Sem anistia: a chance de o Brasil mostrar ao mundo como salvar a democracia. Por Jamil Chade

No UOL

Nas próximas semanas, tudo indica que Donald Trump irá dar um indulto aos invasores do Capitólio, enquanto centenas de processos vão ser arquivados. Tudo que existe contra ele por conta de uma suspeita de envolvimento em atos antidemocráticos será abafado. Enquanto isso, grupos extremistas voltam a circular, com um sentimento de revanche.

Vejo ainda como, com recursos públicos, parlamentares brasileiros viajam aos EUA para articular com a extrema direita americana uma aliança para pressionar as instituições brasileiras a partir de falsas narrativas e manipulações. (mais…)

Ler Mais

Anistiar crimes contra democracia é inconstitucional, dizem juristas

Proposta está em tramitação na CCJ da Câmara dos Deputados

Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil

Os crimes contra o Estado Democrático de Direito, previstos na Lei 14.197/2021 não devem ser anistiados por uma questão de coerência interna da Constituição, que afirma que crimes contra a ordem constitucional e a democracia são inafiançáveis e imprescritíveis. A avaliação é da doutora em direito pela Universidade de São Paulo (USP) Eloísa Machado de Almeida. (mais…)

Ler Mais

Reforma Agrária: Como o golpe sufocou os camponeses

Militares enterraram proposta de Jango. Mas, temerosos de uma revolução no campo, adotaram paliativos. Enquanto isso, empregaram vultosos recursos para modernizar latifúndios: foi o pontapé do que seria conhecido, nos ano 80, como “agronegócio”

por Jean Marc von der Weid, em Outras Palavras

No Brasil, esta migração de agricultores familiares europeus se dirigiu para as regiões Sul e Sudeste, trazida pelos interesses dos barões do café que buscavam substituir a mão de obra escravizada. Os que vieram espontaneamente buscaram o Sul, pela sua maior similaridade com seus ecossistemas de origem. No Nordeste essa migração não vingou porque a grande seca dos anos 1850 arruinou a produção familiar de algodão e criou um imenso exército de miseráveis dispostos a trabalhar por qualquer salário, verdadeiros neoescravizados. (mais…)

Ler Mais

Golpe na Bolívia: ex-general agiu por ressentimento contra o presidente, diz pesquisadora

Em entrevista à Pública, Marília Closs explica a tentativa de golpe no país vizinho e o revanchismo nas Forças Armadas

Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Ricardo Terto, Stela Diogo, Agência Pública

Em 26 de junho passado, tanques atravessavam a praça Murillo, sede dos poderes Executivo e Legislativo da Bolívia. As imagens de soldados adentrando o palácio do governo chocaram o mundo. Mesmo fracassada, a tentativa de golpe no país vizinho, comandada pelo ex-general Juan José Zúñiga, ressalta a instabilidade política na região. (mais…)

Ler Mais

Quando oligarquias de SP tentaram restaurar a República Velha

Mitologia construída em torno do levante, tratado como ‘revolução’, busca apagar caráter elitista e reacionário

Por Estevam Silva, Opera Mundi

Há 92 anos, em 9 de julho de 1932, tinha início em São Paulo o levante do Movimento Constitucionalista. O conflito armado — um dos maiores do Brasil no século 20 — opôs o governo de Getúlio Vargas às elites de São Paulo, que intencionavam restaurar a velha ordem oligárquica derrotada dois anos antes. (mais…)

Ler Mais

Bolívia: O que aprender com a resistência andina

El Alto ajuda a compreender a Bolívia insurgente: organização popular, outra cosmovisão política e aposta no Comum. Maior cidade indígena do mundo foi crucial para frear os militares esta semana: assim como fora na Guerra da Água, em 2003

por Célio Turino, em Outras Palavras

El Alto, a cidade com maior população indígena do mundo, mais de 1 milhão de habitantes rodeando a capital da Bolívia, La Paz. Povos aimara, quéchua, mineiros, tecelões, camponeses, gente do altiplano e das terras baixas, como chiquitanos e guaranis. Uma profusão de cores, aromas e histórias, em que é quase possível tocar as montanhas. Wayna PotosíIllimani, picos montanhosos com mais neve, por mais altos, mas que também começam a perder a cobertura de gelo milenar, mesmo estando a mais de 6 mil metros de altitude. Não há como acessar La Paz sem passar por El Alto, que paira sobre a capital, estando entre oitocentos e quatrocentos metros acima. (mais…)

Ler Mais

Bolívia: anatomia de um golpe fracassado

Quartelada do general Zúñiga foi debelada pela firmeza do presidente, mobilização popular e isolamento internacional. Memória do governo Áñez debilita oposição. Mas fraturas entre Arce e Evo Morales, em meio a crise cambial, podem ser trágicas

Por Pablo Stefanoni, em Nueva Sociedad | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Os tanques da Plaza Murillo acabaram sendo uma espécie de farsa que poderia ter levado à tragédia, num clima político cada vez mais deteriorado pelas disputas dentro do Movimento ao Socialismo (MAS) boliviano, hoje fraturado em duas alas: evistas e arcistas. Na tarde de quarta-feira, 26 de junho, o comandante geral do Exército, Juan José Zúñiga – que havia sido demitido na noite de terça-feira mas se recusou a reconhecer a decisão presidencial – ocupou aquela emblemática praça com tanques. Chegou a usar um deles para abrir à força a porta do Palácio Quemado, antiga sede do governo hoje compartilhada com a vizinha Casa Grande del Pueblo. A confusão sobre as intenções e estratégias em jogo reinou durante quase todo o motim, enquanto vários ministros arrastavam móveis para impedir a entrada dos soldados. (mais…)

Ler Mais