Elas estão no centro de várias ações pela reforma agrária. São quem melhor entende a Agroecologia, que remete à natureza e ao cuidado. Vivem jornadas insanas. Agora, enfrentam o patriarcado, que tenta inviabilizar seu trabalho e ação política
Por Iridiani Graciele Seibert, Lizandra Guedes e Kelli Mafort, em Outras Palavras
Naquele momento já não se ouvia mais a respiração, porque havia outros sons mais fortes, o som da quebra das correntes nos arrepiava, nos provocava gritos emocionados, como se aquelas correntes que identificavam o latifúndio não fossem só isso, e de fato não eram. É nessa concentração, nesse poder que se apresentam o tráfico, a exploração, a violência, e a apropriação de nossos corpos, de nossas vidas, de nosso trabalho e do poder de dominação.
Aquelas correntes de fato tão fortes, tão grossas, malditas, pesadas e cruéis tinham que ser quebradas, rompidas, estraçalhadas. O ‘tililim’ do impacto do machado e da marreta na quebra das correntes que nos aprisionam soava como uma música clássica aos nossos ouvidos tão desacostumados a escutar.
Witcel, 2019