Souza Silva Santos, educadora e enfermeira nascida na Terra Indígena (TI) Arariboia, no Maranhão. Uma das principais lideranças indígenas em atividade, a maranhense é coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e cofundadora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). (mais…)

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A pandemia, o cuidado, o que foi e o que será

Os afetos e o cuidar de si e dos outros não são lugar de submissão das mulheres, mas chave para novas lutas e processos emancipatórios. Diante do horror bolsonarista, sangue frio e coração quente são essenciais para enfrentar incertezas, lutos e fomes

Por 

Desde que a pandemia se instalou, em 2020, nos demos conta da vertiginosa mudança que o distanciamento social, envolto na crise paradigmática, nos atirava enquanto ativistas, tanto do ponto de vista pessoal, quanto político. A linha de ação para o autocuidado e cuidado coletivo que o CFEMEA vinha desenvolvendo até então precisou se refazer, se adequar, ousar experimentar alternativas que fortalecessem a capacidade de resiliência pessoal e coletiva de uma militância aguerrida, feminista, popular, antirracista e anticapitalista. Outros recursos, outros encontros, novas trilhas, desde então vieram sendo traçadas, para criar oportunidades para que cada um@ pudesse cuidar melhor de si e que o cuidado entre ativistas se efetivasse. Novos espaços além dos presenciais foram criados para que a nossa presença no mundo, aqui e agora, seja força de resistência macropolítica e, ao mesmo tempo, possibilidade de transformação, no plano micropolítico. (mais…)

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